quinta-feira, 30 de junho de 2011

Mortalidade infantil entre indígenas aumentou 513%, aponta relatório


Quinta-feira, 29/06, lançamento do Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil – 2010 que mapeia as condições de violência e violações de direitos humanos enfrentados pela população indígena. Somente em 2010, 92 crianças morreram por falta de cuidados médicos, o que representa um aumento de 513% se comparado a 2009, quando foram contabilizadas 15 vítimas. Entre os casos, um triste destaque para a situação desoladora do povo Xavante de Mato Grosso, que perdeu 60 crianças das 100 nascidas vivas. Todas vítimas de desnutrição, doenças respiratórias e doenças infecciosas.

Em todo o país, pelo terceiro ano consecutivo, o número de assassinatos registrado chega a 60 casos. A maioria ocorreu no Mato Grosso do Sul, com 34 casos, o que representa 56% do total. O estado registra a segunda maior população indígena do país, com mais de 53 mil pessoas. “Algumas ocorrências aumentam, outras diminuem ou permanecem iguais, mas o cenário é o mesmo e os fatores de violência se mantém, reproduzindo os mesmos problemas”, afirma a doutora em Antropologia, Lúcia Helena Rangel, coordenadora da pesquisa.

Outro dado alarmante são os 33 casos de violência contra o patrimônio que evidenciam a situação conflituosa decorrente do modelo desenvolvimentista adotado pelo país, sobretudo pela falta de acesso à terra. “Mais uma vez é preciso afirmar que o pano de fundo das violências cometidas contra os povos indígenas, bem como a violação de seus direitos, é o desrespeito à demarcação de suas terras”, declara Lúcia. Além disso, 60 indígenas foram assassinados, outros 152 ameaçados de morte.

A metodologia de pesquisa empregada é a mesma utilizada nos anos anteriores: toma-se como fonte a imprensa escrita e virtual, rádios e veículos alternativos das mais diferentes cidades, bem como os registros sistemáticos efetuados pelas equipes do Cimi espalhadas pelos 11 regionais da entidade. Além disso, as informações provêm de relatórios policiais e do Ministério Público Federal. De acordo com Lúcia, os registros reproduzidos não esgotam todas as ocorrências acontecidas, mas indicam a tendência e as características dos ataques e ameaças que pesam sobre essa população.

Serviço

A publicação será lançada pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi) na quinta-feir, 29/06, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), às 15h. Na solenidade de lançamento está confirmada a presença do secretário geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner, da coordenadora da pesquisa, Lúcia Helena Rangel, do presidente e vice-presidente do Cimi, dom Erwin Kräutler e Roberto Antônio Liebgott, respectivamente, do conselho da entidade, e do colaborador Egydio Schwade, que durante muitos anos atuou junto ao povo Waimiri-Atroari, no Amazonas.

Com informações do CIMI, Conselho Indigenista Missionário

Fonte: Sul 21

Imprensa não sabe o que acontece na Amazônia, critica jornalista

Felipe Milanez | Foto: Arquivo Pessoal

Felipe Milanez: "A cobertura é extremamente tímida. O lugar é muito pior do que parece"

Daniel Cassol

Passado um mês da morte do casal de extrativistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo da Silva, assassinados no dia 24 de maio em Nova Ipixuna, sul do Pará, a sensação de insegurança na Amazônia aumenta de modo inversamente proporcional ao interesse da imprensa pelos conflitos fundiários na região.

A avaliação é do jornalista gaúcho Felipe Milanez, autor das principais reportagens sobre o assassinato do casal de extrativistas que viviam em conflito com madeireiros. Seu trabalho foi citado em artigos do jornalista norte-americano Jon Lee Anderson. Radicado em São Paulo, para onde foi ainda criança morar com os pais, Milanez é formado em Direito e tem mestrado em Ciência Política pela Universidade de Toulouse, na França.

Depois de trabalhar no Ministério da Justiça e na Fundação Nacional do Índio (Funai), ele se especializau em grandes trabalhos jornalísticos sobre a Amazônia e a questão indígena. Em maio do ano passado, quando trabalhava para a revista National Geographic, o jornalista foi demitido da editora Abril, responsável pela publicação, após uma crítica no Twitter a uma reportagem sobre índios na revista Veja.

Nesta entrevista ao Sul21, o jornalista sustenta que a aprovação do novo Código Florestal e a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte influenciam no aumento da violência na Amazônia. E critica a cobertura da imprensa brasileira. “A cobertura é extremamente tímida. O lugar é muito pior do que parece, as pessoas têm muito mais medo”, afirma.

Confira os principais trechos da entrevista.

Sul21 – Um mês depois do assassinato, porque os responsáveis ainda não foram presos?

Felipe Milanez - Tendo em vista que Nova Ipixuna é uma cidade pequena, não é um crime tão difícil de elucidar. O difícil depois é processar as pessoas. Em um mês, já era para os pistoleiros e os mandantes terem sido presos. Se houvesse uma pressão ainda maior, acho que a polícia podia ter mais elementos. Na semana passada foi prorrogado o prazo do inquérito, a polícia deve ter pedido prisões, mas o inquérito corre sob sigilo. Também não adianta correr demais, porque a grande questão será na Justiça. Eu tenho esperança de que a polícia esteja fazendo a investigação com cuidado.

Sul21 – Neste caso, não se pode dizer que a polícia está se omitindo.

Felipe Milanez – Neste caso, há uma pressão sobre a polícia. A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a grande mídia ficam em cima. Acontece que houve outros assassinatos no Pará e nestes casos a polícia terá muito mais dificuldade para investigar, porque não são ligados diretamente a conflitos fundiários. Na verdade, esse caso do Zé Cláudio descortinou a violência no Pará.

Sul21 – É possível dizer que a violência na região aumentou? Recentemente, tu e a deputada Manuela D’Ávila (PCdoB) discutiram no Twitter, porque tu dizias que a aprovação do novo Código Florestal na Câmara tinha relação com o agravamento da violência.

Felipe Milanez – A Manuela votou a favor do Código Florestal, depois resolveu dizer que isso não tem absolutamente nada a ver com a violência no campo. Isso é um absurdo. É obvio que tanto o Código como as hidrelétricas construídas no meio da floresta pressionam a fronteira econômica. Numa terra onde não tem regularização fundiária, nem os aparatos do Estado, isso provoca mais violência, que é uma característica de lá. O Zé Cláudio era contra o Código Florestal.

Sul21 – Mas tu achas que é possível fazer essa relação direta?

Felipe Milanez - Quem trabalha em campo na Amazônia, pesquisadores ou jornalistas como eu, nota que existem tendências, sinais simbólicos, que são incorporados pela elite e pelos trabalhadores dessas regiões. A aprovação do novo Código dá um sinal direto e simbólico de que o poder está com os grandes detentores de terra. Esse sinal chegou com a aprovação do Código, com a mudança no governo do Estado, com o fortalecimento da bancada ruralista no Congresso. Os detentores de terra se deram ao luxo de começar a executar. Essa pressão política está ligada. Não é que aprovaram o Código e os fazendeiros decidiram matar, mas eles sentiram que estão com mais força este ano. E se precisar matar, como é a regra local, eles matam. Está todo mundo preocupado. Quem mata dessa forma é um criminoso, mas a impunidade dos mandantes está diretamente ligada à força política que eles têm, e hoje eles sentem que têm mais força política. Mesmo que seja um fazendeiro pequeno ou um madeireiro pequeno de Nova Ipixuna. Quem está no poder hoje é o lado dos grandes detentores de terra e eles vão tocar a política da forma tradicional na região.

Sul21 – Em propaganda na TV, o PT relacionou as mortes do Zé Cláudio e da Maria ao governador Simão Jatene, do PSDB. Essa vinculação é forçada?

Felipe Milanez – Está todo mundo querendo se capitalizar em cima da tragédia. Tanto o PT, como o governo Simão Jatene, através do secretário de segurança pública, que na hora de anunciar que tem um suspeito, prefere fazer uma biografia pessoal. Também não dá para culpar o Jatene. No ano passado, em Ipacajá, houve quatro assassinatos em setembro. Houve ao longo de um ano uma chacina com mais de dez pessoas mortas em Ipacajá, mesmo no governo da Ana Júlia (PT), com corrupção pesada, com aumento de planos de manejo. O PT não pode atribuir ao Jatene, mas ele tem um currículo muito pesado de violência no campo e não dá sinais de que a política segurança pública vá realmente proteger o lado mais fraco. Ele carrega no currículo o massacre de Eldorado dos Carajás, a morte da Dorothy Stang. Algum partido querer se capitalizar é um erro brutal, até porque o PT votou pelo Código Florestal, então não faz muito sentido.

"Aprovação do Código Florestal dá mais força aos detentores de terra. O Zé Cláudio era contra o Código"

Sul21 – A repercussão internacional da morte do casal de extrativistas não pode ajudar a melhorar a situação na Amazônia?

Felipe Milanez – A pressão internacional no caso do Zé Cláudio foi menor do que no Massacre de Eldorado dos Carajás ou mesmo no caso da Dorothy Stang. Demorou muito para a mídia chegar lá. A imprensa internacional não foi, tirando a Al Jazeera, que foi a única emissora de televisão que esteve no velório. As emissoras nacionais mandaram equipes locais. A pressão é muito fraca. Além disso, hoje a pressão internacional não tem o mesmo efeito. O Brasil não depende de recursos internacionais. A usina Belo Monte provou isso, com a Organização dos Estados Americanos (OEA) tentando recriminar o governo brasileiro. A pressão tem que ser interna. Acabou isso de achar que os gringos vão pressionar o Brasil, se não, não vão dar dinheiro. Isso não faz mais sentido. Tem que criar uma pressão interna.

Sul21 – Mas a imprensa cobriu o assassinato em Nova Ipixuna.

Felipe Milanez – Não cobriu nada. Tirando a minha reportagem na Carta Capital, que outra reportagem relevante teve? A Folha mandou um jornalista para lá. O Estadão cobriu de Belém. Do Sul, não foi ninguém. Depois que mataram mais um assentado, na outra semana mandaram jornaistas para fazer reportagens, aí sim fizeram reportagens mostrando que a região é violenta. A cobertura é extremamente tímida. O lugar é muito pior do que parece, as pessoas têm muito mais medo, está cheio de Força Nacional, Polícia Federal, os assentados sem poder ir para casa. Onde isso está aparecendo na mídia? A gente não sabe o que se passa na Amazônia.

Sul21 – Temos uma imprensa muito urbana e paulista.

Felipe Milanez – E preconceituosa. Só quer mexer no próprio umbigo. No Sul, a imprensa é extremamente bairrista. Se não tem gaúcho… E isso que está cheio de gaúcho na Amazônia. Poderiam se dar o luxo de saber que o Rio Grande do Sul tem uma responsabilidade tremenda na destruição da Amazônia, não porque mandou os imigrantes pobres na busca de um sonho, mas o Estado consume 10%, 15% da madeira da Amazônia. Aí tem que abrir o olho. A maior empresa siderúrgica do Rio Grande do Sul tem uma participação direta, compram ferro da Amazônia, fornecem produtos químicos que são usados na Amazônia. Qual é a responsabilidade do Rio Grande do Sul na destruição da Amazônia? São Paulo tem a mesma postura, só pensa em Belo Monte se vai haver ou não energia para os computadores. A morte do Zé Cláudio completou um mês. Você viu uma reportagem relevante?

Sul21 – Como jornalista militante, tu tens conseguido mais espaço como freelancer do que tinha na National Geographic?

Felipe Milanez – Não me considero um militante. Sou um jornalista que conto essas histórias. Sou muito preocupado em entender o mundo hoje e a Amazônia permite isso. Lutando a gente consegue espaço. Tento me especializar, ir a campo. E construir um meio. Não adianta ficar parado, como era na mídia tradicional, que não tem mais o mesmo poder. O Estadão mandou um bom jornalista, o Daniel Bramatti, que ficou uma semana em Marabá, mas hoje isso é cada vez mais raro. Tem que criar outros meios.

Sul21 – Tua demissão do Grupo Abril, por ter criticado uma matéria da Veja no Twitter, acabou sendo positiva ?

Felipe Milanez – De jeito nenhum. Aquilo foi muito negativo pessoalmente, eu fiquei mal para caramba, meus colegas também. Eu já fazia isso na National. Trabalhava há alguns anos na Amazônia, tinha relação próxima com as comunidades indígenas. Mas isso serviu para descortinar a estrutura que está por trás, o que pensa o grupo Abril. Eu não tenho nenhum problema pessoal com a Abril. Eu já tinha distância da Veja, não mudou minha opinião. Entrei um pouco em evidência na internet, mas se não tivesse feito várias reportagens sobre a Amazônia, como sempre fiz na National, não teria esse reconhecimento.


Fonte: Sul 21

Notícia por email : Pe. Severino L. Diniz

WikiLeaks revela preocupação do Vaticano com o crescimento dos evangélicos no Brasil

Documento obtido pelo WikiLeaks e divulgados nesta quarta-feira, 29/06, mostram que, na época da visita do papa Bento 16 ao Brasil, em 2007, o Vaticano estava preocupado com o crescimento dos evangélicos no país e recebeu críticas do monsenhor brasileiro Stefano Migliorelli, que questionou sobre a falta de padres na América Latina. Leia mais

O telegrama enviado a Washington em 6 de maio de 2007 relata conversas entre diversos membros do Vaticano e o ex-embaixador americano Francis Rooney, um empresário republicano do ramo de construção e um dos maiores doadores de campanha do ex-presidente americano George W Bush.

O diplomata americano faz um comparativo entre a primeira viagem de João Paulo 2º ao Brasil em 1980, quando os católicos representavam 89% da população e o censo de 2000, quando o número de católicos era de 74%.

“A cada ano, milhões de católicos latino-americanos deixam suas igrejas para se juntar a congregações evangélicas incentivados pelos pastores destes novos rebanhos”, disse Rooney.

Ainda segundo ele, de acordo com uma análise, enquanto a Igreja Católica concentra-se em “salvar almas”, muitas igrejas evangélicas fazem o possível apenas para matar a sede latino-americana para o misticismo.

Sem revelar fontes, o documento diz que João Paulo 2º descreveu as atividades evangélicas como “sinistras” e que uma das principais tarefas de Bento 16 seria despertar a comunidade católica e encorajar a resistência ao que o papa anterior teria chamado de “caçada por seitas”.

Já Migliorelli, na época chefe da seção brasileira da Secretaria de Estado do Vaticano, reclamou ao diplomata americano sobre o fato de a América Latina não ser uma região prioritária para a Igreja Católica.

Para Migliorelli, o Brasil e a América Latina seriam como “território de missão” — terras que não foram expostas “de maneira consistente” à fé católica. “Temos que ver isso como uma evangelização — começando do zero”, disse Migliorelli.

O monsenhor ainda criticou a quantidade e a qualidade do clero latinoamericano.

“A falta de padres em grande parte da América Latina é muito pior do que nos Estados Unidos”, disse. Migliorelli disse também que “o nível de educação dos padres é muito baixo e que muitas vezes eles não aderem aos padrões de disciplina clerical (celibato, ofertas de sacramentos etc)”.

Em um tópico chamado de “A ameaça da teologia da libertação”, o diplomata americano comenta que o papa João Paulo 2º teria feito grandes esforços para acabar com “esta análise marxista da luta de classes” promovida “por um número significativo de clérigos e católicos leigos que, por vezes, em nome de um compromisso político sancionou a violência em nome do povo”.

Migliorelli comentou que o Vaticano não pretendia tocar no tema durante a visita do papa. O documento prossegue: “A chave é simplesmente que o clero seja treinado mais efetivamente para explicar a posição da Igreja para o povo, ele concluiu”.

Segundo o diplomata, João Paulo 2º combateu com a ajuda de Bento 16 a teologia da libertação mas, nos últimos anos, ela estaria ressurgindo em várias partes da América Latina. Com informações da Agência Pública

Bogotá será anfitriã da Jornada Teológica Andina

Como encerramento das Jornadas Teológicas, realizadas em quatro regiões da América Latina e Caribe, a capital colombiana Bogotá receberá a Jornada Teológica Andina, de 19 a 21 de outubro. As Jornadas são etapas de preparação e mobilização para o Congresso Continental de Teologia (CCT), que ocorre em outubro de 2012, no sul do Brasil.

Além da Colômbia, Guatemala, Chile e México foram os países indicados para receber teólogos de diversas regiões para pensar sobre os desafios e tarefas futuras da teologia da libertação na América Latina. Encabeçado pela Ameríndia, rede de católicos da teologia, o CCT objetiva propiciar uma análise da realidade eclesial atual e contribuir para que a teologia latino-americana continue sendo uma instância de promoção da perspectiva de libertação dos povos.

Segundo a organização, em Bogotá, espera-se que esta Jornada seja “um encontro que congregará as comunidades teológicas e pastorais dos países andinos, para discernir os desafios da época, suas transformações e as consequentes demandas das teologias latino-americanas em seu serviço ao povo de Deus”, diz o texto de apresentação do evento.

A Jornada Andina, que será realizada na Universidade de San Buenaventura, será dividida em três momentos. No primeiro dia, a proposta é fazer uma análise da conjuntura andina. Uma análise teológica da realidade atual será o tema do segundo dia. E para traçar as tarefas futuras da teologia, será dedicado o terceiro momento.

Cada um desses temas será destrinchado em forma de conferências centrais, painéis e oficinas. Para as conferências estão confirmados nomes como o bispo brasileiro Dom Demétrio Valentini, Luis Guillermo Guerrero e o teólogo colombiano Ignacio Madera.

As oficinas serão espaços plurais para discussão de diversos temas. Teologias afro-ameríndia, de gênero, moral, bíblica, sistemática, espiritual, ecológica, da Terra serão temas de grupos específicos de debate. Além do tema ecumenismo, diálogo inter-eclesial e educação popular.

O evento será transmitido via Internet no tempo real da programação, através do site:

www.renata.edu.co/index.php/component/content/article/22-especiales/1317-sala1-eventos-renata-internet.html

Para mais informações ou fazer a inscrição:

http://www.usbbog.edu.co/jornadas_teologicas/


Fonte: Adital

CEBs Diocese de Guanhães-MG


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Conforme a programação do calendário da diocese, a equipe diocesana das CEBs (Comunidade Eclesiais de Base) está organizando um período de formação, nos dias 9 e 10 de julho de 2011, para a vivência da espiritualidade do Mês da Bíblia nas comunidades paroquiais.

O tema deste ano Travessia: passo a passo o caminho se faz segue o roteiro apresentando no livro do Êxodo 15,22-18,27.

Poderão participar 4 pessoas de cada paróquia.

O encontro será em Guanhães e terá início às 9h da manhã de sábado. O encerramento ocorrerá com o almoço no domingo.

Para mais informações, os interessados podem falar com Simone ou Poliana através do telefone da Mitra Diocesana: (33) 3421-1586.


CEBsNoticias: Brasil: terras nas mãos de estrangeiros!

CEBsNoticias: Brasil: terras nas mãos de estrangeiros!: "por João Negrão, de Brasília > Cerca de 20% do território de Mato Grosso está nas mãos de > estrangeiros. É o Estado brasileiro com..."

Brasil: terras nas mãos de estrangeiros!

por João Negrão, de Brasília


> Cerca de 20% do território de Mato Grosso está nas mãos de
> estrangeiros. É o Estado brasileiro com maior percentual de terras
> sendo ocupadas por pessoas ou empresas de outros países. No total,
> 19,99% das propriedades rurais mato-grossenses são de estrangeiros
> não-residentes no Brasil.

> O percentual corresponde a nada menos que 180,581 mil km² dos
> 903,357 mil km² da área total do território mato-grossense. Para se
> ter uma ideia, isto equivale a quase um estado do Paraná ou à
> Dinamarca, Croácia e Hungria juntas. Também representa 34% de toda a
> área do território brasileiro adquirida por estrangeiros, 535,203 mil
> km², que por sua vez equivale a 6,2% do Brasil, ou seja, quase uma
> França.

> Depois de Mato Grosso, o Estado com maior percentual de terras
> nas mãos de estrangeiros é São Paulo, com 13,48%. Em seguida, aparecem
> Mato Grosso do Sul (11,70%), Bahia (9,41), Minas Gerais (7,73%),
> Paraná (7,59%) e Goiás (6,23%). Observe-se que são Estados com forte
> presença do agronegócio e não é coincidência que a maioria dos
> estrangeiros proprietários atue neste setor.

> São empresas multinacionais do agronegócio. Um dado curioso é que
> a ocupação da Amazônia por estrangeiros é muito reduzida, ao contrário
> do que se imaginava. Provavelmente porque nesta região a força do
> agronegócio ainda é tímida. Uma exceção é Mato Grosso, que tem
> praticamente a metade de seu território na Amazônia Legal.

> Tirando o Pará, que tem uma presença significativa (5,84%), os
> demais Estados da região possuem poucos estrangeiros ocupando terras:
> Amazonas (2,51%), Tocantins (2,59%), Rondônia (0,86%), Roraima
> (0,59%), Acre (0,34%), Amapá (0,16%) e Maranhão (1,61%) que, embora
> pertença geopoliticamente ao Nordeste, tem boa parte de seu território
> dentro da Amazônia Legal.

> Mas não é só a agropecuária que estimula o interesse dos
> estrangeiros pelo Brasil. Muitas terras ricas em minérios estão
> dominadas por eles. Estrategicamente, indivíduos e grandes corporações
> foram adquirindo essas áreas. Sem falar nas ocupações de terras ricas
> em biodiversidade.

> De olho no aumento da aquisição de terras por estrangeiros no
> Brasil, deputados federais resolveram agir e criaram, dentro da
> Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento
> Rural, uma subcomissão especialmente para fiscalizar a aquisição e
> destinação de propriedades rurais por estrangeiros. Os trabalhos são
> presididos pelo deputado mato-grossense Homero Pereira (PR).

> Ele acredita que é necessário analisar e propor medidas sobre o
> processo de aquisição dessas áreas rurais e fiscalizar suas
> utilizações. Para tanto, o parlamentar levanta até a possibilidade de
> rever a legislação vigente. “Impera uma situação de descontrole
> fundiário no Brasil, portanto, o Congresso Nacional precisa se
> posicionar sobre a matéria”, disse.

> O debate sobre uma lei específica para tratar do tema já teve
> início na Câmara e deve ser intensificado dados a ser apresentados a
> partir de investigações da subcomissão. O tema é considerado
> controverso por tratar da aquisição de áreas em solo brasileiro por
> estrangeiros. Mas há quem entenda como proibição.


Noticia por email: Pe. Severino. L. Diniz

Salário é “um risco muito importante” para a inflação, afirma BC


Tombini

Liderado por Tombini, o Banco Central iniciou um ciclo de aperto monetário

O Banco Central divulgou nesta quarta-feira seu relatório trimestral de inflação, o documento mais amplo e aprofundado com análises do BC, em que faz previsões mais pessimistas e aponta o salário dos trabalhadores como “um risco muito importante para a dinâmica dos preços” nos próximos meses.

No documento, a diretoria do BC diz que os salários preocupam porque haverá muitas negociações de reajustes no segundo semestre, momento em que a inflação, no acumulado em doze meses, estará acima do limite máximo autoimposto pelo governo. Afirma ainda que a correção prevista do salário mínimo para os próximos anos pode ter impacto nos preços.

No projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012 que mandou ao Congresso em abril e pode ser votada nesta quarta-feira na Comissão Mista de Orçamento, o governo propôs um mínimo de R$ 616 no ano que vem. O valor resulta de uma fórmula: crescimento econômico do Brasil em 2010 mais inflação. No total, reajuste de 13% dos R$ 545 atuais.

No relatório, o BC diz ainda que o mercado de trabalho está aquecido, com taxa de desemprego em patamar historicamente baixo e “substanciais” aumentos salariais. E que isso também pode ter impacto inflacionário.

“Um aspecto crucial em ciclos como o atual é a possibilidade de que o aquecimento no mercado de trabalho leve à concessão de aumentos reais dos salários em níveis não compatíveis com o crescimento da produtividade, o que, de acordo com algumas evidências disponíveis, aparentemente tem ocorrido em certos setores”, afirma.

No documento, o BC apresenta previsões de inflação futura, com base em cenários distintos. No chamado cenário de referência, a taxa de juros de 12,25%, a maior do planeta, fica congelada daqui até o fim do ano que vem. Neste caso, a inflação seria de 5,8% em 2011 e de 4,8% em 2012. Os dois valores estão acima do calculado no relatório trimestral de março (5,6% e 4,8%, respectivamente).

No cenário de “mercado”, o BC segue as apostas do “mercado” e continua a subir a taxa de juros. Neste caso, a inflação seria de 5,8% este ano e de 4,9%, no próximo. Em março, as previsões eram de 5,6% e 4,6%.

As perspectivas pioraram de um relatório para o outro, segundo o BC, por algumas razões. No plano interno, por exemplo, a inflação passada está alimentando a inflação futura, e o esfriamento da economia ainda não pode ser calculado com exatidão.

No cenário externo, o banco acredita que a atividade econômica chinesa traz incertezas que deixam os investidores inseguros.


Fonte: Carta Maior

Portugal e a luz no fim do túnel


O fantasma que assombra hoje os portugueses tem um nome: a luz no fim do túnel. Neste momento, os portugueses não podem saber se essa luz ao fim do túnel é a luz diurna do ar livre ou o farol de um comboio que corre velozmente em sua direção. Sejam de direita ou de esquerda, ou nem uma coisa nem outra, os portugueses gostariam que a luz que imaginam fosse a primeira mas temem que seja a segunda. Este é o fantasma português e domina por inteiro o sistema político. O artigo é de Boaventura Sousa Santos.

O fantasma que assombra hoje os portugueses tem um nome: a luz ao fundo do túnel. Por agora, os portugueses não podem saber se a luz ao fundo do túnel é a luz diurna do ar livre ou o farol de um comboio que corre velozmente em sua direção. Sejam de direita ou de esquerda, ou nem uma coisa nem outra, os portugueses gostariam que a luz que imaginam fosse a primeira mas temem que seja a segunda. Este é o fantasma português e
domina por inteiro o sistema político. Há também os portugueses que não vêem qualquer luz e a que gostariam de ver não seria ao fim do túnel e sim dentro do túnel, para não baterem com a cabeça nas paredes enquanto caminham. Estes são os portugueses fantasma de que o sistema político não se ocupa.

O fantasma da luz ao fundo do túnel tem dois efeitos políticos. O primeiro é que quem está no governo se serve dele para não respeitar o presente e atuar apenas legitimado pelo futuro que diz controlar. Todas as rupturas com o presente são imagináveis e todas são exigidas para que a luz ao fundo do túnel seja a luz diurna do ar livre. Tudo o que pode ou não ocorrer nos próximos meses condicionará durante décadas a vida dos portugueses.

Desde o 25 de Abril de 1974 que o futuro de curto prazo não se parecia tanto com o futuro de longo prazo. A vantagem do governo neste domínio é governar um país habituado a confundir sinais meteorológicos com sinais divinos. À partida, o milagre de Fátima não é mais ou menos credível que o da Troika. Pagam-se promessas com a mesma devoção com que se pagam dívidas. Em ambos os casos, é apreciado ir de joelhos.

O segundo efeito político do fantasma português é dividir duplamente a oposição política de esquerda. A primeira divisão é sobre a própria natureza do túnel. Para uns (PS), não há dúvidas sobre a natureza do túnel: foi sendo construído nos últimos tempos com as dificuldades em manter o Estado social num contexto internacional adverso. Para outros (BE e PCP), esse túnel é uma pequena tubagem dentro de um túnel muito maior: o túnel em que a burguesia portuguesa se sentiu fechada desde que, em 11 de Março de 1975, perdeu o controle da revolução de Abril e, em 25 de Novembro de 1975, não pôde impedir que a solução pós-revolucionária fosse a concessão de tantos direitos sociais aos trabalhadores. Ao fundo desse túnel vê agora a luz: a chegada, por fim, do capitalismo liberal ou neoliberal.

Também a burguesia vê um comboio em alta velocidade, mas muito diferente do comboio fantasma, um comboio real que vem por trás e com o objetivo benévolo de a empurrar para a saída do túnel, o comboio da Troika. A burguesia que sai do túnel não é a mesma que entrou nele (é
menos produtiva e mais comerciante, menos CUF ou Lisnave e mais Continente ou Pingo Doce) mas os interesses e o alívio são os mesmos.

A segunda divisão na oposição de esquerda apresenta-se como um duplo dilema. Para o PS, se se vier a verificar que a luz ao fundo túnel era o ar livre, o mérito será da direita, se, pelo contrário, se verificar que a luz era do farol do comboio, nada poderá fazer para o parar, até porque foi este PS quem o pôs em movimento ao negociar com a Troika. Só um outro PS o poderá fazer e para isso é necessário tempo e engenho. Por sua vez, o BE e o PCP sabem de antemão que a luz ao fundo do túnel é do farol do comboio e que este se aproxima velozmente, mas, como o túnel é muito grande, nada podem fazer sem a colaboração do PS. O problema é que com este PS não podem colaborar e com o próximo será preciso esperar um tempo que, sobretudo para o BE, pode ser fatal.

Enquanto o fantasma português alimenta o sistema político, os portugueses-fantasma sentem-se sem representação. Entre eles, há os que sabem que a luz que vêem é a do comboio veloz na sua direção e imaginam que se houvesse luz dentro do túnel, talvez fosse possível imobilizar o comboio (por exemplo, renegociando a dívida já) e passar, certamente com dificuldade, ao lado dele a caminho do ar livre. Nesse grupo me incluo e talvez muitos dos jovens indignados ou à rasca.


Fonte: Carta Maior

Filha de Che teme que reformas afetem consciência social em Cuba

Ela se declara apenas uma militante da base do Partido Comunista Cubano, mas carrega o sobrenome de um mito da esquerda. Aos 50 anos, a pediatra Aleida Guevara se ocupa em cuidar da memória do pai e faz uma defesa inflamada do modelo da ilha.

Nesta entrevista, ela expressa seu temor pessoal de que as reformas em curso na ilha que permitiram a venda de imóveis e carros afetem a consciência social da população, pois podem inflar o individualismo. No Brasil para dar palestras, ela fala de política e da herança de Che Guevara.


Aos 50 anos, a pediatra Aleida Guevara se ocupa em cuidar da memória do pai e faz uma defesa inflamada do modelo da ilha de Cuba
Aos 50 anos, a pediatra Aleida Guevara se ocupa em cuidar da memória do pai e faz uma defesa inflamada de Cuba

Folha - Como vê o Brasil hoje?
Aleida Guevara - Para quem vem de fora é muito fácil analisar a situação. Para quem vive a realidade cotidiana é mais difícil. Por isso não é bom perguntar a quem vem de fora sobre a realidade do teu país, porque não tem base sólida para falar. Como trabalho com o MST há tanto tempo, uma das coisas que sempre tenho visto é a necessidade de repartir a terra, fazer uma reforma agrária profunda. Para que este país possa solucionar de verdade seus problemas de sua gente mais simples, do campo. Isso eu posso dizer. Mas, como o Brasil vai, só os brasileiros sabem. Vim participar da conferência de agroecologia em Londrina.

Matéria completa: http://www1.folha.uol.com.br/mundo/936644-filha-de-che-teme-que-reformas-afetem-consciencia-social-em-cuba.shtml

Eleonora Lucena

Fonte: UOL

Brasil: o carro mais caro do mundo!!!

Lucro Brasil faz o consumidor pagar o carro mais caro do mundo

O Brasil tem o carro mais caro do mundo. Por quê? Os principais argumentos das montadoras para justificar o alto preço do automóvel vendido no Brasil são a alta carga tributária e a baixa escala de produção. Outro vilão seria o “alto valor da mão de obra”, mas os fabricantes não revelam quanto os salários – e os benefícios sociais - representam no preço final do carro. Muito menos os custos de produção, um segredo protegido por lei.

A explicação dos fabricantes para vender no Brasil o carro mais caro do mundo é o chamado Custo Brasil, isto é, a alta carga tributária somada ao custo do capital, que onera a produção. Mas as histórias que você verá a seguir vão mostrar que o grande vilão dos preços é, sim, o Lucro Brasil. Em nenhum país do mundo onde a indústria automobilística tem um peso importante no PIB, o carro custa tão caro para o consumidor.

A indústria culpa também o que chama de Terceira Folha pelo aumento do custo de produção: gastos com funcionários, que deveriam ser papel do estado, mas que as empresas acabam tendo que assumir, como condução, assistência médica e outros benefícios trabalhistas. Só a Mercedes-Benz tem uma frota de três mil ônibus para transportar funcionários.

Com um mercado interno de um milhão de unidades em 1978, as fábricas argumentavam que seria impossível produzir um carro barato. Era preciso aumentar a escala de produção para, assim, baratear os custos dos fornecedores e chegar a um preço final no nível dos demais países produtores.

Pois bem: o Brasil fechou 2010 como o quinto maior produtor de veículos do mundo e como o quarto maior mercado consumidor, com 3,5 milhões de unidades vendidas no mercado interno e uma produção de 3,638 milhões de unidades.

Três milhões e meio de carros não seria um volume suficiente para baratear o produto? Quanto será preciso produzir para que o consumidor brasileiro possa comprar um carro com preço equivalente ao dos demais países?

Segundo Cledorvino Belini, presidente da Anfavea, “é verdade que a produção aumentou, mas agora ela está distribuída em mais de 20 empresas, de modo que a escala continua baixa”. Ele elegeu um novo patamar para que o volume possa propiciar uma redução do preço final: cinco milhões de carros.


A carga tributária caiu e o preço do carro subiu

O imposto, o eterno vilão, caiu nos últimos anos. Em 1997, o carro 1.0 pagava 26,2% de impostos, o carro com motor até 100cv recolhia 34,8% (gasolina) e 32,5% (álcool). Para motores mais potentes o imposto era de 36,9% para gasolina e 34,8% a álcool.

Hoje – com os critérios alterados – o carro 1.0 recolhe 27,1%, a faixa de 1.0 a 2.0 paga 30,4% para motor a gasolina e 29,2% para motor a álcool. E na faixa superior, acima de 2.0, o imposto é de 36,4% para carro a gasolina e 33,8% a álcool.

Quer dizer: o carro popular teve um acréscimo de 0,9 ponto percentual na carga tributária, enquanto nas demais categorias o imposto diminuiu: o carro médio a gasolina paga 4,4 pontos percentuais a menos. O imposto da versão álcool/flex caiu de 32,5% para 29,2%. No segmento de luxo, o imposto também caiu: 0,5 ponto no carro e gasolina (de 36.9% para 36,4%) e 1 ponto percentual no álcool/flex.

Enquanto a carga tributária total do País, conforme o Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, cresceu de 30,03% no ano 2000 para 35,04% em 2010, o imposto sobre veículo não acompanhou esse aumento.

Isso sem contar as ações do governo, que baixaram o IPI (retirou, no caso dos carros 1.0) durante a crise econômica. A política de incentivos durou de dezembro de 2008 a abril de 2010, reduzindo o preço do carro em mais de 5% sem que esse benefício fosse totalmente repassado para o consumidor.

As montadoras têm uma margem de lucro muito maior no Brasil do que em outros países. Uma pesquisa feita pelo banco de investimento Morgan Stanley, da Inglaterra, mostrou que algumas montadoras instaladas no Brasil são responsáveis por boa parte do lucro mundial das suas matrizes e que grande parte desse lucro vem da venda dos carros com aparência fora-de-estrada. Derivados de carros de passeio comuns, esses carros ganham uma maquiagem e um estilo aventureiro. Alguns têm suspensão elevada, pneus de uso misto, estribos laterais. Outros têm faróis de milha e, alguns, o estepe na traseira, o que confere uma aparência mais esportiva.

A margem de lucro é três vezes maior que em outros países

O Banco Morgan concluiu que esses carros são altamente lucrativos, têm uma margem muito maior do que a dos carros dos quais são derivados. Os técnicos da instituição calcularam que o custo de produção desses carros, como o CrossFox, da Volks, e o Palio Adventure, da Fiat, é 5 a 7% acima do custo de produção dos modelos dos quais derivam: Fox e Palio Weekend. Mas são vendidos por 10% a 15% a mais.

O Palio Adventure (que tem motor 1.8 e sistema locker), custa R$ 52,5 mil e a versão normal R$ 40,9 mil (motor 1.4), uma diferença de 28,5%. No caso do Doblò (que tem a mesma configuração), a versão Adventure custa 9,3% a mais.

O analista Adam Jonas, responsável pela pesquisa, concluiu que, no geral, a margem de lucro das montadoras no Brasil chega a ser três vezes maior que a de outros países.

O Honda City é um bom exemplo do que ocorre com o preço do carro no Brasil. Fabricado em Sumaré, no interior de São Paulo, ele é vendido no México por R$ 25,8 mil (versão LX). Neste preço está incluído o frete, de R$ 3,5 mil, e a margem de lucro da revenda, em torno de R$ 2 mil. Restam, portanto R$ 20,3 mil.

Adicionando os custos de impostos e distribuição aos R$ 20,3 mil, teremos R$ 16.413,32 de carga tributária (de 29,2%) e R$ 3.979,66 de margem de lucro das concessionárias (10%). A soma dá R$ 40.692,00. Considerando que nos R$ 20,3 mil faturados para o México a montadora já tem a sua margem de lucro, o “Lucro Brasil” (adicional) é de R$ 15.518,00: R$ 56.210,00 (preço vendido no Brasil) menos R$ 40.692,00.

Isso sem considerar que o carro que vai para o México tem mais equipamentos de série: freios a disco nas quatro rodas com ABS e EBD, airbag duplo, ar-condicionado, vidros, travas e retrovisores elétricos. O motor é o mesmo: 1.5 de 116cv.

Será possível que a montadora tenha um lucro adicional de R$ 15,5 mil num carro desses? O que a Honda fala sobre isso? Nada. Consultada, a montadora apenas diz que a empresa “não fala sobre o assunto”.

Na Argentina, a versão básica, a LX com câmbio manual, airbag duplo e rodas de liga leve de 15 polegadas, custa a partir de US$ 20.100 (R$ 35.600), segundo o Auto Blog.

Já o Hyundai ix35 é vendido na Argentina com o nome de Novo Tucson 2011 por R$ 56 mil, 37% a menos do que o consumidor brasileiro paga por ele: R$ 88 mil.

Fonte: O mundo em movimento

Noticia por email: Pe. Severino L. Diniz

"Fechamento de 24 mil escolas do campo é retrocesso", afirma dirigente do MST


Criança na Escola Oziel Pereira e Roça Gouveia, no
assentamento 17 de abril, em Eldorado dos Carajás, no Pará


Por Luiz Felipe Albuquerque
Da Página do MST


Mais de 24 mil escolas no campo brasileiro foram fechadas no meio rural desde 2002. O fechamento dessas escolas demonstra o drástico problema na vida educacional no Brasil, especialmente no meio rural.
Após décadas de lutas por conquistas no âmbito educacional, cujas reivindicações foram atendidas em parte - o que permitiu a consolidação da pauta – o fechamento das escolas vão no sentido contrário do que parecia cristalizado.
Nesse quadro, o MST lançou a Campanha Nacional contra o Fechamento de Escolas do Campo, que pretende fazer o debate sobre a educação do campo com o conjunto da sociedade, articular diversos setores contra esses retrocessos e denunciar a continuidade dessa política.
“O fechamento das escolas no campo nos remete a olhar com profundidade que o que está em jogo é algo maior, relacionado às disputas de projetos de campo. Os governos têm demonstrado cada vez clara a opção pela agricultura de negócio – o agronegócio – que tem em sua lógica de funcionamento pensar num campo sem gente e, por conseguinte, um campo sem cultura e sem escola”, afirma Erivan Hilário, do Setor de Educação do MST.
Essas escolas foram fechadas por estados e os municípios, mas o Ministério da Educação também tem responsabilidade. "Não se tem, por exemplo, critérios claros que determine o fechamento de escolas, que explicitem os motivos pelos quais se fecham, ou em que medida se pode ou não fechar uma escola no campo", aponta Erivan.
Ele apresenta um panorama do atual momento pelo qual passa a educação do campo, apontando desafios, lutas e propostas. Abaixo, leia a entrevista.
http://www.mst.org.br/Fechamentos-de-escolas-do-campo-e-umretrocesso-afirma-erivan-hilario-mst

Noticia por email: Pe. Severino L. Diniz

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sérgio Ricardo Coutinho permanece como Assessor do Setor CEBs na CNBB

Sergio Coutinho com a Colegiada Estadual das CEBs Sul1

Sergio Coutinho, ao centro, São Paulo, 29.05.2011 - CEBs Sul1


Sérgio Ricardo Coutinho é mestre em História pela UnB; professor de História da Igreja no Instituto São Boaventura em Brasília; professor de História da Igreja Antiga no Curso de especialização em História do Cristianismo Antigo na UnB; membro da Associação Brasileira de História das Religiões (ABHR) e, presidente do Centro de Estudos em História da Igreja na América Latina (Cehila-Brasil) e assessor nacional para o Setor CEBs da CNBB

notícia por email: José Batista

Divulgados os nomes dos novos assessores da CNBB

Quarta , 29 de Junho de 2011
assessores2011
A CNBB divulgou, nesta quarta-feira, 29, o quadro de seus assessores para o quadriênio 2011-2015. Os nomes foram confirmados pelo Conselho Permanente da Conferência, em sua reunião nos dias 15 a 17 de junho.
O novo quadro apresenta assessores que foram reconduzidos à mesma função exercida no quadriênio anterior, outros que mudaram de Setor ou de Comissão e os que assumem a assessoria pela primeira vez. Pelo menos seis Comissões ou Setores ainda aguardam a indicação de novos assessores.

Noticia por email de José Batista

Bem-Viver: um aprendizado para a humanidade



O líder indígena Davi Kopenawa defende a ideia de que o mundo precisa “ter um xamanismo, um curandeiro para curar a doença das florestas, as epidemias que pegam a nossa alma”

Por: Patricia Fachin

Davi Kopenawa Yanomami, líder indígena dos yanomami, se define como o “vigia” de seu povo e tem a função de defender a comunidade, a natureza e a floresta. Nascido na tribo Yanomami Tootobi, próxima à fronteira com a Venezuela, ele se dedica a lutar pelos direitos dos povos indígenas e já viajou ao Reino Unido e a Suécia, em função da causa que defende. Ele vive no Brasil, na fronteira com a Venezuela.

Ao conversar por telefone com a IHU On-Line, ele lamenta que o homem branco não entenda o modo vida do seu povo e relata que o desrespeito com a cultura indígena faz com que muitos índios não queiram mais viver de acordo com sua tradição. “A alimentação da cidade é muito forte, trai o nosso costume e acaba com a coragem de trabalho nas comunidades”.

Para o líder yanomami, o mundo está doente e isso afeta todos os seres vivos da Terra. Ele enfatiza ainda que o caos urbano e a poluição “são como uma doença para as comunidades indígenas do Brasil”. Por isso, ele aconselha: “O homem da cidade também precisa aprender a respeitar a vida da natureza porque ela faz o bem, traz a saúde, alegria e tudo que precisamos para viver bem, sem brigas e sem doença”.

Confira o depoimento.

“Hoje os povos indígenas estão preocupados e revoltados porque o homem branco destrói a natureza e as terras indígenas sem conversar com ninguém. Nossa vida e nossos costumes são diferentes dos do homem branco. Estamos lutando para poder viver, defender nossos direitos, nossa saúde, língua e comunidade.

A cultura dos brancos é muito forte nas comunidades indígenas. O movimento nas cidades, os carros e aviões são como uma doença para as comunidades indígenas do Brasil. Nós, que moramos na floresta, tentamos explicar para nossos filhos que os políticos estão tentando acabar com nossa língua e nossos costumes. Por isso, queremos que nossas terras sejam demarcadas e homologadas. O homem da cidade também precisa aprender a respeitar a vida da natureza porque ela faz o bem, traz a saúde, alegria e tudo que precisamos para viver bem, sem brigas e sem doença. Mas a doença está muito grande para todos os povos da Terra e não somente para os índios. Outros povos indígenas já não falam mais a própria língua e não querem viver como viviam antes: caçar, pescar, trabalhar na roça, plantar mandioca, banana. A alimentação da cidade é muito forte, trai o nosso costume e acaba com a coragem de trabalho nas comunidades. Tem de ter um xamanismo, um curandeiro para curar a doença das florestas, as epidemias que pegam a nossa alma. Por isso é importante ter pajés nas aldeias para controlarem a onda do mundo; pajés que manejem o mundo para não chover e esquentar muito. O planeta é grande, mas os homens ricos ficam invadindo e mexendo nas nossas terras e na natureza.

O meu povo yanomami está mantendo a cultura viva. É um povo diferente dos outros, que estão morando na beira da estrada, perto dos municípios. Esses estão encontrando dificuldades para viver: onde vão caçar como caçavam antes? O lugar dos índios está destruído. Por isso, nós, yanomami, continuamos defendendo os nossos direitos.

Vocês falam em resgate: cortaram a floresta e, agora, para resgatar é difícil e já está tarde. Tem de resgatar antes de destruir. O homem da cidade não gosta da natureza, dos animais, das árvores. Ele só gosta de derrubar e fazer plantação de capim. Quem come capim? O boi. O homem branco é capitalista, pensa só no dinheiro e em derrubar as árvores, matar animais. O remédio medicinal que a gente usa está na floresta. E os brancos também usam esses mesmos remédios para ficar com saúde.

Os índios do Equador estão lutando para salvar um pedaço da floresta que sobrou. Por isso é importante que os índios lutem por seus direitos porque o branco não quer respeitar os direitos indígenas.

Sou vigia do meu povo e tento defender minha comunidade, a natureza e a floresta, que é a casa do povo. Para vocês, floresta é meio ambiente; para nós, ela é uma casa onde se guarda a alimentação e onde vivem outros povos indígenas com seus costumes tradicionais.

Nós estamos sendo invadidos, querem casar com as índias, estão perturbando a gente. Nós temos outros costumes, moramos em malocas e elas ficam longe uma da outra e não amontoadas como as dos brancos. Nós gostamos da natureza, dos pássaros cantando, do vento, da chuva. A natureza traz ar limpo e saúde.

O povo yanomami não fala português, não conhece políticos, nem comunidades de outras cidades. Como estragaram nossa saúde, o governo precisa dar um apoio para cuidar da saúde dos índios que estão na floresta.


Nós podemos ensinar o homem branco a pensar antes de destruir, ensinar a comer bem, dormir bem.

Os yanomami ensinam os homens a não derrubarem árvores porque elas têm vida e saúde como nós.

Podemos ensinar a não poluir nossos rios, peixes, a não garimpar, não deixar entrar mineração e rodovias federais em terras indígenas.

Podemos mostrar a luz da sabedoria para sobrevivermos na Terra.

Sei que alguns homens não acreditam, mas outros, sim, e estão nos ajudando. O homem branco fala de mudanças climáticas e dizem que e elas são uma doença para os municípios.

Os homens da cidade são loucos, cada vez querem ganhar mais dinheiro. Por isso, nós indígenas falamos para preservar a vida da natureza porque ela é uma vida.

Se derrubar tudo, fica quente demais, não tem água, não chove mais.

Então, quando vou à Brasília, falo que o papel das lideranças e do povo indígena é ensinar os filhos e os netos preservar o pequeno pedaço da floresta que sobrou.”

“Bem Viver, alternativa ao modelo desenvolvimentista”


“Ser rico, não é ter mais, mas necessitar menos”


Com mentes e corações militantes, estivemos reunidos/as nos dias 13 a 15 de junho de 2011, em Porto Velho – Rondônia, missionários (as) do CIMI-Regional Mato Grosso, Amazônia Ocidental, Norte I, Rondônia, Secretariado Nacional, Povos Indígenas: Mayoruna, Marubo, Kassupá, Arara, Bororo, Wapixana, Apurinã, Apolima-Arara, Kaxinawá, Wajoro, Movimentos dos Atingidos por Barragens, Centro Burnier Fé e Justiça, Comissão Pastoral da Terra, Instituto Madeira Vivo e Centro de Investigación y Promoción del Campesinado en Bolívia, refletimos sobre o tema “Bem Viver, alternativa ao modelo desenvolvimentista”.

O processo colonizatório da Amazônia, iniciado na década de 60, foi marcado pelo avanço das frentes econômicas caracterizado pela construção de rodovias, hidrelétricas e do avanço do agronegócio sobre territórios dos povos indígenas e comunidades tradicionais, afetando toda a biodiversidade e estes povos que dela dependem para sua sobrevivência.

Na década de 70, as investidas mais sérias foram a abertura de estradas, rodovias e projetos de mineração. Nos anos 80, surge a tragédia decorrente da construção das hidrelétricas de Balbina, Samuel e Tucuruí.

Na década de 90 entre outros empreendimentos, a rota de saída para o Pacífico concretiza a estratégia de exportação de soja, madeira e minério.

Atualmente, se Belo Monte se constitui como “questão de honra” para o governo, numerosas PCHs se enfileiram ao longo dos rios Juruena, Madeira, Teles Pires, Tapajós, além das hidrovias do Araguaia, do Madeira e do gasoduto de Manaus, todos estes empreendimentos visando a exploração da natureza para a acumulação e reprodução do capital.

Na época da ditadura militar o imperativo era “limpar o território”, e em consequência, aconteceram os maiores genocídios da história praticados contra povos indígenas. Estas mesmas práticas se repetem hoje, por responsabilidade do próprio governo brasileiro que, através da FUNAI, sistematicamente nega a identidade de povos que aqui vivem há milênios e entrava os processos demarcatórios dos territórios tradicionais.

Os Povos Indígenas não se cansam de elencar uma série de denúncias contra a violação de seus direitos garantidos pela Constituição Federal assim como pela Convenção 169 da OIT. As denúncias se referem à invasão de seus territórios que afetam diretamente a manutenção do modo de vida de cada povo. É gritante o descaso na atenção à saúde indígena, constatando-se uma série de óbitos que ocorrem cotidianamente na região amazônica, e nas demais regiões do Brasil, a exemplo do que ocorre no Vale do Javari, por omissão do Estado.

Em toda a Amazônia, o risco de vida que atinge as diferentes etnias vem afetando com maior intensidade os mais de 90 povos isolados, que continuam sendo alvo de inúmeras invasões e frequentes massacres.

A luta pela integridade do território constitui-se como o eixo que desencadeia os processos de criminalização, cooptação e violência contra os povos e suas lideranças. Nesta perspectiva, a ausência de uma política em relação às fronteiras, provoca uma série de problemas para as comunidades que vivem nestas regiões.

Este conjunto de ameaças à integridade física, cultural e territorial atenta contra os projetos de vida de cada povo, incidindo diretamente nas condições imprescindíveis ao seu Bem Viver.

Para os povos indígenas é fundamental a garantia de seus territórios demarcados como condição imprescindível para o fortalecimento de seu projeto de Bem Viver, entendido como um relacionamento harmonioso consigo mesmo, com os outros e com a natureza, valorizando os saberes e fazeres ancestrais, construindo coletivamente a utopia da Terra Sem Males, a partir de suas próprias cosmovisões.

De forma cada vez mais intensa os povos compreendem o valor da organização e da unificação de suas lutas nas diferentes regiões e além fronteiras. São importantes as alianças com outros setores, que a partir de suas experiências e reflexões, proporcionam outro mundo possível, mais sóbrio, sem desperdícios e mais solidário, para que todos e todas compartilhem o Bem Viver.

Questionados/as por esta realidade e inspirados/as pela proposta do Bem Viver, que está emergindo também entre outros povos do mundo, nos comprometemos a rever nossas próprias atitudes de vida e, no cotidiano de nossa convivência com os povos indígenas, contribuir no processo de construção do Bem Viver como alternativa ao modelo desenvolvimentista, pois o Bem Viver nasce de profundas raízes, estando aquém e além dos modelos preconizados pelos sistemas capitalista e socialista.

Este seminário reacendeu em nós sonhos de mística e militância que queremos partilhar, em consonância com a experiência dos povos indígenas que, apesar da secular violência, celebram a VIDA.

Porto Velho, 15 de junho de 2011

Fonte: CIMI