quarta-feira, 30 de novembro de 2011

PIAUÍ - Fórum das Pastorais Sociais prepara V Semana Social Brasileira

A Coordenação do fórum das Pastorais já começa a caminhada rumo a 5ª Semana Social Brasileira no Piauí. Com o tema “Participação da sociedade no processo de democratização do Estado” e lema “Estado para que e para quem”.

A Semana Social brasileira tem o objetivo de mobilizar as comunidades eclesiais, os movimentos, as pastorais, os organismos e as forças sociais para refletir sobre as estruturas sociais, políticas e econômicas do Estado Brasileiro e a participar do processo de sua democratização, promovendo a participação dos pobres e excluídos na construção do país justo, democrático, solidário e sustentável.

O desafio da Semana Social é potencializar o protagonismo dos diferentes autores sociais com especial atenção aos novos sujeitos que estão emergindo na sociedade como atesta o documento de Aparecida.

Desta forma, a Coordenação do fórum de Pastorais está articulando uma Mesa redonda para discutir o tema: “Estado Democrático” e a partir desse debate serão enviados encaminhamentos para a realização da Semana Social nas dioceses, comunidades e grupos diversos.

A Abertura da 5ª Semana Social Brasileira no Piauí acontecerá no dia 12 de dezembro Auditório Paulo VI, no Centro Pastoral Paulo VI, a partir das 08:30. Os assessores do debate serão: Pe. Ari Antônio dos Reis (Pastorais Sociais CNBB Nacional), Lucineide Barros ( UESPI) e Fonseca Neto ( UFPI).

Padre Ernesto Moreira Lamim - Volta Redonda - RJ

COMPORTAMENTO: Padre Ernesto é homenageado

Nome de rua


Domingo, 20/11/2011, foi marcado no meio católico pelas homenagens que feitas ao Padre Ernesto Moreira Lamim, morto em 2009, aos 77 anos e que no último dia 13 estaria completando 80 anos. Ele passará a dar nome à antiga Rua 650, a da Igreja São Paulo Apóstolo, no Siderópolis. A iniciativa coube ao vereador Paiva, com apoio do prefeito Neto, atendendo pedido da comunidade da igreja católica e dos moradores do bairro.

A festa foi para todas as idades, pois a prefeitura de Volta Redonda promoveu mais uma edição do seu projeto “Domingo Alegre”, no mesmo local, das 8 às 13 horas, sendo que às 9 horas foi celebrada uma missa pelo bispo da diocese Barra do Piraí – Volta Redonda, Dom Francisco Biasin.

A Banda Municipal se apresentou às 10 horas, quando aconteceu a inauguração do totem com o nome do Padre Ernesto, dando nome à rua; e também a inauguração do busto do padre confeccionado pela comunidade da Igreja São Paulo Apóstolo. Ao meio-dia, os membros da igreja promoveram um almoço para arrecadar fundos para a paróquia. O prato será carne ao molho madeira, ao preço de R$ 7,00 por pessoa. E à noite às 19 horas, show musical com a banda católica MTN para encerrar as homenagens.

Padre Ernesto
Padre Ernesto, com sua simplicidade, foi talvez o padre que mais construiu igrejas e fundou comunidades eclesiais na diocese. Ele construiu as igrejas de São Sebastião (Sessenta) e São Paulo Apóstolo (Siderópolis). Fundou e construiu as comunidades Sagrado Coração de Jesus (Casa de Pedra), São José (Jardim Tiradentes), São João Evangelista (Jardim Belvedere), Santa Edwiges (Vila Rica), Divino Espírito Santo (Jardim Amália) e fundou a Comunidade Sagrada Família (Morada da Colina), que ainda está construindo o seu templo. Ele sempre foi um grande motivador das famílias, incentivando e coordenando por vários anos na nossa diocese o movimento do Encontro de Casais com Cristo e também a Pastoral Familiar.

Terceira vez que Padre Ernesto é homenageado publicamente pelo prefeito Neto. Em agosto de 2011, o prefeito e o governador Sérgio Cabral inauguraram a Ótica da Cidadania Padre Ernesto Lamin no Estádio Raulino de Oliveira. Em junho, o prefeito inaugurou a Praça Padre Ernesto Moreira Lamin na Morada da Colina.

A humanidade carece de cronistas, diz teólogo


O que o mundo mais necessita na atualidade é de cronistas que contem sobre a irresponsabilidade, que caracteriza a globalização, disse o teólogo luterano Vitor Westhelle na mesa de abertura, sexta-feira, 18/11/2011, do Seminário Comunicação, Ética e Cidadania, em São Leopoldo.

Vitor resumiu a derrocada de Wall Street, em 2008, como a irresponsabilidade de uma sociedade sem espelho retrovisor, ou, “para dizer em outras palavras, perdemos a arte da crônica, ou esta é hoje muito rara no seu sentido originário”.

Em hebraico, “crônica” significa prestar contas dos eventos do dia, das coisas reais do que sucede, definiu o teólogo. Ele lembrou que Fernão de Magalhães, que circundou o globo terrestre pela primeira vez, em 1521, também foi o primeiro navegador que passou a não enviar mais cartas-relatório à coroa espanhola, que o subsidiava, fazendo da “irresponsabilidade uma prática legítima”.

“Por que não voltam os fatos à notícia?” – indagou o teólogo. Além da irresponsabilidade, há ainda outro fator: o mundo é chato. É desconcertante ver que as notícias, a não ser as locais, são exatamente as mesmas divulgadas pelo New York Times, pelo jornal da BBC, e pela Zero Hora. “Temos de encontrar uma maneira de forçar que os fatos reais voltem ao noticiário”, afirmou Vitor, citando a escritora indiana Arundhati Roy.

O escândalo já não mais existe porque as pessoas se acostumaram com a superficialidade das coisas. “Acostumamo-nos à mera vida, não à vida em sua plenitude”, avaliou. “Sociedades que já não sabem lidar com a morte, tampouco o sabem com a vida que não seja mera vida”, disse.
Com o desencantamento do mundo, como definiu o sociólogo alemão Max Weber, já não se entende o fator religioso e seu papel em questões de vida e de morte. A concepção da vida e da morte são os momentos mais íntimos.
Na equação entre modernização e secularização, o fator religioso foi subtraído. “É preciso que isso entre na equação, a saber, de que o fator religioso não é sobre obras ou sofrimentos, não é sobre as mediações que nos acostumamos a administrar, mas sobre a intimidade que nos une à vida na sua concepção e à morte na sua consumação”, assinalou Vitor.

O Ocidente, agregou, perdeu em vasta medida a capacidade de entender o poder da intimidade, que é o fator religioso. “É por isso que a intimidade dá medo, pois é imediata à vida e à morte”, frisou. A instituição da religião, disse, é a forma como a civilização aprendeu a lidar com o medo e o terror que a intimidade produz. “É por isso que temos que voltar a entender a importância do rito, do culto e do mito”, sinalizou.

Na análise da professora Christa Berger, da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), o mundo hipermoderno é inseguro e a humanidade vive a era da desorientação. “Somos convocados a nos comportarmos como consumidores” e esse é um “imperativo da felicidade”, que se insinua no imaginário com objeto de engenharia individual.

O seminário foi promovido pelo curso de Jornalismo da Unisinos em parceria com a Faculdades EST e apoio da Associação Mundial para a Comunicação Cristã (WACC), Instituto Humanitas, Fórum Luterano de Comunicadores, Editora Padre Reus e Editora Sinodal.

Fonte: CONIC

Combate à miséria já atinge metas mas ações ainda dividem opiniões


Especialistas e autoridades do próprio governo divergem sobre estratégias mais eficientes para eliminar pobreza extrema. Reforma agrária, para a qual o governo Dilma ainda não tem metas, e melhoria do salário e do mercado de trabalho são apontados como tão importantes quanto transferência de renda. 'Bolsa família não ataca desigualdade', diz professor.

BRASÍLIA – A ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, disse nessa quinta-feira (24) na Câmara dos Deputados que o programa de combate à miséria lançado pelo governo em junho já começa a cumprir metas. Ninguém duvida que erradicar a pobreza é urgente e necessária. Mas as estratégias possíveis e necessárias para se atingir este objetivo ainda dividem a esquerda, o PT e até mesmo o staff do governo.

O secretário nacional de Economia Solidária, o economista Paul Singer, elogia a ousadia e o ineditismo do Programa Brasil sem Miséria, lançado por Dilma com o objetivo de erradicar a pobreza extrema nos quatro anos de mandato da presidenta. E aponta qual seria o grande mérito. “A inclusão produtiva é o único eixo que nos dá esperança de que a erradicação seja permanente, e não apenas transitória”, justifica.

Isso porque, para Singer, a verdadeira batalha é impedir que a pobreza extrema volte a assolar o país, após a concentração dos esforços no prazo determinado. “Temos que criar condições para que nunca mais haja pobreza no Brasil. Em última instância, teremos que construir uma nova economia e uma nova sociedade, que não tolere a pobreza”, conclama.

O secretário sustenta que esta nova sociedade deverá ser calcada na democracia que, segundo ele, é a doutrina que não admite desigualdades. “No Brasil, já praticamos a democracia, com sucesso, no campo político. Agora, precisamos levá-la para a economia, para a educação e para todos os setores”.

O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) defende a utilização do Fundo Social do Pré-Sal para viabilizar a Lei 10.835, que institui a Renda Básica de Cidadania (RBC). A lei, de autoria do senador petista, foi sancionada em janeiro de 2004, mas ainda não saiu do papel. Prevê que todos os brasileiros e estrangeiros residentes no país há mais de cinco anos, sejam eles ricos ou pobres, recebam mensalmente um rendimento mínimo capaz de lhe dar condições dignas de sobrevivência. “Isso acaba também com o constrangimento de se declarar pobre”.

Professor de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB), Pedro Demo é um crítico feroz das políticas exclusivas de transferência de renda, que tem no Bolsa Família o principal exemplo. “Pela primeira vez, o Brasil tem uma proposta parruda, mas ela não toca no cerne da questão: a redistribuição de renda. É por isso que até deputado do DEM aprecia: é boa, barata e não representa risco para a desigualdade”, diz. “E o pobre continua, permanentemente, beneficiário”.

O professor critica a estratégia apontada pelo secretário Paul Singer para resolver o problema. Segundo ele, é muito difícil imaginar uma forma de se colocar 16 milhões de brasileiros no mercado formal de trabalho. “Há, sim, como fazer a inclusão produtiva, mas será através da agricultura familiar, do cooperativismo, do empreendedorismo. E as iniciativas do governo, neste sentido, são ainda incipientes”.

Para o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lacerda, a reforma agrária é um caminho excelente para o combate à pobreza. E lamenta que, no Brasil, por razões de disputas políticas, ela seja tão mal vista por determinados atores sociais. “Precisamos qualificar a reforma agrária. Não basta conduzir política para realocar agricultores no campo. Precisamos garantir as condições de permanência das famílias”.

O governo prometeu em agosto, depois de uma marcha de sem-terra em Brasília, que montaria um plano de assentamentos com metas até 2104, mas até agora não o apresentou.

Celso lembra que, dos 16 milhões de brasileiros que vivem na pobreza extrema, sete milhões estão na área rural. E, o mais grave, 55 mil dentro de assentamentos instituídos pelo órgão. O alento, segundo ele, é que os miseráveis estão em assentamentos recém fundados. “Isso prova que, ao longo do tempo, mesmo em condições precárias, os assentados conseguem se desenvolver e melhorar de vida”, atesta.

Analisando as políticas para erradicação da pobreza no âmbito da América Latina e do Caribe, incluindo aí, obviamente, o Brasil, o secretário executivo-adjunto da Comissão Econômica para América Latina e Caribe (Cepal), Antônio Prado, aponta o aumento real dos salários e a diminuição do desemprego como políticas que realmente fazem a diferença.

“As políticas de transferências de renda são fundamentais, mas é o aumento real dos salários e a diminuição do desemprego as políticas preponderantes para alcançar este objetivo”, alerta ele.

Singer, Suplicy, Demo, Lacerda e Prado participaram de uma conferência sobre desenvolvimento promovida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta semana, em Brasília.


Najla Passos

Fonte: Carta Maior

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Após ataque, Guaranis Kaiowá decidem permanecer em terra tradicional

Indígenas retornam ao local onde ocorreu o massacre, que resultou na morte do cacique Nísio Gomes.

Os indígenas Guarani Kaiowá do acampamento Tekoha Guaiviry, entre os municípios de Amambaí e Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul (MS), começam a retornar ao local após o ataque que sofreram na última sexta-feira (18).


Eles seguem a orientação do cacique Nísio Gomes, 59 anos, executado com tiros de calibre 12 por cerca de 40 pistoleiros fortemente armados que invadiram o acampamento. Antes de cair inconsciente, o cacique pediu aos indígenas que não desistissem da luta que travam por seu território tradicional. "Vocês não deixem esse lugar. Cuidem com coragem dessa terra. Essa terra é nossa. Ninguém vai tirar vocês...Cuidem bem de minha neta e de todas as crianças. Essa terra deixo na tua mão. Guaiviry já é terra Indígena", disse o cacique, segundo divulgado pelo conselho da Aty Guasu, movimento político guarani kaiowá.


Durante o ataque, os indígenas correram para a mata e chegaram aos municípios de Amambai e Ponta Porã. Alguns deles chegaram a prestar depoimento na Delegacia da Polícia Federal em Ponta Porã e disseram que, além do cacique, pelo menos outras três pessoas foram atingidas pelos pistoleiros. Sete mulheres indígenas contaram que três jovens - J.V, 14 anos, M.M, 15 anos, e J.B, 16 anos - foram baleados, sendo que um encontra-se hospitalizado e os outros dois desaparecidos.

Ainda não se tem o número exato de vítimas, justamente porque a comunidade se dispersou para a mata para se proteger do ataque. O Ministério Público Federal (MPF) recebeu informações, ainda não confirmadas, de que uma mulher e uma criança também teriam sido baleadas. Além da munição convencional, os pistoleiros usaram balas de borracha contra os indígenas, deixando muitos feridos.


De acordo com os relatos das testemunhas, o massacre tinha como alvo o cacique. Depois de morto, o corpo de Nísio Gomes foi levado pelos pistoleiros em uma das caminhonetes usadas durante o ataque - prática vista em outros massacres cometidos contra os Guarani Kaiowá no MS.


"Estavam todos de máscaras, com jaquetas escuras. Chegaram ao acampamento e pediram para todos irem para o chão. Portavam armas calibre 12", disse um indígena da comunidade que presenciou o ataque e terá sua identidade preservada por motivos de segurança.


"Chegaram para matar nosso cacique", afirmou. O filho de Nísio tentou impedir o assassinato do pai, segundo o indígena, e se atirou sobre um dos pistoleiros. Bateram no rapaz, mas ele não desistiu. Só o pararam com um tiro de borracha no peito.


A Polícia Federal, integrantes da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e do conselho Aty Guassu (Grande Assembleia Guarani), Fundação Nacional do Índio (Funai) e MPF estiveram no acampamento. Em nota, o MPF afirma que abriu investigação e na perícia constatou marcas de sangue que remontam a cena de um corpo sendo arrastado, possivelmente o do cacique Nísio Gomes.

Luta pela terra


Os indígenas ocupam desde o dia 1º deste mês a terra localizada entre as fazendas Chimarrão, Querência Nativa e Ouro Verde - instaladas em Território Indígena de ocupação tradicional dos Kaiowá. Antes, a comunidade vivia na beira de uma Rodovia Estadual.

A área ocupada pela comunidade está em processo de identificação desde 2008 e em fase de conclusão do relatório pela Funai. Há aínda um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) do Ministério Público Federal (MPF) em execução, referente ao processo de demarcação da Terra Indígena. Por conta disso, o ataque tem como principal causa o conflito pela posse do território. A região do ataque fica a meia hora da fronteira com o Paraguai.


Conforme recente publicação do Conselho Indigenista Missionário (Cimi) sobre a violência praticada contra os povos indígenas do MS nos últimos oito anos, no estado está concentrada a maior quantidade de acampamentos indígenas do país, 31 - há dois anos, em 2009, eram 22.


São mais de 1200 famílias vivendo em condições degradantes à beira de rodovias ou sitiadas em fazendas. Expostas a violências diversas, as comunidades veem suas crianças sofrerem com a desnutrição - os casos somam 4 mil nos últimos oito anos - e longe do território tradicional.


Atualmente, 98% da população originária do estado vivem efetivamente em menos de 75 mil hectares, ou seja, 0,2% do território estadual. Em dados comparativos, cerca de 70 mil cabeças de gado, das mais de 22,3 milhões que o estado possui, ocupam área equivalente as que estão efetivamente na posse dos indígenas hoje.


Em nota, o Cimi responsabilizou a presidenta da República, Dilma Rousseff, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, o presidente da Funai, Márcio Meira e o governador do Mato Grosso do Sul, André Puccinelli pela chacina praticada contra a comunidade Guarani Kaiowá.


"O Poder Executivo tem sido omisso, negligente e subserviente. Com isso, promove e legitima as práticas de violências. O ministro da Justiça recebe latifundiários, mas não cobra Márcio Meira, presidente da Funai, sobre o andamento do processo de identificação e demarcação das terras indígenas que desde 2008 caminha de forma lenta - enquanto a morte chega cada vez mais rápida aos acampamentos indígenas. ", afirma a nota do Cimi.

Fonte: CEBI

Oito estados concentravam quase 80% do PIB nacional em 2009

PIB 2009

Oito estados concentravam 78,1% do PIB nacional em 2009, São Paulo concentrou um terço do PIB brasileiro, com 33,5% de participação na economia nacional

Oito estados ainda concentravam 78,1% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional em 2009. O dado foi divulgado nesta quarta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), por meio da pesquisa Contas Regionais do Brasil 2005-2009.

Apenas o estado de São Paulo concentrou um terço do PIB brasileiro, com 33,5% de participação na economia nacional. Outras unidades da Federação que lideraram a participação no PIB foram o Rio de Janeiro (10,9%), Minas Gerais (8,9%), o Rio Grande do Sul (6,7%), Paraná (5,9%), a Bahia (4,2%), o Distrito Federal (4,1%) e Santa Catarina (4%).

As cinco maiores economias do país, em 2009, mantiveram a posição de 2008. O estado da Bahia assumiu a sexta colocação no ranking, ocupando a posição que era de Santa Catarina em 2008.

São Paulo foi o estado que mais ganhou participação no PIB de 2008 para 2009 – passou de 33,1% para 33,5%. Já Rio de Janeiro e Minas Gerais foram os estados que mais perderam participação. A parcela do Rio na economia nacional caiu de 11,3% para 10,9%, enquanto a de Minas Gerais diminuiu de 9,3% para 8,9%.

Encontro das CEBs Brasilia - DF


CONVITE

“Vamos lá meu povo já chegou a hora, põe também tua mão na massa refazendo a nossa história”

Povo de Deus, que caminha na história, vamos reanimar as CEBs em Brasília!

Precisamos ser semente, luz e sal no mundo.

A construção de um outro mundo só será possível se assim o fizermos em comunidade.

Assumir o projeto de Jesus Cristo na opção pelos pobres, na vida em comunidade e na construção do Reino.

É um grande desafio para nós ser CEBs no meio urbano, mas é possível!!! Por isso convidamos a todas/os, animadoras/es de comunidades, pequenas comunidades, povo de caminhada, para juntas/os mexermos nas cinzas do fogo de monturo que são as CEBs.

Vamos nos reunir no dia 17/12/2011 na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que fica na Q8, em Sobradinh,o a partir das 08:00h e encerraremos com a vigília do ODC às 19:00h para reanimarmos as Comunidades Eclesiais de Base no Distrito Federal. Para isso, teremos a seguinte motivação: CEBs no meio urbano. Contaremos com a assessoria do nosso queridíssimo Frei Carlos Mesters.

Tragam Bíblia, Ofício Divino das Comunidades, velas, instrumentos, bandeiras e muita ANIMAÇÃO!!!

CEBs são feitas em mutirão, portanto pedimos que tragam lanche para ser partilhado e uma contribuição de R$ 10,00 para ajudar no almoço que a paróquia organizará para nós.

Obs: Pedimos que confirmem sua participação pelos e-mails suedhenrique@hotmail.com ou vitaliavit@yahoo.com.br até o dia 10/12/2011. Qualquer dúvida entrem em contato pelos telefones: 61 98398466 (Sued) ou 61 92632575 (Rodrigues) ou pelos e-mails acima.
Esperamos vocês com muita alegria e axé!


Não perca.
Leia com atenção nosso convite e faça já sua inscrição. Para nós é importante o retorno, pois queremos fazer um encontro bem acolhedor e dinâmico.

Sued Henrique e Vitália
Pela Ampliada Regional das CEBs

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Festa das CEBs - Comunidades Eclesiais de Base - Diocese de Paranavai

Como estava programado, realizou-se no dia 20 de novembro, na solenidade de Cristo, Rei do Universo, o 22° Encontro Diocesano de Confraternização e Ação de Graças das Comunidades Eclesiais de Base – CEBs, na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Loanda.

O Tema: “Sinais de Transformação e Vida no Planeta”, foi desenvolvido com cantos e encenações mostrando o que se pode fazer com objetos de plástico, evitando a destruição da natureza.

O Lema: “O grito de socorro da natureza ecoa por todo universo”, mostrava os sinais de morte que continua a acontecer, tirando a vida do planeta.

Estavam presentes as paróquias que têm caminhada das CEB’s, todas com espírito de alegria e participação.

Na abertura houve momentos importantes de oração, aplausos a Maria, nossa Mãe, trazida pelos jovens. A Bíblia Sagrada entrou em procissão pelas irmãs de descendência Afro, celebrando o dia da consciência negra. A Celebração Eucarística, momento especial do encontro, foi presidida por nosso Bispo Diocesano, Dom Geremias, e concelebrada pelo Padre Antonio Avelino, Pároco anfitrião, Luiz da Graça, Antonio Marcos, Gilmar, Paulo e Frei Luiz Marin. Agradecemos a presença de todos.

Terminada a tarde cultural, foi organizada a procissão do ginásio de esportes até a Igreja Nossa Senhora Aparecida, ocorrendo o encerramento com a bênção final.

O objetivo do Encontrão das CEBs é agradecer a Deus por mais um ano de caminhada em Comunhão Fraterna, na alegria de servir ao Reino de Deus. É a alegria do povo da caminhada das CEBs, que vem se reabastecer.

Terezinha Molin

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

CEBs Diocese de Chapecó - RS















Jeito de ser, avaliar e planejar a CEBs na diocese


Neste sábado, dia 19, a equipe de Coordenação Diocesana de CEBs realizou a terceira ampliada de 2011 para avaliar as atividades ocorridas neste ano e planejar 2012. Iluminados pela parábola do semeador, os participantes refletiram sobre o papel das comunidades de base na vida da igreja diocesana e as sementes da nucleação que ocorrem na Diocese.

Durante a avaliação, o processo de celebrar nas casas amplificado no Seminário ocorrido em São Miguel do Oeste, teve boa aceitação e repercussão na cidade e entre os participantes. Destaca-se a boa organização e preparação desta caminhada, envolvendo diretamente a diocese e a equipe paroquial de SMO.

A participação de um membro de cada pastoral na ampliada de CEBs foi uma das metas estabelecidas durante o 6º Fórum das coordenações ocorrido em agosto deste ano. Esta presença das pastorais deve-se ao objetivo de formar, de maneira mais concreta, uma Pastoral de Conjunto, sendo estes representantes responsáveis por estabelecer esta troca de experiências e jeitos de ser Comunidade com cada pastoral representada.

A agente liberada do Projeto Crescer Feliz, Marinês Filipim, participou pela primeira vez da ampliada representando a Pastoral do Menor. Em entrevista aponta suas expectativas: “Eu adorei. Aos poucos espero aprender tudo para colaborar mais. Achei muito interessante a participação das pastorais no encontro. Estou bastante animada e pretendo participar dos próximos encontros”, finaliza.

O encontro tem ainda como meta, definir vagas e quem irá representar a diocese no Encontro Estadual de CEBs que ocorrerá de sete a nove de setembro de 2012, em Florianópolis. Também define a assessoria para o encontro diocesano, de preparação para os representantes da diocese, que serão designados para o Seminário Estadual.

CEBs Diocese de Zé Doca - Maranhão




Coordenador: Inaldo Oliveira,
Paróquia de Maranhãozinho.



Nova coordenação diocesana das CEBs na Diocese de Zé Doca no Maranhão



Vice-coordenador: Bjamim Gonçalves,
Paróquia de Zé Doca.








Padre de Referência: Padre Reginaldo,
Pároco de Carutapera.





Secretária: Verônica Fossatti,
Paróquia de Presidente Médici.

Bispo Dom Carlo Ellena

“Para uma leitura fiel da Bíblia” - Pe. Luis Mosconi - MG

Pe. Luís Mosconi participa de encontro na Faculdade Católica

O padre Luís Mosconi estará participando de um encontro na Faculdade Católica de Pouso Alegre na próxima segunda-feira, 21, a partir das 8h. Entre outros temas, ele falará sobre o livro “Para uma leitura fiel da Bíblia”, muito utiliizado pelos alunos, padres e leigos das comunidades da Arquidiocese.

Na apresentação de seu livro, Mosconi afirma: “Para milhões de pessoas, a Bíblia é um ponto de referência indispensável, atrai e entusiasma. Todavia, apesar de ser tão lida, continua a ser utilizada para dominar consciências, para reprimir desejos autênticos de liberdade e para justificar leis e normas absurdas e injustas. É preciso resgatar a Bíblia, como maior defensora da vida, da liberdade e da dignidade das pessoas, sobretudo dos mais pobres e excluídos”.

Todos podem participar desse encontro e não é necessário confirmar presença.

Padre Luís Mosconi trabalhou por quinze anos em paróquias, ajudando na formação de pequenas Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) e também passou alguns anos a serviço da formação de líderes na região Norte do País. Desde 1990 tem se dedicado às Santas Missões Populares. Escreveu diversos livros, como: ”Comentários bíblicos”, “Santas Missões Populares”, “Atos dos Apóstolos” e “As duas cartas de Pedro”.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

''Ser cristão não é ser idiota'', diz bispo emérito de Sucumbios

O bispo espanhol Gonzalo López Marañón (Medina de Pomar, Burgos, 1933) "reflete" há pouco mais de um mês em Ávila, um ano e um mês depois de se ver envolvido em uma polêmica e ter que abandonar a província amazônica de Sucumbíos (Equador), onde exerceu seu ministério durante quatro décadas.




Esse carmelita descalço chegou à capital de Ávila no último dia 15 de outubro, festa de Santa Teresa de Jesus, padroeira da cidade, para se instalar no Centro Internacional Teresiano-Sanjuanista (CITeS) ou Universidade da Mística.

Esse foi o lugar escolhido por López Marañón para "refletir" sobre o seu futuro, enquanto participa como ouvinte, com cerca de 40 alunos de 20 nacionalidades, do curso "Misticismo e Ciências Humanas".

Nesse ambiente, ele vai passar os próximos meses até o fim desse seminário, em junho, durante o qual ele vai decidir qual será seu futuro aos 78 anos, já que, depois de "40 anos de vida missionária na Amazônia", ele precisa de "um tempo novo, não vazio", diz.

E isso depois de se ver envolvido em uma polêmica disputa que dividiu os católicos daquela província equatoriana, localizada muito perto da fronteira da Colômbia, depois da sua substituição por Rafael Ibarguren, dos Arautos do Evangelho, designado pelo Vaticano.

A visão mais hierárquica da Igreja por parte dessa congregação contrastava com a ideia dos carmelitas, que apostaram durante as últimas quatro décadas em estruturas "mais participativas, em vez de uma Igreja tão institucional ou paroquial", nas quais primavam as "comunidades eclesiais".

Assim explica Gonzalo López Marañón, que apontando como ele se limitou a impulsionar as "comunidades eclesiais de base", geralmente integradas por "pessoas pobres", tal como, em sua opinião, foi decidido no Concílio Vaticano II e posteriormente na primeira conferência de bispos celebrada em Medellín (Colômbia).

"Nossa decisão foi de entrar nesse trabalho de Igreja", lembra o bispo, que assinala que, quando chegou em 1970 a San Miguel de Sucumbíos, "não havia nenhuma comunidade nesse estilo" e, quando teve que sair, "toda a floresta está repleta" delas.

Nesse sentido, ele resume seu sentimento a respeito: "Quando eu saí, essa é a minha alegria, minha coroa e minha cruz".

A esse respeito, ele diz entender que a sua saída forçada dessa região se deveu ao fato de "cumprir com o que a Igreja tinha decidido" no Concílio Vaticano II, embora acrescente: "Quando a Igreja toma decisões tão valentes, isso é bom para os filmes, mas muito mal para a vida".

Da forma como esse carmelita com sotaque equatoriano vê as coisas, "se essa Igreja é uma Igreja de comunidades e de leigos, a parte clerical, a parte de cima, fica um pouquinho preocupada e até pensa que eles estão sendo anulados, e isso não é verdade".

Além disso, ele argumenta que, no momento em que "aparecem o homem e a mulher novos e libertos em Jesus Cristo, o mundo treme, e, na parte que lhe toca, a Igreja também treme".

López Marañón entende que, nesse contexto, ocorreu a sua remoção, embora a mobilização de seus fiéis tenha obrigado o Vaticano a designar um vigário da Conferência Episcopal Equatoriana, Dom Ángel Polibio, com o qual, de acordo com o bispo de Burgos, a situação também não parece "estar tranquila", já que "a pressão de cima é muito grande".

Em uma comparação com os pais cujos filhos se independizam, ele se orgulha de que seus "filhos" do Equador aprenderam a "enfrentar algo que lhes estava despojado do que a vida lhes dera" e "não se deixaram humilhar", porque, em sua opinião, e como dizem no Equador, "ser cristão não é ser idiota".

Perguntado se voltaria ao Equador, ele afirma que esse não é o seu projeto, já que essa etapa está encerrada, embora especifique: "Se Deus quiser que eu volte, eu voltarei, mas se ele quiser que eu vá para o Alasca, eu irei ao Alasca aos meus 79 anos", assim que finalizar o curso que está participando em Ávila sobre uma mística que ele foi aplicando em seus 40 anos no Equador.


A reportagem é da agência Efe, 20-11-2011.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: IHU

8º Encontro Nacional de Fé e Política: Desafios para o futuro

Secretaria Nacional do Movimento Fé e Política A cidade de Embu das Artes, na diocese de Campo Limpo, São Paulo acolheu nos dias 29 e 30 de outubro, o 8º Encontro Nacional de Fé e Política que discutiu o tema: "Em Busca da Sociedade do Bem-viver: Sabedoria, Protagonismo e Política". A programação do Encontro contemplou 16 Plenárias Temáticas. Confira o resultado dos trabalhos:

DESAFIOS DE CADA PLENÁRIA TEMÁTICA
Jaime C. Patias A chama da fé alimenta ações políticas
1) Espiritualidade e Consciência Planetária

- Foco na Educação - (integral e de qualidade para todos os brasileiros/as) com disseminação da idéia de uma sociedade do Bem Viver - focada na educação (consumo);
- Mídia - utilização dos instrumentos de mídia para disseminar a cultura do bem viver e controle social sobre o poder da mídia, sobretudo no conteúdo direcionado ao público jovem e infantil;
- Interferência nas políticas pública urbana de modo que favoreçam a sociedade do bem viver.
2) Economia - Produção e Consumo Sustentável
- Investir na formação de lideranças com competência para transformar nossa espiritualidade frente aos desafios de uma economia pautada na nova cultura de produção e consumo sustentáveis;
- Necessidade de uma nova comunicação, não manipuladora, transmissora de conhecimento e socializadora das experiências que o povo está vivendo se apropriando das novas tecnologias e explorando a interatividade;
- Que tenhamos uma agricultura familiar eficiente, com tecnologias contemporâneas, sem agrotóxicos, com capacitação e forma solidária de organização, produção, comercialização e consumo sustentáveis.
3) Cidade Modelo de Gestão e Democracia
- Controle Social com criação e manutenção de Conselhos Deliberativos - formação continuada para conselheiros e conselheiras. Estímulo ao Orçamento Participativo com incentivo à aplicação de recursos tecnológicos
- Destaque para implantação de infraestrutura e planejamento - levando em conta as especificidades das regiões metropolitanas - incentivo aos consórcios.
- Organização de Políticas públicas levando em conta os territórios rural e urbano - com acessibilidade, diversidade e sustentabilidade.
4) Agroeconomia e Agronegócio (agrotóxicos nas lavouras)
- Dizer não aos agrotóxicos - conscientização da população do uso de produtos que não contenham agrotóxicos.
- Luta e mobilização para formar uma rede de comunicação e orientação da população - que divulgue a economia solidária e o plantio de frutas e verduras que não contenham agrotóxicos;
- Formar Mobilização popular conscientizando os poderes públicos da necessidade de mudança na legislação.
5) Matriz energética e modelos alternativos
- Impedir a aprovação novo código florestal
- Lutar contra a construção de barragens que não atenda as necessidades do povo brasileiro
- Lutar contra a privatização do setor hidrelétrico brasileiro
- Mudança no padrão de consumo de energia - menor e mais consciente
6) Sustentabilidade e Mudanças Climáticas: Água - Bacias Hidrográficas
- Educação ambiental - voltada para a preservação hídrica
- Necessidade de discussão do saneamento básico - saindo do institucional - saindo das grandes empresas e passando por um saneamento básico feito pelas comunidades - como saneamento rural e fossas sépticas;
- Apelo para a sociedade civil e para os representantes do poder público - no sentido de assumirem a luta pelo controle das Bacias Hidrográficas, elas correm o risco de ficarem nas mãos das grandes empresas, que pagam pouco e poluem muito - colocando em risco a preservação dessas bacias hidrográficas.
7) Bíblia - Profetismo e a Sociedade do Bem Viver
Jaime C. Patias Cerebração recorda os Mártires da Caminhadaenta ações políticas - Conscientização para anunciarmos o Senhor Jesus - (o mundo plainava sobre as águas porque tudo era treva) Buscar o profetismo na Bíblia é levantar homens e mulheres de coragem para assumirem as bandeiras sociais de todas as pastorais e movimentos em prol da fé e política, lutando contra qualquer tipo de corrupção.
- Reconstrução do templo político - em que sejam apresentadas propostas diferentes e que se valorize o voto de cada cidadão - pois o voto tem conseqüência - honestidade em primeiro lugar.
- Coletividade - União de todos num só movimento de Fé e Política em prol da reconstrução das estruturas da igreja com respeito das pastorais e movimentos, em vista da democracia plena.
8) Direitos Humanos: Por uma cultura de paz
- Retomar o terceiro programa nacional de Direitos humanos e assumi-lo efetivamente, como nova bandeira, trabalhando por sua concretização.
- Introdução dos temas: Direitos Humanos e Cidadania na educação nacional, em todos os níveis, fundamental, médio e superior;
- Pressionar o congresso Nacional para a aprovação da PEC 438 para erradicação do trabalho escravo no Brasil - Revisão da Legislação Penal para garantia do princípio da individualização da pena, para que pessoas que cometeram crimes semelhantes cumpram a pena no mesmo espaço. Fomentar a re-socialização dos presidiários em especial dos albergados;
9) Trabalho - Direitos de todos/as - conflito Capital X Trabalho
- Resistir a toda retirada de direitos, privatizações e andamentos dos projetos contra o cidadão
- Mobilizar e formar as bases
- Lutar por novos direitos e por uma nova sociedade.
10) Ciência e Tecnologia - Bioética, biotecnologia e 17) Saúde e a Sociedade do Bem Viver
- Mais investimento na qualificação do conselho. Que os conselheiros sejam formados e buscar mais participação popular, para fazerem parte das ações que são propostas.
- Investir mais na educação ( promoção e prevenção em saúde) o que trará diminuição no orçamento e melhor qualidade de vida.
- Planejamento do orçamento direcionado a saúde.
- Superar o déficit do orçamento para saúde nas três esferas federal, estadual, municipal.
- Melhorar a estrutura dos conselhos em nível nacional, estadual e municipal.
- Repensar a estrutura da hierarquia dos serviços ao SUS, como na equipe de especialidades.
- Regulamentação do PEC 29 ORÇAMENTO/INVESTIMENTO
- Organizar todos os setores da sociedade que militam na área da saúde tais como: Pastoral da criança, da saúde, ONGs, fóruns e outros, para trabalhar as questões na campanha da fraternidade.
11) Superação da Criminalização da Juventude (rótulos) - nascem dentro da nossa igreja (jovem como fazedor de coisas e não como protagonistas)
Jaime C. Patias A participação da juventude - Educação de qualidade - (não apenas formal) educação social (diversos cursos) e um olhar voltado para as famílias para que elas possam educar os jovens
- Protagonismo social - participação dos jovens nos meios sociais de transformação - na elaboração das políticas públicas para a juventude; (criadas a partir do jovem e não olhando para o jovem) - com olhar para a diversidade de juventude brasileira, para que ela diga o que ela precisa;
- Construção de políticas públicas a partir do jovem. Além da participação da juventude, uma organização estrutural para que a juventude consiga chegar ao poder. Prevenção da vida, por meio da exclusão dos meios de morte (drogas, violência) para que a juventude possa sair da criminalização e dos rótulos que a sociedade lhe impõe.
12) Uso e Tráfico de Drogas - Enfrentamento da Cultura de Morte
- Investimentos em políticas públicas de prevenção com foco centralidade nas famílias
- Abordagens preventivas de álcool e outras drogas na área de educação formal e social
- Controle social e proibição da propaganda de substâncias psicoativas lícitas (álcool, remédios e tabaco).
13) Relações de Gênero, Raça e Etnia
- Debater o tema de Gênero, raça e etnia na educação formal e informal. Levar o debate e o conhecimento da Lei nº 10639 da história africana e a história do povo negro e a Lei 11645 - dos Povos Indígenas. Que esse debate permeie os espaços da comunidade, das instituições religiosas e em qualquer espaço público. Na educação seja aplicada nem todos os níveis de educação.
- Formação política para as mulheres, no sentido de que percam o medo de assumirem ao poder na política. (vereadoras, deputadas, senadoras, prefeitas)
- Autonomia, superação e combate ao racismo, à discriminação e à intolerância religiosa. Que a gente use o conceito do Bem Viver para encobrir as injustiças e as desigualdades social e racial. Enfim, lutar e resistir.
14) Ética, Democracia, Participação e Controle Social
Ética - Não só a ética do ponto de vista da política estrutural, mas ética nos espaços de participação da sociedade civil. (reprodução das velhas práticas nos espaços sociais)
Reforma Política, Reforma no Judiciário - e No Poder Político.
Formação e qualificação da participação social
Desafios
- Precisamos acreditar na revitalização da participação popular, com investimento no processo de qualificação continuada.
- Atenção no desempenho ético dos Conselhos e dos conselheiros, para que não reproduzam as velhas práticas e que tenham estímulo em participar.
- Criar uma agenda de participação social com temas que sejam atrativos aos jovens e que acumulem forças para participação na sociedade e nas reformas estruturantes que o país necessita.
15) Pessoas com deficiência, inclusão e acessibilidade
- Educação - Direito de todos, dever do estado e da família - Instituições de ensino com todos os níveis profissionais a capacitados e acessibilidade assegurada.
- Mercado de Trabalho - acesso das pessoas com deficiência à capacitação técnica profissional para inclusão no mercado de trabalho e geração de Renda
- Políticas Públicas - Ampla e constante divulgação dos marcos legais existentes (direitos e deveres) - Fiscalização rigorosa das cotas e acessibilidade dos órgãos governamentais no cumprimento das leis e participação efetiva no controle social através dos conselhos.
16) Meios de comunicação social: Controle e Democratização
- Assumir a democratização dos meios de comunicação como bandeira dos movimentos populares, garantindo o controle social e a construção de meios que representem efetivamente a diversidade de interesses e culturas
- Fortalecimento dos meios de comunicação alternativos e contra hegemônicos, como parte de um projeto político orientado por novas formas de ler o mundo e compartilhar as produções, conteúdos e culturas.
- Educação e formação para a comunicação possibilitando a capacidade de leitura social por meio da compreensão do papel dos meios de comunicação na sociedade em que vivemos.
Os participantes do 8º Encontro Nacional de Fé e Política.
Fonte: www.fepolitica.org.br

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Uma teologia da libertação ''made in Africa''?

O papa lança a nova teologia da libertação sob a forma de "globalização da solidariedade". Nas 130 páginas da exortação apostólica Compromisso da África, Bento XVI reiterou a centralidade da atenção aos pobres, define o analfabetismo como "flagelo" semelhante à Aids, à malária, à tuberculose, e mobiliza a Igreja a salvar os jovens da "falta de formação, do desemprego, da exploração política", para que não caiam na "frustração" e possam "tomar em suas mãos o seu próprio futuro".

Temas particularmente caros aos teólogos da libertação, que, partindo da América do Sul, catalizaram, nos anos 1970 e 1980, o debate eclesial sobretudo no Terceiro Mundo. Até às "fugas à frente" condenadas e sancionadas pela Santa Sé. As comunidades eclesiais de base (CEBs), núcleos ecumênicos comprometidos em viver uma fé de participação nos problemas da sociedade, que colocaram raízes um pouco em todos os países, mas especialmente no Brasil e na Nicarágua, tiveram uma notável difusão nesse período. No Brasil, graças também ao apoio do cardeal de São Paulo, Paulo Evaristo Arns, e do bispo Helder P. Câmara, surgiram quase 100 mil. Na Nicarágua, inúmeros sacerdotes e leigos católicos participaram da luta armada contra a ditadura de A. Somoza e, depois, sacerdotes como Ernesto Cardenal e Miguel D'Escoto entraram no governo sandinista.

A terceira reunião do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano), realizado em Puebla, no México, em 1979, embora reafirmando e desenvolvendo os princípios elaborados em Medellín, também evidenciou o surgimento de uma forte oposição, trazida por setores conservadores, às teses da teologia da libertação. Essa oposição foi se reforçando nos anos 1980 graças ao apoio do Papa João Paulo II.

Os principais artífices da teologia da libertação foram progressivamente afastados dos nós hierárquicos superiores, e o seu campo de ação foi gradualmente reduzido. Emblemático foi o caso do frei franciscano Leonardo Boff, que, depois de diversos processos eclesiásticos, abandonou a ordem em 1992.

Agora, com tons de dolorosa solicitude social, a exortação que surgiu do Sínodo para a África, indica claramente a necessidade de combater "a exploração e a malversação locais e estrangeiras" que privam as populações africanas dos seus próprios recursos naturais, aumentando a "pobreza" e impedindo "que os povos africanos consolidem as suas próprias economias". Por isso, o papa pede que os governos protejam os "bens fundamentais, como a terra e a água" para a vida das gerações futuras e para a paz.

A lembrança afetuosa do ex-decano do Sacro Colégio, o cardeal Bernardin Gantin (desde o início, atento às instâncias da teologia da libertação) é significativo a esse respeito. O papa elogia o seu "senso de discernimento, a capacidade de não cair em certas fraseologias, mas de entender o que era o essencial e o que não fazia sentido", com uma referência que parece atribuível justamente à sua atitude diante da teologia da libertação.

"O Benin é o país do meu caro amigo, o cardeal Bernardin Gantin: eu sempre tive o desejo de rezar, um dia, em seu túmulo", afirmou Bento XVI. "Para mim, ele foi realmente um grande amigo e, portanto, visitar o país do cardeal Gantin, como um grande representante da África católica e da África humana e civil, é para mim um dos motivos pelos quais queria vir a este país".

Depois, o pontífice recorda: "Eu vi o cardeal Gantin pela primeira vez na minha ordenação a arcebispo de Munique, em 1977. Ele tinha vindo porque um dos seus alunos era meu discípulo: assim, idealmente, já existia entre uma amizade, sem ainda nos termos visto. Nesse dia decisivo da minha ordenação episcopal, foi bonito para mim encontrar esse jovem bispo africano, cheio de fé, alegria e coragem".

Assim, acrescenta: "Colaboramos muito entre nós, sobretudo quando ele era prefeito da Congregação para os Bispos e depois no Sacro Colégio. Eu sempre admirei a sua inteligência prática e profunda, o seu senso de discernimento, de não cair em certas fraseologias, mas de entender o que era o essencial e o que não fazia sentido. E depois o seu verdadeiro senso de humor, que era muito bonito". E, acima de tudo, enfatiza Joseph Ratzinger, ele era" um homem de profunda fé e de oração. Tudo isso fez do cardeal Gantin não só um amigo, mas também um exemplo a seguir, um grande bispo africano, católico. Estou realmente satisfeito de pode agora rezar sobre o seu túmulo e sentir a sua proximidade e a sua grande fé, que o torna, para mim, um exemplo e um amigo".

A reedição em terras africanas da opção preferencial pelos pobres, obviamente, não equivale a "apagar" os excessos da corrente de pensamento católica, que se desenvolveu na América Latina e que tende a evidenciar os valores de emancipação social e política presentes na mensagem cristã. Ainda mais que os cristãos de base atribuem a João Paulo II o fato de ter "normalizado", nos anos 1980 e 1990, o clero e o episcopado sul-americanos e de tê-lo repleto de expoentes do Opus Dei e dos Legionários de Cristo, colocando à margem aqueles teólogos da libertação que haviam deslocado muito para a esquerda o baricentro da Igreja, dialogando com aquele comunismo que o Vaticano, ao contrário, estava combatendo no Leste Europeu.

E a atual e dramática hemorragia de fiéis em favor das seitas evangélicas seria também o fruto da marginalização dos padres em mais estreito contato com as classes populares e com as massas das favelas. O nascimento do movimento remonta ao Celam, realizado em 1968 em Medellín, na Colômbia, quando os representantes da hierarquia eclesiástica do subcontinente tomaram uma posição em favor dos grupos mais desfavorecidos da sociedade latino-americana e da sua luta e se pronunciaram em favor de uma Igreja popular e socialmente ativa.

A denominação tornou-se universal depois da publicação do livro do sacerdote peruano Gustavo Gutiérrez, Teologia da Libertação (1971). A difusão em quase todo o subcontinente, durante os anos 1970, de ditaduras militares ou de regimes fortemente repressivos, muitas vezes causa de agudos atritos entre amplos setores da Igreja Católica e os poderes constituídos, incentivou o compromisso dos teólogos da libertação que estavam elaborando propostas cada vez mais radicais para enfrentar o agravamento da crise política e social latino-americana.


A reportagem é de Giacomo Galeazzi, publicada no sítio Vatican Insider, 19-11-2011. A tradução é de Moisés Sbardelotto.

Fonte: IHU

Pensamentos e sonhos sobre o Brasil

O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Temos tudo para sermos a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram.

1. O povo brasileiro se habituou a “enfrentar a vida” e a conseguir tudo “na luta”, quer dizer, superando dificuldades e com muito trabalho. Por que não iria “enfrentar” também o derradeiro desafio de fazer as mudanças necessárias, para criar relações mais igualitárias e acabar com a corrupção?

2. O povo brasileiro ainda não acabou de nascer. O que herdamos foi a Empresa-Brasil com uma elite escravagista e uma massa de destituídos. Mas do seio desta massa, nasceram lideranças e movimentos sociais com consciência e organização. Seu sonho? Reinventar o Brasil. O processo começou a partir de baixo e não há mais como detê-lo.

3. Apesar da pobreza e da marginalização, os pobres sabiamente inventaram caminhos de sobrevivência. Para superar esta anti-realidade, o Estado e os políticos precisam escutar e valorizar o que o povo já sabe e inventou. Só então teremos superado a divisão elites-povo e seremos uma nação una e complexa.

4. O brasileiro tem um compromisso com a esperança. É a última que morre. Por isso,tem a certeza de que Deus escreve direito por linhas tortas. A esperança é o segredo de seu otimismo, que lhe permite relativizar os dramas, dançar seu carnaval, torcer por seu time de futebol e manter acesa a utopia de que a vida é bela e que amanhã pode ser melhor.

5. O medo é inerente à vida porque “viver é perigoso” e sempre comporta riscos. Estes nos obrigam a mudar e reforçam a esperança. O que o povo mais quer, não as elites, é mudar para que a felicidade e o amor não sejam tão difíceis.

6. O oposto ao medo não é a coragem. É a fé de que as coisas podem ser diferentes e que, organizados, podemos avançar. O Brasil mostrou que não é apenas bom no carnaval e no futebol. Mas também bom na agricultura, na arquitetura, na música e na sua inesgotável alegria de viver.

7. O povo brasileiro é religioso e místico. Mais que pensar em Deus, ele sente Deus em seu cotidiano que se revela nas expressões: “graças a Deus”, “Deus lhe pague”, “fique com Deus”. Deus para ele não é um problema, mas a solução de seus problemas. Sente-se amparado por santos e santas e por bons espíritos e orixás que ancoram sua vida no meio do sofrimento.

8. Uma das características da cultura brasileira é a alegria e o sentido de humor, que ajudam aliviar as contradições sociais. Essa alegria nasce da convicção de que a vida vale mais do que qualquer coisa. Por isso deve ser celebrada com festa e diante do fracasso, manter o humor. O efeito é a leveza e o entusiasmo que tantos admiram em nós.

9. Há um casamento que ainda não foi feito no Brasil: entre o saber acadêmico e o saber popular. O saber popular nasce da experiência sofrida, dos mil jeitos de sobreviver com poucos recursos. O saber acadêmico nasce do estudo, bebendo de muitas fontes. Quando esses dois saberes se unirem, seremos invencíveis.

10. O cuidado pertence à essência de toda a vida. Sem o cuidado ela adoece e morre. Com cuidado, é protegida e dura mais. O desafio hoje é entender a política como cuidado do Brasil, de sua gente, da natureza, da educação, da saúde, da justiça. Esse cuidado é a prova de que amamos o nosso pais.

11. Uma das marcas do povo brasileiro é sua capacidade de se relacionar com todo mundo, de somar, juntar, sincretizar e sintetizar. Por isso, ele não é intolerante nem dogmático. Gosta e acolhe bem os estrangeiros. Ora, esses valores são fundamentais para uma globalização de rosto humano. Estamos mostrando que ela é possível e a estamos construindo.

12. O Brasil é a maior nação neolatina do mundo. Temos tudo para sermos também a maior civilização dos trópicos, não imperial, mas solidária com todas as nações, porque incorporou em si representantes de 60 povos que para aqui vieram. Nosso desafio é mostrar que o Brasil pode ser, de fato, um pedaço do paraíso que não se perdeu.


Leonardo Boff

teólogo e escritor