quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Conferencia Dos Povos do São Francisco e do Semi Arido


Conferência indica linhas estratégicas para a ação popular - 27/02/2008


Hoje (27) os mais de 200 participantes da Conferência dos Povos do São Francisco e do Semi-Árido apontaram as linhas estratégicas norteadoras para consolidação e unificação das lutas gerais e regionais. Mesmo com o encerramento previsto para o final da tarde, amanhã (28) o bispo Luiz Cappio deve subir uma serra, em Juazeiro (BA), para benzer a capela em construção no acampamento do projeto Salitre, ligado ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).O entendimento geral da Conferência é dar continuidade às lutas populares com intensidade e com apresentação das alternativas de desenvolvimento, contrárias ao modelo adotado atualmente, que tem aumentado conflitos e desigualdades. O encerramento acontece no final da tarde de hoje com uma celebração nas margens do rio e a concretização da Carta de Sobradinho – São Francisco e Semi-Árido se unem pela vida. O documento é a reunião dos principais indicativos, pontos debatidos e encaminhados na Conferência. A noite o bispo Luiz Cappio recebe, na Câmara Municipal, o título de cidadão do município.CelebraçãoAmanhã (28) de manhã o bispo Luiz Cappio deve subir uma serra localizada no acampamento Salitre, em Juazeiro (BA), para benzer as obras da Capela de São Francisco, ainda em construção. O acampamento é ligado ao movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e reúne cerca de mil famílias. A atividade terá a participação de acampados e assentados a região.Ontem (26) Dom Cappio celebrou missa na Capela de São Francisco, onde fez 24 dias de jejum, no final do ano passado, contra o projeto de transposição. O local foi lotado pelos moradores de Sobradinho e os participantes da Conferência. Bastante emocionado ele chegou dizer que “a volta a Sobradinho é como voltar a um pesadelo” e completou “a luta não é como um jogo de futebol que após 90 minutos se sabe quem ganhou ou perdeu, a luta tem o tempo que dura a própria vida”.A conferência teve início na segunda-feira (25) com representantes de 13 estados (Alagoas, Sergipe, Pernambuco, Bahia, Paraíba, Rio Grande do Norte, Piauí, Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Goiás e Paraná) além do Distrito Federal e outros dois países, Alemanha e Argentina. Desde então, aconteceram palestras, debates e plenárias.Entre as entidades representadas estão os Movimentos dos Pequenos Agricultores (MPA), dos Atingidos por Barragens (MAB), das Mulheres Camponesas (MMC) e dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Marcha Mundial das Mulheres; Conselho Pastoral dos Pescadores; Comissão Pastoral da Terra; Cáritas; Instituto Regional da Pequena Agricultura Apropriada (IRPAA); Sindicatos de Trabalhadores Rurais; Sindicato dos Trabalhadores em Água e Esgoto no Estado da Bahia (SINDAE); Pólo Sindical de Petrolina (PE); Fórum Permanente da Bahia em Defesa do São Francisco; Conselho Indigenista Missionário (CIMI); as Frentes: Cearense por uma Nova Cultura de Água Contra a Transposição e a Paraibana Contra a Transposição; CESE; KOINONIA; CAA; Ministério Público da Bahia; Comitê Paulistano Contra a Transposição; Pastoral da Juventude do Meio Popular; Conlutas; Diretório Central dos Estudantes de Minas Gerais; Consulta Popular; Conselho dos Religiosos do Brasil (CRB); representantes de comunidades indígenas – Pipipã, Truká e Tupã, quilombolas, vazanteiros, geraiseiras, catingueiras e pescadores, entre outras.Contatos:Coordenação/ AssessoriaRuben Siqueira (CPT) – (71) 92086548Derli Casali (MPA) – (87) 96332267Eldo (MAB) – (74) 91258050

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

A Verdadeira Proposta da CF 2008



Artigo: A Força da Misericórdia

Por Dom Demétrio Valentini, bispo de Jales


A causa da vida é tão importante, que convém chamar logo o Evangelho. Neste assunto, nada melhor do que conferir os ensinamentos de Cristo. Ele mesmo fez questão de afirmar: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”. A própria seqüência dessas afirmações coloca a vida como ponto de chegada, como realidade mais alta, como meta final a atingir. Para chegar à vida é preciso tomar um caminho, descobrir a verdade, e só então contemplar o vasto panorama da vida.Existe uma página do Evangelho que nos surpreende, e parece vir bem a propósito da Campanha da Fraternidade deste ano. Ela mostra com muita evidência a absoluta prioridade da misericórdia, e a urgência de desarmar os espíritos quando abordamos questões ligadas à vida.Trata-se do episódio da mulher adúltera, narrado por João, no capítulo oito do seu Evangelho. Vale a pena conferir de perto esta surpreendente narrativa. Jesus estava ensinando o povo no templo. Foi então que “os escribas e os fariseus trouxeram uma mulher apanhada em adultério, e disseram a Jesus: ‘Mestre, esta mulher foi flagrada cometendo adultério. Moisés, na Lei, nos manda apedrejar tais mulheres. E tu, o que dizes?” (Jo 8,5) Traduzindo para o contexto da Campanha da Fraternidade deste ano, poderíamos colocar: “Esta mulher foi flagrada praticando aborto. A lei de nosso país estabelece que isto é crime. E tu, o que dizes?”Pois bem, colocado frente a este embaraçoso desafio, o que fez e o que disse Jesus? “Inclinando-se, começou a escrever no chão”(Jo8,6). Jesus não respondeu logo. Certamente não porque não soubesse a resposta. Mas para nos ensinar que diante de situações trágicas não devemos ter respostas feitas e prontas. Pois é preciso ter presente a complexidade das situações vividas pelas pessoas. Jesus sempre convidava para a reflexão, mesmo quando ensinava verdades mais amenas, através de suas parábolas, que tinham a finalidade de despertar para a meditação, para o aprofundamento da verdade e para a sua prática conseqüente. “Como insistissem em perguntar, Jesus ergueu-se e disse: ‘quem dentre vós não tiver pecado, atire a primeira pedra’.. e continuou a escrever no chão”. (Jo 8, 7). Diante de situações dramáticas, é preciso interpelar as consciências. Antes de julgar os outros, é preciso conferir a própria coerência, constatar suas fraquezas, e abandonar a prepotência de quem se julga dono da verdade e imune a interpelações. “Ouvindo isto, foram saindo um por um, a começar pelos mais velhos.”(Jo 8,9).Jesus inverteu o julgamento. Todos apontavam o dedo para a mulher, como se fosse a única culpada. Jesus meteu o dedo na consciência dos primeiros responsáveis pela situação, tirando-lhes a máscara de acusadores, e desnudando sua condição de criminosos. Arrancar a máscara de hipocrisia, que se esconde atrás de aparências de honestidade, e cria vítimas para tranqüilizar a consciência, esta a tarefa urgente desta Campanha da Fraternidade. “Jesus ficou sozinho com a mulher que estava no meio, em pé. Ele levantou-se, e disse: Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou? Ela respondeu: ‘ninguém, Senhor’. Jesus então lhe disse: Eu também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais” (Jo 8, 9-11). Esta narrativa nos envolve nas mesmas interpelações. Em primeiro lugar, sentimos a urgência de nos escudar com as palavras e atitudes de Cristo. Diante de tanta gente com pedras na mão, prontos a executar sentenças condenatórias, a autoridade de Cristo recompõe a hierarquia de valores. Antes dos julgamentos, antes das condenações precipitadas, é preciso dar prioridade à misericórdia. “A misericórdia triunfa do julgamento” (Tg 2,13).A força da misericórdia reconstrói a dignidade das pessoas, e as coloca de novo em condições de assumir os compromissos da vida. Misericórdia não significa tolerância com o pecado. Significa o triunfo do amor, que regenera, reintegra, e refaz a vida com novo vigor. “Nem eu te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais”. Este o testemunho de Cristo. Esta a proposta da Campanha da Fraternidade.
Publicado em 22/02/2008 - 08:50

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Dom Pedro Casaldaliga


Segue abaixo uma homenagem de Paulo Suess, assessor teológico do Cimi, a Casaldáliga.


Homenagem a Dom Pedro
80 anos ultraleve de Deus


Profeta, posseiro
do tempo que aras
com pena de poeta
e asas de ultraleve.

Missionário místico,
maracá do Reino,
mártir de raspão,
testemunha sempre.

Peregrino das Américas,
veleiro em alto-mar
onde paz e tempestade
se abraçam no perdão.

Sinal de contradição,
sino de esperança
desde o mundo indígena
badalando indignação.

Irmão dos pobres,
raiz com asa
cata-vento de Deus
romeiro sem casa.

Trigo perdido
na margem do Araguaia
utopia nas encruzilhadas
da memória do povo.

Apareceste entre os humanos
em tempo de vacas magras,
lutaste para virar o mundo,
ao avesso, para todos.

Trocaste a carreira pelo Caminho,
a correria pela caminhada,
o grito pela canção -
Quixote e Macunaíma.

Lutaste por terra para viver,
sonhaste vinho para todos
e pão - como tua vida -
consagrado, repartido.

Das pedras fizeste
caminhos e pontes,
das perdas e dores
novos horizontes.

Pedro, divina energia
pedra preciosa
dom de Deus,
presente, Eucaristia.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Homenagem a Ir. Dorothy - Dom Erwin Krautler


Dom Erwin Krautler
Homenagem a Ir. Dorothy


Homilia de Dom Erwin Krautler na Eucaristia celebrada por ocasião do terceiro aniversário de morte de Irmã Dorothy Mae Stang.


Caríssimos irmãos e irmãs em Nosso Senhor Jesus Cristo, Celebramos o terceiro aniversário da morte de nossa Irmã Dorothy. Em 12 de fevereiro de 2005 ela foi brutalmente executado. Durante esses três anos muitas vezes fui perguntado por que uma Irmã que consagrou sua vida aos pobres e acompanhou sua luta por mais dignidade, por justiça e pelos mais elementares direitos de ter um chão para plantar e colher, por que essa Irmã dos pobres sofreu uma morte tão cruel. A resposta é simples e todos nós sabemos qual é. Ao colocar-se decididamente ao lado dos desfavorecidos, excluídos por um sistema capitalista selvagem que reina em nossa região, ela contrariou os interesses e as ambições de uma oligarquia que quer apoderar-se da Amazônia para usufruir de suas riquezas sem nenhuma preocupação pelas conseqüências para as futuras gerações. O lema é „aproveite-se enquanto puder" e quem esboçar uma reação contra esta investida, corre risco de vida porque os representantes deste sistema agressivo à Amazônia reagem e conspiram imediatamente contra quem não rezar por sua cartilha. Dorothy foi vítima de seu amor à Amazônia. Por causa deste amor perdeu a vida. A classe política se fez presente no dia do sepultamento de nossa Irmã. Anapu nunca viu tanto senador e deputado federal ou estadual. Hoje estou convicto de que a maioria dos que se fizeram presentes naquele funeral veio por causa da mídia que cobriu o triste evento. Essas autoridades que choraram ao lado do féretro queriam mostrar para o mundo que não compactuam com a morte e violência na Amazônia. Mas não deram nenhuma amostra de engajamento corajoso e valente para mudar a realidade. Não se converteram e a idéia de desenvolvimento que têm em relação a nossa região é meramente economicista. Pensa-se só em lucros imediatos e propositadamente se ignora as perdas irreparáveis. Delega-se às futuras gerações o enfrentamento da desgraça causada nestes tempos. É abominável uma geração descuidar de seus filhos e netos, deserdando-os por privá-los das mais elementares condições de sobrevivência. Nos meses passados fomos sempre de novo alertados para o risco que a Amazônia corre, de sofrer danos sem precedentes. O ambicioso Plano de Aceleração do Crescimento, PAC, visa melhorar a infra-estrutura de transportes, comunicação e energia na região. À primeira vista o plano parece favorável à região. No entanto traz no bojo a ameaça de destruição da maior floresta tropical do mundo. Ao lado das investidas da parte de fazendeiros que mesmo multados insistem nas queimadas, ao lado da exploração por parte de madeireiros que, apesar de terem sido confiscados milhares de toras, continuam a derrubar, serrar e transportar clandestinamente madeiras de lei, ao lado desta depredação já em curso, a construção de barragens e de extensos linhões para transmissão de energia elétrica levará fatalmente a um desmatamento generalizado. Irmã Dorothy foi morta porque denunciou essas agressões ao meio-ambiente que já a médio prazo prejudicarão o lar (oikos) habitado pelos povos da Amazônia.
Causa-nos revolta e indignação que o segundo julgamento do réu confesso Rayfram foi anulado, alegando-se que, „ao executar a freira, estaria potencialmente sob ameaça de cinquenta homens armados, os posseiros de Dorothy Stang". É incrível até que ponto um advogado de defesa chega e mais incrível ainda é que não foi preso por ter levianamente acusado os agricultores do PDS de „pistoleiros", equiparando-os ao criminoso que matou a Irmã. E pior, graças a essa intervenção o júri é anulado!
Que Justiça é essa que de repente inverte os papéis, imputando a criminalidade à pobre Irmã que derramou seu sangue e alegando legitima defesa para o assassino que disparou cinco tiros em cima da vítima indefesa, cuja única arma fora a Bíblia Sagrada?
Que Justiça é essa que depois de três anos não conseguiu ainda completar os inquéritos ou então os encerrou por motivos que nunca conseguem convencer-nos?
Que Justiça é essa que adia de ano em ano o processo contra pessoas altamente suspeitas de ter encomenado o crime?
Que Justiça é essa que nunca levou a sério a existência do „consórcio do crime" nesta terra? O Evangelho proclamado neste dia (Mt 6,5-14) faz parte do Sermão da Montanha. Jesus ensina a seus discípulos e discípulas a rezar. É a oração por excelência da Igreja e de todos os cristãos e cristãs. Cada versículo merece uma meditação especial, cada palavra é sacrossanta e toca o nosso coração.
No contexto desta Santa Missa em que lembramos o terceiro aniversário de morte da Irmã Dorothy, escolhemos o pedido „Venha nós o vosso Reino!"
Nascemos neste mundo, mas somos cidadãos, cidadãs de outro mundo. Somos chamados a colaborar na construção de um Reino que não é deste mundo, mas é para este mundo. Essa missão não é nada fácil. Somos enviados „como ovelhas entre lobos" (Mt 10,16; Lc 10,3). Muitos rejeitam a mensagem que queremos anunciar. Não a rejeitam apenas, mas querem eliminar a mensagem e a quem a anuncia. Mas também nesta realidade conflitiva ouvimos as palavras de Jesus: „o servo, a serva não é maior que o seu senhor. Se eles me perseguiram, também a vós perseguirão" (Jo 15,20). O Reino é dádiva divina, é graça de Deus, mas não dispensa nosso empenho. O que caracteriza mesmo o cristão, a cristã, é a perseverança em meio a adversidades e frente ao ódio e à violência.
Tombam irmãos e irmãs, sacrificados, executados pelos asseclas de um sistema iníquo, mas quem acredita no Reino de Deus e em sua justiça, não vacila nem treme. O sangue derramado de Irmã Dorothy, de Dema, de Brasília e de tantos outros por esta Amazônia afora é semente fecunda que se multiplica em inúmeros irmãos e irmãs que continuam no Caminho, apostam na utopia do Reino, acreditam no triunfo final de Cristo Senhor, não recuam e, se preciso for, estão dispostos a dar até a própria vida.
„Venha a nós o Vosso Reino!" „Reino da verdade e da vida, reino da santidade e da graça, reino da justiça, do amor e da paz" (Prefácio de Cristo Rei). Amem.
Anapu, 12 de fevereiro de 2008

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Ano Internacional do Saneamento

Saneamento Basico


Esgoto...a ceu aberto!!! Falta de saneamento básico é a segunda causa da mortalidade infantil....











Ano Internacional do Saneamento
O ano de 2008 foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Ano Internacional do Saneamento. Durante a Conferência em Porto Alegre, especialistas irão debater esse tema na busca de soluções e alternativas que permitam acelerar o cumprimento do Objetivo do Desenvolvimento do Milênio (ODM) de reduzir pela metade, até 2015, o número de pessoas que não possuem saneamento básico. Segundo dados da própria ONU, cerca de 2,6 bilhões de pessoas, entre elas 980 milhões de crianças, não têm acesso ao saneamento básico. No ritmo atual dos governos, em 2015 ainda serão 2,4 bilhões de pessoas necessitando de serviços de saneamento ambiental básico. As crianças são as principais afetadas com vidas perdidas, falta de educação escolar, enfermidades, desnutrição e pobreza.
Na América Latina e no Caribe, regiões nas quais mais de 10 milhões de pessoas carecem de saneamento básico, a falta desse serviço é a segunda causa de mortalidade infantil. A expectativa é que na América Latina, até 2015, 10 milhões de pessoas devem ter acesso a um saneamento básico melhorado.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Irmã Dorothy Stang - Sempre Viva!!!






Ir. Dorothy respondeu com a leitura da Bíblia aos seus assassinos, que mancharam de sangue a camisa que trazia no peito a inscrição: "A morte da floresta é o fim da nossa vida", marca registrada da missionária.


Aberta as comemorações do Centenario Dom Helder Camara




Abertas as comemorações do Centenário Dom Helder Câmara
Uma missa em Recife, na última quinta-feira, 7, marcou a abertura das comemorações do centenário de nascimento de dom Helder Câmara, arcebispo de Olinda e Recife, falecido em 27 de agosto 1999. Cerca de 700 pessoas participaram da missa, celebrada junto à sede do Regional Nordeste 2 da CNBB, com a presença de 17 bispos e 60 padres. Também o governador de Estado, Eduardo Campos, além de outras autoridades e personalidades participaram da celebração. Segundo o arcebispo de Maceió e presidente do Regional, dom Antônio Muniz Fernandes, a celebração não poderia ocorrer em melhor momento, lembrando a abertura da Campanha da Fraternidade, cujo tema é defesa da vida. “O tema da campanha se encaixa com os conceitos de dom Hélder, que defendeu a vida, o amor e a paz”, disse o arcebispo.Nascido em 7 de fevereiro de 1909, em Fortaleza (CE), dom Helder foi ordenado padre em 1931. Em 1952, foi nomeado bispo auxiliar do Rio de Janeiro e, em 1964, tornou-se arcebispo de Olinda e Recife onde ficou até se tornar emérito em 1985. Outras atividades deverão ocorrer durante o ano para lembrar o centenário de seu nascimento.


Em entrevista à Assessoria de Imprensa da CNBB, o bispo de Palmares (PE) e secretário do Regional, dom Genival Saraiva, explica o sentido da comemoração do centenário de dom Helder.


1. O que é o Centenário de Dom Helder Câmara? O Centenário de Dom Helder Câmara é nosso olhar no tempo, o dia 7 de fevereiro de 1909, dia de seu nascimento, em Fortaleza (CE). Não tem como endereço o culto à personalidade, mas visa reverenciar a memória e, principalmente, render graças a Deus pela existência desse Pastor da Paz, porque nele o dom da vida se tornou um serviço ao povo de Deus. A comemoração do seu nascimento nos dá a oportunidade de identificá-lo como homem de Deus, servidor da Igreja, pastor de todos, irmão dos pobres, com o objetivo de fazer chegar às bases o conhecimento da pessoa de Dom Helder, o Pastor da Paz.


2. De quem é esta iniciativa?A iniciativa de promover a comemoração do Centenário envolve o Regional Nordeste 2 da CNBB, a arquidiocese de Olinda e Recife, o Instituto Dom Helder Câmara (IDHeC) e a Universidade Católica de Pernambuco. De conformidade com a natureza da programação, a comemoração do Centenário de Dom Helder vai acontecer no âmbito do Regional Nordeste 2 da CNBB, com uma acentuação maior em Recife, por sua condição de Sede dessas instituições que assumem, de forma compartilhada, a programação que, todavia, por sua natureza e abordagem, ultrapassa os limites locais e fala à Igreja e à sociedade brasileira.



3. Quais os objetivos desta comemoração? O fator tempo já distancia do Helder das gerações mais novas que precisam conhecer as suas iluminações e contribuições em assuntos de interesse da vida da Igreja. Basta vê-lo ante a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), instituições a que está ligado, do momento de sua criação à maturidade de seu funcionamento.As novas gerações precisam conhecer Dom Helder por sua eficiente participação no Concilio Vaticano II. Por sua visão de Igreja, de sociedade, de mundo e por sua capacidade de articulação, ele contribuiu muito junto a Padres Conciliares, peritos e assessores, na elaboração do conteúdo dos Documentos Conciliares. Outro objetivo é tornar presentes as suas preocupações e contribuições em relação à vida do povo, com iniciativas que vencem a prática do assistencialismo, estimulam a promoção social e defendem a dignidade humana, a exemplo da Cruzada São Sebastião, Banco e Feira da Providência, bem como sua condição de corajoso defensor dos direitos humanos, da justiça e da paz. Essas preocupações e contribuições continuam sendo razão da ação evangelizadora da Igreja no Brasil


.4. Qual é a programação do ano centenário? A programação compreende momentos celebrativos, atividades científicas, culturais e marcos materiais que serão vividos, no período de 2008-2009. Em 2007, a partir de 11 de fevereiro, haverá a reapresentação do Programa de Dom Helder “Um olhar sobre a cidade”, na Rádio Olinda. Será realizado, também, o Seminário “O Século de Dom Helder: cristianismo e construção da cidadania no Brasil, ontem e hoje”, no período de 12 a 15 de maio, a cuja frente está a Universidade Católica de Pernambuco.Já as celebrações de aniversário de sua ordenação sacerdotal serão comemoradas na Igreja do Regional Nordeste 2, no dia 15 de agosto, e de sua morte, na Sé de Olinda, no dia 27 de agosto, com a participação da CNBB.Em setembro, a Universidade Católica de Pernambuco criará uma Cátedra, com a temática dos Direitos Humanos, sugestão de Dom Helder, ao receber o título de Doutor Honoris Causa. Em sua homenagem, será chamada Cátedra de Direitos Humanos Dom Helder Câmara. No site Observatório das Religiões, da Universidade Católica, estará inserido o legado inter-religioso de Dom Helder. Também a Câmara de Vereadores de Recife realizará uma sessão comemorativa.Em 2009, a referência de todas as atividades comemorativas é 7 de fevereiro, Dia do Centenário de Dom Helder, com a celebração eucarística, no Ginásio de Esportes Geraldão. Serão feitas gestões junto à Direção dos Correios para edição de Selo Comemorativo.Estão previstos, ainda, um segundo Seminário, de caráter internacional, com o tema “O Século de Dom Helder” e várias celebrações nos aniversários de ordenação e de morte de Dom Helder, além de uma cerimônia ecumênica.Outra atividade prevista é uma sessão comemorativa na Assembléia Legislativa de Pernambuco, as inaugurações do Memorial Dom Helder Câmara e da reforma da Igreja das Fronteiras e uma apresentação da Sinfonia dos dois mundos. Serão organizadas, também, exposições itinerantes e edição ou reedição de Obras de e sobre Dom Helder, como expressões culturais do seu centenário.



5. Qual o significado de Dom Helder para a Igreja do Brasil?A Igreja do Brasil tem registrado em sua história o lugar de Dom Helder, na gênese e na vida da CNBB. Por sua mística, contribuiu para a comunhão pastoral e para a colegialidade episcopal. A sua espiritualidade e o seu profetismo são exemplos a serem lidos e imitados. A ternura de sua personalidade e a firmeza de seus posicionamentos “Em defesa da vida” continuam falando à Igreja e à sociedade. A sua capacidade de diálogo e a coragem de denunciar as injustiças sociais devem também estar presentes na ação ministerial de todos os agentes pastorais da Igreja, na sua condição de discípulos missionários de Jesus Cristo. Nele, a ação pastoral e a construção da cidadania eram marcas indissociáveis. Sem dúvida, sua vida e seu ministério episcopal, sempre comprometidos com a causa dos pobres, com o drama dos injustiçados e perseguidos, no retrato peculiar dos governos militares, enfim, a defesa dos Direitos Humanos, são referências para a vida da igreja do Brasil.
Fonte: CNBB

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Condomínio de luxo de Brasília pode expulsar indígenas de suas terras







O crescimento imobiliário de Brasília (DF) está colocando em risco comunidades indígenas que vivem na região há mais de 20 anos. Sob ordem do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda (DEM), um condomínio de luxo será construído em uma área de proteção ambiental. O local, que possui um sítio arqueológico, foi tombado pela ONU em 1992, qualificado como “Reserva da Biosfera Mundial”. O condomínio habitacional pode abrigar 40 mil pessoas e a estimativa é que seu metro quadrado custe, em média, R$ 6 mil. A Fundação Nacional do Índio (Funai) afirmou que já providencia junto ao governo, um novo local para os índios que serão despejados. Das etnias Fulni-ô-Tapuya, Cariri-Xocó e Tuxá, esses indígenas já haviam sido retirados de suas terras, no Pernambuco, em 1969. No final do ano passado, eles enviaram uma carta à Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) denunciando o impasse.
31.01.2008
CPT
Fonte: Caritas

Pe Emir - Homenagem CEBs Arquidiocese SP


Padre Emir Rigon, animador, assessor, companheiro de luta e de uma luta boa de se brigar, a luta das CEBs, na construção de um outro mundo possível.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2008

Faceleu o padre Emir Rigon, assessor das CEBs na Arquidiocese de São Paulo - 04/02/2008



Por David Trombelli

Faceleu o padre Emir Rigon, assessor das CEBs na Arquidiocese de São Paulo - 04/02/2008

Nesse ano de 2008, estaremos caminhando por aqui na terra, sem o Padre Emir Rigon, animador, assessor, companheiro de luta e de uma luta boa de se brigar, a luta das CEBs, na construção de um outro mundo possível.O Emir, do chimarrão nas reuniões de inverno e dos pães e geléias caseiras, o Emir doquestionamentos e intervenções quase que irritantes, mas necessárias.O Emir do apoio incondicional as Comunidades da Região Belém e da equipe arquidiocesana das CEBs.Ele não caminha mais conosco aqui, no seu sono profundo sonha com o Reino, (que um dia virá), pois sabemos que Emir está lá em cima, garantindo que Deus olhe e cuide desta gente toda, gente como ele, Operário do Reino.Padre Emir faleceu nesta madrugada de 2ª feira de carnaval, dia 04 de fevereiro, por parada cardíaca enquanto dormia.Pároco na paróquia São João Batista no Jardim Colonial – Região Episcopal Belém.O velório começará ás 22:00 horas do dia 04/02 até 15 horas do dia 05/02 na sede paroquial.Av. José Velho Barreto, 281 – Jd. Colonial.Emir, interceda por nós aí em cima...

Abraços,

David TrombelliCEBs – Arquidiocese de São Paulo11 8166-884911 5583-1636