segunda-feira, 30 de abril de 2012

12º ENCONTRO DIOCESANO DE CEBs - Caxias do Sul

        Uma das atividades que aconteceu no 12º Encontro Diocesano de Comunidades Eclesiais de Base (CEBs), no último final de semana, na paróquia Menino Deus, em Caxias do Sul, foi a reflexão sobre a saúde na agricultura familiar, na economia solidária, na vida comunitária, na política e na família.
        As cinco oficinas, realizadas na tarde de sábado, foram distribuídas em comunidades da paróquia, cada uma delas debatendo um aspecto com assessores convidados. Na manhã do domingo, após a celebração eucarística, os grupos apresentaram os resultados do debate.

        Confira abaixo algumas imagens das oficinas:

A saúde que vem da convivência comunitária:




A saúde que vem da economia solidária:




A saúde que vem da família:




A saúde que vem da agricultura familiar:





A saúde que vem da política:




Apresentação do resultado das reflexões das oficinas, na celebração eucarística, no domingo de manhã:






Na cidade de Caxias do Sul o 12º encontro  de CEBs da diocese de Caxias do Sul. 

Dias 28 e 29 de abril de 2012, nos bairros Serrano,  Eldorado, Santo Antônio, Jardim Iracema e São Ciro II.

 oficina - Abertura do encontro de CEBs no bairro São Ciro II 


Na manhã deste sábado, 28 de abril, na paróquia Menino Deus, bairro Serrano, em Caxias do Sul, iniciou o 12º Encontro Diocesano de Comunidades(CEBS), com o tema Missão e Ecologia  com o lema:Comunidade: vida com saúde. Os participantes foram acolhidos no salão paroquial, onde aconteceu o credenciamento e um momento de animação.


Apresentação dos participantes

Em seguida, o grupo se dirigiu à igreja, onde ocorreu uma reflexão sobre o tema do encontro, que foi conduzida por Dom Paulo Morelli, (bispo emérito da diocese de Duque de Caxias) dentro do espírito de compreensão e animação das comunidades eclesiais de base.
À tarde ocorreram oficinas nas comunidades da Paróquia Menino Deus do bairro Serrano o tema foi a saúde que vem da vida comunitária. No Eldorado na igreja São Leonardo Murialdo, com o tema economia solidaria, no bairro Santo Antônio na igreja Santo Antônio com o tema Saúde que vem da família, jardim Iracema na igreja São José com o tema a saúde que vem da agricultura família e no bairro São Ciro II na igreja Santa Clara a oficina a saúde que vem da política economia solidária.  


Equipe da acolhida na Comunidade Santa Clara

Na parte da tarde a equipe de reportagem acompanhou a oficina de saúde e política na comunidade do bairro São Ciro II no salão da igreja Santa Clara. O padre Jorge Parizotto falou sobre o tema a saúde com o tema saúde se difunde sobre a terra. Conforme o padre Jorge ponderou dividiu em 3 pontos a realidade da comunidade e o evangelho. O segundo ponto, o que se deve fazer, o agir as experiências dentro da comunidade, e por último o compromisso das CEBs dentro da saúde, no ver, julgar e agir.


Momentos antes da palestra

 Depois da abertura com o padre tivemos a ex-secretaria da saúde da administração PEPE, Justina Onzi palestrando sobre a saúde com o tema da campanha da fraternidade, do dever dos governos sobre a saúde e das leis, assim seguiu a palestra sobre a saúde.
 Após a palestra o grande grupo foi dividido em 3 grupos onde foi debatido a questão sobre a política e a saúde. A seguir os participantes concluíram assuntos ao grande grupo praticamente com os mesmos ideais, como por exemplo trazer pessoas com conhecimentos sobre a saúde no caso explicando para as comunidades este assunto. E  mais envolvimento das pastorais neste assunto.


Oficina sobre política e saúde com Justina Onzi falando sobre o assunto

 As atividades seguem no domingo dia 29 de abril na igreja Menino Deus do bairro Serrano.com a celebração, partilha das oficinas e os encaminhamentos para o Encontro Estadual de CEBs, nos dias 26 a 29 de julho na cidade de Santa Maria RS.       


Grupos de trabalho na parte da tarde

 Fotos:Mauro Edson de Souza

Entrevista com Padre Ranilson - Paroquia São Miguel - Crato - CE

"Não são os grandes planos que dão certo, mas os pequenos detalhes" (Padre Cícero)
Justiça e Profecia a Serviço da Vida. CEBs Romeiras do Reino no Campo e na Cidade


"Lá vem o trem das CEBs caminhando com o seu povo,


escuta meu amigo, venha ver o que há de novo..."

E o que há de novo nesta caminhada das CEBs é o 13º vagão que está chegando, apitando e chamando todos para ver de perto as novidades e experiências do seu povo ROMEIRO DO REINO. Estamos nos preparando para receber neste vagão os representantes de várias comunidades, quilombolas, índios, índias, delegados, delegadas, leigos, leigas,  líderes sindicais, animadores das comunidades e entre eles bispos, padres, religiosos e religiosas. São as Comunidades Eclesiais de Base sacudindo, fazendo tremer o chão do Nordeste com o 13º Intereclesial das CEBs que será de 07 a 11 de janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte/CE, na Diocese de Crato, do Regional NE I. As CEBs são comunidades ligadas principalmente à Igreja Católica que incentivadas pelo Vaticano II (1962-1965), se espalharam nos anos 70 e 80 pelo Brasil e América latina.
E em preparação a este grande encontro entrevistamos o Pe. José Ranilson Belém de Souza que participou do 12º Intereclesial em Porto Velho/RO para nos dizer como foi sua participação e assim possamos compreender o que estar por vir.
A Ação - Pe. Ranilson, fale-nos sobre o seu conhecimento, sua vivência como delegado no 12º Intereclesial das CEBs, que aconteceu em Porto Velho/Ro, de 21 a 25 de julho de 2009?
Pe. Ranilson – O Intereclesial das CEBs é muito mais do que um grande encontro. É um testemunho marcante, que manifesta toda a dinamicidade da Igreja de Jesus Cristo e que ela continua vivendo o seu ensinamento, na busca de uma sociedade mais fraterna e solidária, concretizando o Evangelho por meio da partilha dos valores evangélicos, sem discriminação de sexo, raça, condição socioeconômica e buscando valorizar as experiências positivas que existem na fé daqueles que pensam diferente. O Intereclesial transcende a grande semana de Celebrações, meditações, apresentações e partilhas vividas durante o encontro, pois envolve um incontável número de pessoas no processo de preparação e trazem frutos indiscutíveis para o pós-encontro: uma Igreja que se organiza e que não concentra tarefas nas mãos de um grupo ou pessoas, que é animada pelo Espírito Santo que a conduz, que é mais consciente do seu papel no mundo de construtora do Reino de Deus já aqui na terra e que celebra as dores do Cristo Crucificado nas cruzes de cada irmão que sofre e se alegra na Ressurreição de Jesus que vence o pecado e a cultura de morte imposta pela sociedade hedonista. Para mim foram marcantes os encontros de preparação, longa e animada viagem que fizemos com os delegados do Regional Nordeste 1 para Porto Velho, a receptividade dos irmãos de Rondônia, os momentos de orações, encarnados na experiência e na realidade de várias culturas, no tocante à dos índios, o testemunho de vida de muitos que partilharam, os momentos de estudo da temática sobre a realidade da ecologia, a motivação para um novo jeito de ser Igreja...
A Ação - Qual a sua experiência com as Comunidades Eclesiais de Base?
Pe. Ranilson – No pouco tempo que passei como pároco da Paróquia Nossa Senhora Aparecida de Juazeiro do Norte-Ce, pude perceber com mais clareza o que são as CEBs. Logo a paróquia estava vivenciando o auge das Santas Missões Populares realizadas em nossa Diocese de Crato. Os encontros e celebrações nos setores paroquiais, o envolvimento das pessoas e dos grupos que não ficavam fechados nos trabalhos de suas pastorais me fez ver que é possível sim, ser uma Igreja mais dinâmica, de pessoas que compartilham a sua fé e os seus bens, mesmo na sua pobreza, que se interessam pelos desafios uns dos outros, que interagem com a natureza e que assim vivem mais coerentemente a sua relação com Deus. Porém, há muito ainda que se conquistar: maior dedicação à oração e à espiritualidade, escuta mais atenta à Palavra de Deus, abertura para novas realidades, superação de rivalidades entre alguns grupos ou pessoas e acima de tudo perdão como expressão de amor para as fraquezas do próximo.
A Ação - Qual sua motivação para o 13º Intereclesial das CEBs?
Pe. Ranilson – Na “Oração Sacerdotal” Jesus reza ao Pai: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (cf. Jo 17,21). Esta é com certeza a grande meta que todos nós como Igreja devemos aspirar neste instante. Porém, para isso, não podemos esquecer de que é na capacidade de servir uns aos outros que construiremos uma família de irmãos no mundo e para isso, lembremo-nos do mandamento de Jesus na última Ceia: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (cf. Jo 13,34b-35). A lei do Amor é a Justiça de Cristo: para nós que peregrinamos em “Comunidade”, em romaria neste mundo rumo à realização do Reino de Deus no Céu, no Campo e na Cidade, onde nossa fé se concretiza em gestos a Serviço da vida, de Vida Plena para todos!


Justiça e Profecia a Serviço da Vida. CEBs Romeiras do Reino no Campo e na Cidade




 Rozelia Costa
Secretariado Nacional das CEBs - Setor Comunicação

Manifesto de Repudio - Codigo Florestal : SE MANIFESTEM!!!

MANIFESTO DE REPÚDIO
 
"Estamos num momento crítico da história da Terra, no qual a humanidade deve escolher o seu futuro (.). A nossa escolha é essa: ou formamos uma aliança global para cuidar da Terra e uns dos outros ou então arriscamos a nossa própria destruição e a da diversidade da vida".
Carta da Terra
                             O CNLB Regional Sul 1 - SP, organismo da Igreja Católica que congrega e articula os cristãos leigos e leigas do Estado de São Paulo, vem a público manifestar seu repúdio pela versão do Código Florestal Brasileiro aprovada pela Câmara dos Deputados; e juntamente com inúmeros movimentos sociais, igrejas, ONGs, cientistas e ambientalistas, engrossamos as fileiras dos que conclamam a sociedade brasileira para se opor ao texto aprovado.
                            As novas relações sociais que pretendemos construir não podem deixar de pressupor a natureza como protagonista de diretos. A visão débil de que o homem pode dispor como quiser da biosfera já começa a gerar impactos permanentes no planeta: tudo indica que somos contemporâneos de uma crise ambiental sem precedentes, e que ela marcará uma necessária tomada de posição para garantir um futuro amistoso para a humanidade.
A lei deve garantir que a produção agrícola necessita estar alinhada à responsabilidade ambiental do produtor, responsabilizando-o, inclusive criminalmente, pelo uso destrutivo da terra e dos recursos naturais nela encerrados. O limite não pode ser ultrapassado quando do outro lado está a integridade dos biomas, fonte dos recursos energéticos e materiais que garantem a sobrevivência humana.
Neste sentido, convocamos todos os homens e mulheres de boa vontade para pressionar pelo veto presidencial à versão aprovada e posterior reformulação do texto legal, e desta forma contemplar os anseios de milhões de brasileiros que se manifestam em favor de uma sociedade economicamente justa e ambientalmente sustentável.
São Paulo, 27 de abril de 2012.
Presidência do CNLB Regional Sul 1.

MANIFESTE SEU APOIO AO VETO PRESIDENCIAL
Mande um e-mail para: gabinetepessoal@presidencia.gov.br
"Presidenta Dilma Rousseff, sou a favor do veto ao Código Florestal aprovado na Câmara dos Deputados"

sábado, 28 de abril de 2012

Bispos do Brasil divulgam nota sobre eleições municipais


No encerramento da 50ª Assembleia Geral, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) apresentou uma mensagem de orientação a todos seus fiéis para orientá-los no exercício da cidadania nas próximas eleições municipais.

Em sintonia com este momento importante para o país, assim os bispos são chamados a dar uma palavra que “ilumine e ajude” as comunidades eclesiais e todos os eleitores, chamados a exercer um de seus mais expressivos deveres de cidadão, que é o voto livre e consciente. 


As eleições municipais têm uma característica própria em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia e lazer. 

“Trata-se de um processo eleitoral com mais participação da população porque os candidatos são mais visíveis no cotidiano da vida dos eleitores”, destaca a nota.

Desde modo, a Igreja Católica no Brasil orienta para que seus fiéis estejam atentos aos valores que definem o perfil de seus candidatos.

“Estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitores, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades”, reforça a CNBB.

Dom Damasceno espera que os políticos cumpram seu cargo recebido através de um gesto de confiança de seus eleitores, com responsabilidade e a serviço da comunidade.

“A política é uma das forças mais sublimes do exercício da caridade, do amor. O político verdadeiro é aquele que se coloca 24 horas por dia a serviço do bem do país, não aquele que faz da política um meio de se enriquecer, de apenas atender o interesse de seus grupos, exercendo uma política fisiológica e corporativista, mas aquele que pensa no bem da sociedade, especialmente dos mais pobres e necessitados”, reforça Dom Damasceno.

O episcopado brasileiro recordou ainda o importante instrumento contra a corrupção que foi a aprovação da Lei da Ficha Limpa, um passo importante para “colocar fim à corrupção, que ainda envergonha o nosso país”.

“Há um desejo de toda a população de que a Ficha Limpa não seja aplicada só aos políticos, só aos candidatos a prefeito e vereador, mas todos aqueles que vão ocupar um cargo. O bom prefeito, bom vereador deve escolher também colaboradores competentes, honestos, capazes de ajudá-lo no exercício de sua função”, esclarece ainda Dom Damasceno. 
Nota na integra:

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunida em sua 50ª Assembleia Geral, em Aparecida – SP, de 18 a 26 de abril de 2012, saúda a população brasileira, em sintonia com os importantes acontecimentos que marcam o país neste ano, especialmente as eleições municipais no próximo mês de outubro. Expressão de participação democrática, as eleições motivam-nos a dizer uma palavra que ilumine e ajude nossas comunidades eclesiais e todos os eleitores, chamados a exercerem um de seus mais expressivos deveres de cidadão, que é o voto livre e consciente.

Inspira-nos a palavra do papa Bento XVI ao afirmar que a sociedade justa, sonhada por todos, “deve ser realizada pela política” e que a Igreja “não pode nem deve ficar à margem na luta pela justiça” (Deus Caritas Est 28). Para o cristão, participar do processo político-eleitoral, impulsionado pela fé, é tornar presente a ação do Espírito, que aponta o caminho a partir dos sinais dos tempos e inspira os que se comprometem coma construção da justiça e da paz.

As eleições municipais têm uma característica própria em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer. Trata-se de um processo eleitoral com maior participação da população porque os candidatos são mais visíveis no cotidiano da vida dos eleitores. A sua importância é proporcional ao poder que a Constituição de 1988 assegura aos municípios na execução das políticas públicas.

Nos municípios, manifestam-se também as crises que o mundo atravessa, incluindo a própria democracia. Isso torna ainda mais importante a missão de votar bem, ficando claro para o eleitor que seu voto, embora seja gesto pessoal e intransferível, tem consequências para a vida do povo e para o futuro do País. As eleições são, portanto, momento propício para que se invista, coletivamente, na construção da cidadania, solidificando a cultura da participação e os valores que definem o perfil ideal dos candidatos. Estes devem ter seu histórico de coerência de vida e discurso político referendados pela honestidade, competência, transparência e vontade de servir ao bem comum. Os valores éticos devem ser o farol a orientar os eleitos, em contínuo diálogo entre o poder local e suas comunidades.

Ajuda-nos nesta tarefa instrumentos como as Leis de iniciativa popular 9.840/1999, contra a corrupção eleitoral e a compra de votos, e 135/2010, conhecida como Lei da Ficha Limpa, cuja constitucionalidade foi confirmada pelo Supremo Tribunal federal. Aos eleitores cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos candidatos e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em vários lugares, explicitando a necessidade de a “Ficha Limpa” ser aplicada também aos cargos comissionados para maior consolidação da democracia. Desta forma, dá se importante passo para colocar fim à corrupção, que ainda envergonha o nosso país.

O exercício da cidadania, no entanto, não se esgota no voto. É dever, especialmente de quem vota, a corresponsabilidade na gestação de uma nova civilização, fundamentada na defesa incondicional da vida, desde a fecundação até a morte natural; na promoção do desenvolvimento sustentável, possibilitando a justiça social e a preservação do planeta.

A educação para a cidadania é processo permanente. Para ela contribuem as Escolas e Grupos de Fé e Política que se multiplicam pelas dioceses do Brasil, além das variadas publicações de conscientização política. Entre estas, recordamos o Documento 91 da CNBB – Por um reforma do Estado com Participação Democrática e a Cartilha Eleições Municipais 2012: Cidadania para a Democracia, elaborada por organismos da CNBB. Exortamos nossas comunidades e lideranças a lançarem mão destes valiosos instrumentos, a fim de que participem conscientemente das eleições e assegurem a unidade em meio às diferenças próprias do sistema democrática. Merecem nosso apoio e incentivo, ainda, campanhas como a que estimula os jovens a exercerem responsavelmente deu direito de vota já a partir dos 16 anos.

Para o cristão, participar da vida política do município e do país é viver o mandamento da caridade como real serviço aos irmãos, conforme disse o PAPA PAULO VI: “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros” (Octogesima Adveniens, 46). Só assim, seremos “fermento que leveda toda a massa” (G1 5,9).

Que Nossa Senhora Aparecida abençoes o povo brasileiro e ilumine candidatos e eleitores no exigente caminho da verdadeira política.

Aparecida, 21 de abril 2012.

Raymundo Cardeal Damasceno Assis
Arcebispo de Aparecida
Presidente da CNBB

José Belisário da Silva
Arcebispo de São Luís do Maranhão – MA
Vice-presidente da CNBB

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília - DF
Secretário Geral da CNBB

Diocese de Serrinha-BA e as CEBs





No domingo, 15/04/2012, às 09:0h, aconteceu a Ordenação Diaconal do senhor João Miguel de Queiroz, na Paróquia de Santo Antônio Teofilândia-BA, que faz parte da Diocese de Serrinha-BA.
O evento contou com a participação do bispo Dom Ottorrino Assolari, o qual ordenou João Miguel, diácono permanente, e de vários padres de outras paróquias, além dos diáconos e seminaristas. Também se registrou a presença de outros padres da Diocese de Rui Barbosa que vieram prestigiar esse momento de benção para a Diocese de Serrinha-BA.
De acordo com os organizadores do evento, havia mais de 2500 pessoas no ginásio de esporte, local da celebração. Isso porque, o agora diácono permanente, João Miguel, é muito querido pelas comunidades da Paróquia Santo Antônio, pelos seus 22 anos serviços prestados às Comunidades Eclesiais de Base CEB’s. Sendo que, neste período, ele foi administrador paroquial por três vezes, o qual realizou um excelente trabalho, tendo aprovação dos bispos que lhe confiaram esta missão, como também de toda a comunidade paroquial.
Este acontecimento demonstra mais uma realização para a Diocese, uma vez que, se precisa cada vez mais de pessoas engajadas na missão evangelizadora, pois se sabe que  “a messe é grande, mas os trabalhadores são poucos, Lc 10,1-9”.

José Luiz O Batista 

Teofilândia-Ba

CEBs, comunidade de comunidades - CEBs Caxias do Sul - RJ

 
“Que alegria quando me disseram: vamos ao 12º Encontro das Cebs da Diocese de Caxias do Sul



O 12º encontro diocesano CEBs da diocese de Caxias do Sul acontece no dia 28 e 29 de abril de 2012, na paróquia Menino Deus, Caxias do Sul. O lema que anima este encontro é “Comunidade: vida com saúde”.  O lema, escolhido em comunhão com a CF 2012, terá 5 oficinas de reflexão, aprofundamento e discernimento de temas ligados à saúde na perspectiva integral e interdisciplinar: A saúde que vem da agricultura familiar; a saúde que vem da economia solidária; a saúde que vem da política; a saúde que vem da família; a saúde que vem da comunidade.
As comunidades eclesias de base (CEBs), constituem uma rica e significante experiência da igreja da América Latina, de modo especial, no Brasil. O discípulo missionário vive necessariamente em comunidade. Essa inspiração vem da imagem “Povo de Deus”, idéia fundamental do Concílio Vaticano II. As comunidades eclesiais de base ou rede de comunidades buscam viver a fé na Trindade na perspectiva da vida comunitária como encontro de irmãos de caminhada, na diversidade das pessoas, na participação e envolvimento direto de cada um em particular. A animação da fé acontece pela força viva e eficaz da Palavra de Deus, na Eucaristia e na celebração regular nas próprias comunidades. A porção de povo de Deus manifesta a fé a partir da “base”, isto é, encarnada no “lugar”, com as marcas geo-históricas-culturais e sociais. Por serem eclesiais, são preocupadas com o “protagonismo dos leigos” no sentido de serem sujeitos responsáveis da vocação batismal, no horizonte dos discípulos missionários, da profecia transformadora, com a consciência crítica diante das injustiças do mundo, do modelo econômico que cria as desigualdades e da raiz que causa os problemas sócio-ambientais. Por ser guiada pelo Espírito Santo, na fé em Jesus Cristo, as cebs buscam viver uma espiritualidade libertadora, pascal e de opção pelos pobres. Segundo o Papa Bento XVI, “a opção pelos pobres é implícita na fé cristológica”, em Deus que se fez pobre entre os pobres por meio de seu Filho Jesus Cristo.
As cebs é uma forma de organizar a pastoral em vista da evangelização. Por isso, são comunidades com grupos menores de pessoas. Este articulam os serviços pastorais e as atividades comunitárias em “rede”, com conselhos, equipes, comissões ampliadas, descentralizados, auto-organizados, formando comunidade de comunidades.  As cebs são experiência da ministerialidade, da democracia e do processo de cidadania e dignidade humana. Assumem a missão evangelizadora e a vitalidade necessária para enfrentar os desafios do mundo plural, globalizado, urbanizado, individualista, dos ambientes virtuais, características próprias da “mudança de época” que vivemos.
O objetivo do 12º encontro das comunidades eclesiais de base (CEBs)  é reunir os cristãos da nossas comunidades em nome da fé em Jesus Cristo doador da vida, na beleza da diversidade humana e cultural presente nas diversas regiões da Diocese de Caxias do Sul. É um momento especial para despertar a nossa Igreja e a sociedade para uma nova consciência em relação ao dom da saúde, ao todo que se refere em termos de desafios e suscitar uma responsabilidade solidária, ecológica e missionária de todos os participantes e por conseqüência, nos cristãos da nossa grande Diocese.
A grande “comunidade de comunidades” da Diocese de Caxias do Sul é formada por habitantes de 39 municípios. A evangelização acontece através das 73 paróquias, um Santuário, 983 comunidades eclesiais de base e um número extraordinários de sacerdotes, religiosos (as), leigos (as) e consagrados. Neste rebanho do Povo de Deus, são organizados e articulados os diversos serviços de evangelização, as pastorais sociais, os movimentos apostólicos, movimentos sociais, os organismos eclesiais e tantas ações anônimas que são verdadeiros sinais do Reino de Deus que vem chegando no chão e na vida das nossas comunidades.
A espiritualidade das comunidades eclesiais de base, povo reunido em comunhão com a Comunidade da Trindade, é a fé animada na Palavra de Deus, celebrada comunitariamente, num espírito de comunhão e participação através dos conselhos de pastoral e testemunhada no serviço à vida, de forma “ecosocial”, “missionária” e “profética”. É o Espírito Santo que opera nas comunidades, desperta as mentes, renova os corações, semeia o desejo de amor e compromete os batizados como discípulos missionários na construção da “vida em abundância para todos” (Jo 10).
A Igreja, portadora dos sonhos de Jesus Cristo encarnado na história para a salvação e libertação da humanidade, é convocada a armar a tenda no meio das nossas comunidades. Hoje, as as comunidades são desafiadas a ser sinal de profecia e esperança na missão de cuidar da criação, da mãe terra, da comunidade da vida, da saúde, da casa comum que é a humanidade. Todos, juntamente com os representantes das nossas comunidades, somos convidados a multiplicar esta grande festa do Povo de Deus que “sonha a caminho” e acolher a novidade do Espírito que sopra desde sempre como relação profunda de comunhão, jovialidade, cuidado, face-a-face nas convivência nas diferenças, serviço amoroso e generoso. Construir “comunidades eclesias de base” é testemunhar a nova “comunidade ecológica de base”, fundamental para evangelizar a partir dos “sinais dos tempos” atuais.  No ano de 1988, na abertura do 8º Encontro estadual de Cebs, na paróquia Imaculado Coração de Maria, Caxias do Sul, Dom Paulo Moretto fez esta afirmação: “As cebs não são um movimento dentro da igreja mas a própria igreja em movimento”. A igreja, como comunidade de comunidades, em contínuo processo de atualização da Boa Nova, precisa mudar constantemente para ser fiel a Jesus Cristo. Eis o desafio: Como ser CEBs no século XXI?



Pe Gilmar Paulo Marchesini
Coordenador diocesano de pastoral da
Diocese de Caxias do Sul

CNBB: E, por fim, os preparativos para o próximo 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que vai acontecer em janeiro de 2014, na cidade de Juazeiro do Norte



 










Aparecida (RV) – Concluiu-se na última quinta-feira, dia 26, a 50ª Assembleia Geral da CNBB, no Centro de Eventos Padre Vítor Coelho de Almeida, no Santuário Nacional de Aparecida. Foram nove dias de intensos trabalhos com a presença de 338 bispos de todo o país. Dias de reflexão, discussão e oração ao redor do tema central A Palavra de Deus na vida e missão da Igreja.

Pudemos sentir nestes dias em que acompanhamos os trabalhos dos nossos bispos, como pulsa o coração da nossa Igreja; podemos afirmar sem temor que é um coração forte, determinado, com fé e esperança. Tudo isso foi demonstrado nos temas analisados e propostos depois ao povo de Deus presente em todo o território brasileiro. Como, por exemplo, o projeto de “Comunhão e Partilha – Igreja Solidária” entre as dioceses no campo da formação do clero. A ideia é que todas as dioceses do Brasil, inclusive as que serão beneficiadas, deem uma pequena contribuição para um Fundo de Solidariedade para a formação dos seminaristas em todo o Brasil.

Foram ainda apresentadas a Nota "Em defesa dos territórios e dos direitos dos povos indígenas, quilombolas, pescadores artesanais e demais populações tradicionais” e a Nota sobre a reforma do Código Penal. O objetivo do documento é expressar o compromisso da instituição no acompanhamento de importantes matérias de interesse social, neste momento em que uma Comissão de Juristas do Senado discute mudanças no Código Penal; e a Nota sobre as próximas eleições municipais, convocando os eleitores a um voto responsável.

Momentos também de recordação como a homenagem aos 50 anos do início do Concílio Vaticano II - considerado o mais importante fato da história recente da Igreja - no qual, à época, os bispos brasileiros participaram ativamente, tanto que as assembleias gerais da CNBB de 1964 e 1965 foram realizadas em Roma por esta mesma razão.

Isso sem contar as celebrações pelas 50 Assembleias Gerais e pelos 60 anos da criação da CNBB. Uma série de compromissos já foram marcados: a preparação para o próximo Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação, em julho próximo em Aparecida (SP); os preparativos para o IIº Seminário de Comunicação Teórico e Prático para os bispos, que está marcado para julho de 2013, na Universidade Católica de Pernambuco, em Recife (PE) em 2013, bem como a elaboração do Diretório de Comunicação. E, por fim, os preparativos para o próximo 13º Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base, que vai acontecer em janeiro de 2014, na cidade de Juazeiro do Norte (CE). A equipe da Caritas Brasileira recordou ainda o Fundo Nacional de Solidariedade e o projeto de apoio à Igreja no Haiti e os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude foram apresentados.

A escolha dos quatro delegados e dois suplentes para o Sínodo sobre a Nova Evangelização, em outubro, no Vaticano também foi debatida e, ainda, a acolhida por parte dos senhores bispos do Núncio Apostólico para o Brasil, Dom Giovani D’Aniello, que trouxe a saudação do Santo Padre Bento XVI e do Secretário de Estado, Cardeal Tarcísio Bertone. A Rádio Vaticano apresentou alguns momentos do documentário que a Redação Brasileira está fazendo sobre a viagem de Bento XVI ao Brasil, em 2007.

Foram dias intensos de muito conteúdo, de muita preocupação pela realidade brasileira e eclesial, dias em que os nossos pastores fizeram uma pausa nos seus trabalhos habituais para, juntos, colegial e fraternalmente, concentrarem a atenção sobre determinados assuntos que dizem respeito à cotidianidade do povo de Deus. Vimos, nestes dias, nossos pastores orgulhosos da “Igreja Viva” do Brasil, cheios de esperança e fé, cheios de confiança Naquele que tudo pode. Cada Assembleia Geral da CNBB é sempre uma nova experiência, para quem dela participa, mas também para nós, jornalistas, que seguimos e contamos diariamente a vida de uma Igreja viva que caminha ao lado dos que sofrem.

 Silvonei José

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ruralistas dão motivos para Dilma vetar mudanças no Código Florestal


Rompendo acordo com governo, ruralistas lideram aprovação do Código Florestal na Câmara, ampliando retrocessos do texto elaborado no Senado. A presidenta Dilma ainda não se manifestou, mas possui uma lista de motivos para utilizar sua prerrogativa de veto: o rompimento do acordo por parte dos ruralistas, seus compromissos de campanha de não aprovar nada que aumente o desmatamento e promova a anistia de desmatadores e a pressão internacional às vésperas da Rio+20.

Brasília - Por 274 votos a favor, 189 contrários e 2 abstenções, a Câmara dos Deputados aprovou, nesta quarta-feira (25), o relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) que modifica o Código Florestal, impondo sérios retrocessos à legislação ambiental brasileira.

O resultado foi uma derrota para o governo federal que defendia a aprovação na íntegra do texto definido pelo Senado, no final do ano passado, ao qual considerava fruto de um acordo com os representantes do agronegócio no parlamento. Reiteradas falas do governo anunciaram que o texto dos senadores não era o ideal, mas o possível de ser alcançado pela mediação dos interesses presentes no Congresso Nacional.

A bancada ruralista na Câmara, entretanto, manteve-se fiel apenas ao seu programa e incorporou mais de vinte alterações ao texto do Senado, que já representava um retrocesso na legislação ambiental para organizações sociais diversas, como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Via Campesina, ONGs como Greenpeace, SOS Mata Atlântica e Instituto Socioambiental, entre outras.

A expectativa destas organizações é de que a presidenta Dilma Roussef vete as mudanças para proteger o Código Florestal. O presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), disse na terça-feira (24) que a presidenta vetaria o texto, caso ele fosse aprovado com as alterações propostas por Piau.

De tudo que foi apresentado pelo relator, apenas uma proposta não vingou. Mas, por força do regimento interno e não da vontade de Piau ou da maioria do plenário. A proposta que retirava a necessidade de recomposição de 15 metros da mata ciliar de rios com até 10 metros de largura foi recusada por se tratar de um texto já aprovado tanto pela Câmara quanto pelo Senado nos turnos anteriores de tramitação.

A presidenta Dilma ainda não se manifestou, mas possui uma lista de motivos para utilizar sua prerrogativa de veto: o rompimento do acordo por parte dos ruralistas, seus compromissos de campanha de não aprovar nada que aumente o desmatamento e promova a anistia de desmatadores e a pressão internacional às vésperas da Rio+20.

Gozando de popularidade recorde, tendo em mãos um projeto cuja antipatia da população é comprovada por pesquisas de opinião e contando com apoio de setores expressivos da imprensa, de movimentos e organizações sociais, da ciência e da religião, a presidenta tem um amplo ambiente favorável para enfrentar a decisão de numerosos deputados e o desgaste político que dele pode ser oriundo.

Paulo Piau chegou a desafiar o governo no primeiro dia de votação. "Se vetar, nós derrubamos o veto", disse, acompanhado pelo líder do PMDB e futuro presidente da Câmara em 2013, Henrique Eduardo Alves (RN).

A Constituição permite à Dilma vetar dispositivos - artigos, incisos ou alíneas – inteiros, e não partes deles, ou o texto completo. Para tal, ela terá 48 horas, contadas a partir do recebimento do projeto aprovado na Câmara, para comunicar o presidente do Congresso Nacional, o senador José Sarney (PMDB-AP), justificando as razões do veto. A decisão presidencial poderá ser derrubada pela maioria absoluta, metade mais um, de cada Casa, ou seja, por 257 deputados e 41 senadores. E aí reside o maior perigo para o governo em caso de veto. Na Câmara, os ruralistas comprovaram que sua proposta é majoritária. Restaria saber como se comportariam os senadores neste novo cenário. A apreciação de vetos presidenciais são realizadas por meio de voto secreto.

Mudanças
Entre as novas mudanças aprovadas no Código Florestal está a retirada da obrigação de divulgar na internet os dados do Cadastro Ambiental Rural (CAR), registro cartográfico dos imóveis rurais que facilita o monitoramento das produções agropecuárias e a fiscalização de desmatamentos. Assim como excluíram o artigo que exigia a adesão de produtores ao CAR em até cinco anos para o acesso ao crédito agrícola.

O Ibama não poderá bloquear a emissão de documento de controle de origem da madeira de estados não integrados a um sistema nacional de dados.
Os estados da Amazônia Legal com mais de 65% do território ocupado por unidades de conservação pública ou terras indígenas poderão diminuir a reserva legal em propriedades em até 50%.

Foi derrubada a obrigatoriedade de recompor 30 metros de mata em torno de olhos nascentes de água nas áreas de preservação permanente ocupadas por atividades rurais consolidadas até 22 de julho de 2008. Foi retirada ainda do texto a regra de recomposição de vegetação nativa em imóveis de agricultura familiar e naqueles com até quatro módulos em torno de rios com mais de 10 metros de largura.

Também foi retirada a definição de pousio, período sem uso do solo para sua recuperação, que permitia a interrupção de, no máximo, cinco anos de até 25% da área produtiva da propriedade. Com isso, áreas ilegalmente desmatadas há mais de uma década, mas hoje com florestas em recuperação serão automaticamente consideradas como produtivas e, assim, poderão ser legalmente desmatadas. Como também retirou-se o conceito de área abandonada, prejudica-se a reforma agrária, pois já não haverá terras subutilizadas por especuladores, mas apenas áreas “em descanso”.

Também foi retirado do texto a necessidade de os planos diretores dos municípios, ou suas leis de uso do solo, observarem os limites gerais de áreas de preservação permanente (APPs) em torno de rios, lagos e outras formações sujeitas a proteção em áreas urbanas e regiões metropolitanas. Também foi aprovado o destaque que não considera apicuns e salgados como APP.

Vinicius Mansur

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ABr

Fonte: Carta Maior

O maior obstáculo para a Paz


 

A Palestina foi um dos últimos lugares onde a teologia da libertação foi articulada.

O que Gustavo Gutiérrez começou na América Latina em meados dos anos setenta serviu de inspiração para muitas teologias contextualizadas em diversas partes do mundo.

Este artigo é dedicado a meu amigo Gustavo, inspiração para muita gente por meio de seu compromisso de vida e seus escritos, e que me inspirou em minha trajetória de fé pessoal.

Em 1948 foi cometida uma grave injustiça contra o povo palestino. Foram muitas as forças coligadas para levar adiante o projeto. Além das forças judaicas sionistas que perpetraram a catástrofe, a Inglaterra e os Estados Unidos proporcionaram apoio político e legal internacional. Ilan Pappe, historiador judeu israelense, descreveu a catástrofe no prefácio de seu livro The Ethnic Cleansing of Palestine [ A limpeza étnica da Palestina]:

Uma vez tomada a decisão, o cumprimento da missão levou seis meses. No final, mais da metade da população nascida na Palestina, cerca de 800 mil pessoas, havia sido erradicada, 531 vilas destruídas e 11 cidades esvaziadas de seus habitantes. O plano foi programado para 10 de março de 1948 e, levando em conta sua implementação sistemática durante os meses seguintes, tratava-se de uma operação precisa, que de acordo com a legislação atual internacional, constitui um crime de lesa-humanidade.(2)

Isto levou ao estabelecimento do Estado de Israel, em 15 de maio de 1948, sobre 78% do território palestino. Por meio da guerra subsequente de 1967, o exército israelense ocupou os 22% restantes da Palestina. Desde então, o Governo de Israel tem confiscado a terra palestina, construindo assentamentos para uso exclusivo de judeus (ilegais, segundo a legislação internacional), cindindo o território palestino ao estabelecer centenas de postos de controle que impedem o livre trânsito da população palestina dentro de seu próprio paí, submetendo os palestinos a injúrias, humilhações e inclusive a torturas…

Israel não reconheceu os direitos humanos e políticos dos palestinos, e sempre se negou a cumprir numerosas resoluções das Nações Unidas que ordenavam o fim da ocupação e permitiam aos palestinos estabelecer seu próprio estado ao lado do Estado de Israel. A violência e o terrorismo do Governo de Israel chocou-se com a violência e o terrorismo dos grupos de resistência palestinos, e esta espiral de violência levou o país, sua economia e segurança à ruína. Neste contexto político surgiu a Teologia da Libertação Palestina (TLP), para encarar esta calamitosa situação e suas múltiplas injustiças a partir da perspectiva da fé.

Desafios teológicos às religiões monoteístas
Em termos gerais, o conflito palestino-israelense colocou sob suspeita as três religiões monoteístas descendentes de Abraão. Não contribuíram com nada de interessante. Cada uma delas desempenhou um triste papel. Pode-se inclusive dizer que a religião foi parte do problema e não conseguiu ser parte da solução. Qual é, então, o obstáculo teológico central interposto no caminho?

Sem nenhuma dúvida, o maior obstáculo teve que ver com nossa teologia de Deus. Se nossa teologia sobre Deus está equivocada, é inevitável que esteja também, automaticamente, nossa teologia sobre o próximo, e vice-versa. Na prática, é mais simples analisar a teologia do próximo porque é totalmente verificável. Quando ela é deficiente, nos damos conta de temos uma teologia de Deus igualmente deficiente. Como povo crente, nossa teologia de Deus é a que determina nossa teologia do próximo; e, se queremos ajudar as pessoas a mudar sua teologia sobre o próximo, temos que encarar sua teologia de Deus. Se nossa teologia de Deus se baseia em nossos textos sagrados, interpretados literalmente e sem análise alguma, então nossa teologia de Deus acabará estática e ficaremos realmente paralisados.

Em nosso contexto de Oriente Médio, quando nos referimos aos crentes, sejam muçulmanos, judeus ou cristãos, e especialmente aos que são religiosamente conservadores, tradicionais ou ainda fundamentalistas, o grande problema vem de sua compreensão de Deus. De acordo com nosso conceito de Deus, pequeno e estreito ou bem grande e aberto, fica determinado o modo como encaminhamos a solução aos conflitos entre crentes ou à conflitos políticos e sócio- econômicos que enfrentam nossas comunidades.

O que está absolutamente claro é que os três credos abraâmicos — ou como alguns os denominam, as três religiões monoteístas — se encontraram, juntos e totalmente imersos, no conflito palestino-israelense. É importante recordar que o conflito não teve sua origem na religião; contudo, com o passar dos anos, a religião chegou a ser parte integral do mesmo e é, hoje em dia, sua mais clara expressão.

As pessoas creem que a religião tem um papel importante a desempenhar na construção da paz; portanto, esperam que estas três religiões, que reivindicam Abraão como antecessor comum, façam uma valiosa contribuição. De fato, o conflito palestino converteu-se em um teste de autenticidade religiosa. Por exemplo: Pode a religião encontrar uma solução para o conflito a partir da fé em um Deus vivo, o Deus da paz? Poderia-se dizer, inclusive, que se oferece uma oportunidade privilegiada aos dirigentes religiosos e a seus povos de ter um discurso profético e criar parâmetros para a paz com fundamento em sua fidelidade ao Deus único.
Mas foi realmente decepcionante o que se deixou transparecer como resultado deste conflito. Este intenso conflito político foi a causa pela qual os fiéis das três religiões se chocaram no solo palestino. Ao se chocar, chocaram suas religiões. O judaísmo em seu conjunto foi capturado pelo sionismo e se pôs a serviço do Estado de Israel e seus extremistas religiosos judeus. Sua fé parece estar centrada em um Deus nacional, que retornou à Palestina para reclamar “seus” direitos de herança para “seu” povo e pelejar ao seu lado para recuperar a terra dos atuais cananeus, os árabes palestinos. O que observamos da parte judia é, na realidade, um deus tribal em nada comparável ao grande Deus da Bíblia.

De modo semelhante, o Islã invocou o seu próprio deus tribal, que também reclama seus direitos de exclusividade para toda a região do Oriente Médio, incluída a Palestina. Para os muçulmanos, o êxito do projeto sionista foi sentido como uma facada que cortou uma porção importante de “sua” terra. Desta maneira, e com seu deus, prepararam-se para a guerra e empunharam as armas. Como o povo judeu, em lugar de apelar a seus elevados dogmas de fé, botaram para fora seus conceitos mais primitivos sobre deus: os deuses tribais tinham que se chocar.

Pode-se dizer, inclusive, que a Palestina constitui uma encruzilhada para o mundo, em cuja arena combatem as três maiores religiões em busca da paz, a fim de encontrar uma solução para um conflito ininterrupto. Cada uma delas encara o conflito com sua fé no Deus Único e uma firme tradição de justiça e paz. Esta, entretanto, em lugar de aproximar cada vez mais seus povos da paz, contribuiu para a sua alienação progressiva. Suas religiões e credos não se manifestaram de maneira suficientemente vigorosa para deter o conflito e obter a paz. Em consequência, a palavra “monoteísmo” é errônea, deve ser mudada ou inclusive descartada? Converte-se em uma vergonha nossa fé monoteísta? Não estaremos, na realidade, observando três religiões, cada uma delas crendo em seu Deus Único, mas não no mesmo Único Deus? Muitos dentre nós sustentam que as três religiões creem no mesmo Deus Único. É a razão pela qual se referem a elas dizendo “as três religiões monoteístas”.

Contudo, observando mais de perto nossos povos e observando seu comportamento e interação mútua, parece óbvio que não compartilhamos uma fé no mesmo Único Deus. Se fosse assim, observaríamos maior respeito entre os seguidores das três religiões e maiores progressos na busca da paz. Ao contrário, nossas religiões são parte do problema e não da solução. Em outras palavras, poderíamos presumir que nossa fé no mesmo Único Deus, que demanda justiça e paz para todos, nos reuniria e atuaria como vigoroso catalisador e força que nos ajudaria a encontrar uma solução ao nosso trágico conflito. O fato de que isto não aconteceu, lança dúvidas acerca de nossos credos monoteístas. Não fomos capazes de superar nossos egoísmos e ambições, nem nossos pequenos interesses nacionalistas. A zona da Palestina-Israel é a única no mundo onde estas três religiões monoteístas entraram em conflito e onde o conflito colocou à prova suas teologias de justiça e paz e revelou sua necessidade.

Chegando a este ponto, temos de distinguir a religião de seus adeptos. A pergunta crucial é: Que diz a religião acerca do conflito e onde se situa Deus, em se tratando da paz? Se de fato cremos no mesmo Único Deus, é necessário presumir que nossas religiões têm, ao menos esboçada, uma visão comum para a paz, de acordo com o Único verdadeiro Deus.

Importância das religiões proféticas
Nossas religiões deveriam assinalar com clareza a injustiça e o mal perpetrados e sugerir vias para uma justa solução, ao mesmo tempo que teriam que exercer a misericórdia e a compaixão. Se uma religião não é profética, poderá ser cooptada pelo poder e se converter em sua colaboradora. Uma religião autêntica tem que provocar seus fiéis com a palavra de Deus, exortá-los a conformar suas ideias e seus atos à ela e não rebaixar Deus ao nível de sua ambição e egoísmo, o que normalmente conduz à violência e à guerra. Quando nossa teologia de Deus se deteriora ao ponto de apoiar e justificar nossos preconceitos, algo anda mal com nossa teologia.

Mais ainda: temos de dizer com simplicidade que, se nossos diferentes textos sagrados não podem conciliar nossa teologia do Deus Único com o Deus que detesta a injustiça e o mal, seja quem for o perpetrador do mesmo, algo está drasticamente errado. Se nossa teologia de Deus não condena a opressão e a exploração de todos os filhos de Deus, algo está basicamente equivocado em nossa teologia monoteísta. Se nosso conceito de um Deus amoroso, compassivo e misericordioso não pode se comprovar hoje por meio de demonstrações de misericórdia e compaixão para com os outros, ainda que sejam inimigos, então nossa religião fracassou. Se o Deus no qual cremos não tem nada a dizer a respeito de nossos inimigos, a não ser que temos de matá-los, algo anda errado com nossa teologia. Se nossa religião não tem nada a dizer acerca dos pobres e dos oprimidos, exceto ignorá-los e satanizá-los, temos que analisar a autenticidade de nossa teologia sobre Deus e o próximo. Se nossa religião não tem nada a dizer a respeito da paz e da segurança a não ser a favor de nós mesmos, será necessário examinar nossa teologia. A tragédia de muitas pessoas que chegaram ao poder é que, quando se tornam fortes, não querem dar aos outros o que elas mesmas desejavam quando eram fracas. E quando nos convertemos em opressores, não queremos dar aos outros o que desejamos para nós mesmos quando éramos oprimidos. O interesse da teologia da libertação está nos oprimidos e nos opressores. Nas palavras de Gustavo Gutiérrez,
Amor universal é aquele que, em solidariedade com os oprimidos, busca libertar também os opressores de seu próprio poder, de sua ambição e de seu egoísmo (…) ama aos opressores, libertando-os de sua própria situação desumana. Mas a isto não se chega 
optando resolutamente pelos oprimidos, ou seja, combatendo a classe opressora (…) Nisto consiste o desafio, novo como o Evangelho: amar os inimigos3.
Falando como cristão a partir do coração da minha fé, posso dizer que, se Deus no qual eu creio não é um Deus que cuida do outro e se interessa por ele tanto quanto o faz comigo, esse deus não pode ser o Deus do universo que nos criou e nos ama a todos. Se cada uma de nossas religiões, a partir de suas bases teológicas, não é capaz de criticar toda violência e terrorismo em seu interior e rejeitar absolutamente a ideia de que Deus tenha algo a ver com essas práticas, algo está errado em nossa compreensão de Deus. Como povo crente, temos de levantar nossa voz profética para que alcance a todos os povos que nos rodeiam e proclamar que o único Deus no qual todos cremos é o Deus da justiça, da paz, do amor, da misericórdia e da compaixão e que não existe outro deus diferente dele. A menos que consigamos isto, estaremos perdidos e nossas religiões continuarão se mantendo prisioneiras de um sistema teológico antiquado que nada tem a ver com Deus e o próximo que nos rodeia; nossa religião não poderá contribuir com algo valioso para resolver os problemas endêmicos de nosso mundo atual.

O Deus genuíno e autêntico é o Deus da justiça e da paz para todos. Deus não pode ter prazer na injustiça, na dominação e na opressão. Os que são oprimidos, assim como os que vivem sob o jugo da dominação, têm que ser libertados. E isto inclui os palestinos oprimidos. Nossas três religiões creem num Deus libertador. Poderá este Deus libertador nos conduzir à paz? Será magnífico quando nossas religiões puderem produzir uma fórmula de paz que proporcionará justiça, paz e segurança a todos os povos da terra. Eu creio que isto pode ser feito, mas exige de nós a vontade e a teologia para fazê-lo.
Na prática, isto significa que deve acabar a ocupação israelense nos territórios palestinos e que a terra deve ser compartilhada. Deve ser estabelecido um Estado palestino sobre todos os territórios palestinos da Cisjordânia e da Faixa de Gaza ocupados, ao lado do Estado israelense. A cidade de Jerusalém tem que ser compartilhada sob a forma de duas capitais para os dois Estados. É preciso encontrar uma solução justa para os refugiados palestinos baseando-se no Direito Internacional. Será eliminada qualquer tipo de violência e terrorismo. Ambos os governos, com seus povos, devem trabalhar conjuntamente para desenvolver a capacidade econômica de seus países, buscando o bem-estar de seus cidadãos.
Eu creio que o Deus Único, ao qual todos rendemos culto, se alegrará na obra de justiça e estabelecimento da paz no país que todos nós amamos, de modo que possamos viver como vizinhos, não como inimigos, e respeitar a humanidade que recebemos de Deus. Apenas então nossas três religiões monoteístas poderão dar um testemunho comum da grandeza, soberania e amor do Deus Único, o Deus da justiça e da paz.

* Tradução: Flávio Conrado

1 Publicado na revista Signos de Vida, no.55, março de 2010, pp. 10-14.
2 Oxford, 2006, p. xiii.
Teología de la liberación. 4 ed. Lima: CEP, 1984, p. 344.

Veja o PDF - http://pazjustapalestinaisrael.org/pdf/O_maior_obstaculo_para_a_paz.pdf

Repensando a compaixão

A palavra compaixão talvez seja uma das menos entendidas de todas as línguas.  Normalmente é associada à pena, piedade, comiseração.  Ora, não há nada mais alheio ao sentido visceral dessa palavra forte e ardente – compaixão – do que essas edulcoradas e humilhantes definições.

Compaixão é sofrer com, padecer solidariamente e em comunhão.  Tem a ver com justiça e restaurar dignidades atingidas e cruelmente vulneradas. Compaixão é o sentimento que caracteriza o ser humano diante de seus irmãos em humanidade que se encontram desumanizados pela pobreza, a violência e a opressão.  É o que move o coração dos justos diante da iniquidade e do sofrimento do outro.  É o que enche de desejo de comungar com a dor do outro e fazê-la sua.

Perante as vítimas inocentes da  injustiça, dentro de um ambiente de globalização e pluralismo como é o nosso hoje, existirá   um critério de entendimento e convivência irrevogavelmente reconhecido e vinculante para todos e, neste sentido, capaz de ser reconhecido como verdadeiro? Parece-me ser compaixão a palavra-chave para encontrar a resposta. Pois ela é capaz de suscitar a memória subversiva das vítimas para fazê-las de novo ativas na história.

É  este conceito-atitude que procura exprimir a necessidade de o cristianismo abandonar a sua ameaçadora autoprivatização acomodada.  Compassio não é um sentimento a partir de cima ou de fora, mas a percepção do sofrimento alheio, no qual se toma parte e que eticamente obriga. Para esta compaixão, vale o imperativo categórico: “para, escuta e olha”.

A compaixão é a capacidade de partilhar o sofrimento do outro. Com efeito, o mais terrível do sofrimento não é tanto ele em si, mas a solidão que nele se experimenta. Por isso alguns teólogos contemporâneos tratam de elaborar uma memoria passionis (memória da paixão)  como categoria de base de uma teologia em espaço público. Trata-se de recordar – lembrar com o coração - os sofrimentos dos outros; fazer  um rememorar público do sofrimento alheio, incorporado de tal maneira ao uso público da razão que a esta imprima um selo.

A compaixão parte, portando, da universalidade da experiência do sofrimento. A partir daí entende a teologia contemporânea a necessidade de uma nova teologia política que contribua vigorosamente para uma Igreja compassiva, funcionando a “memoria passionis” como recordação provocadora que fundamenta uma nova ética.

Os que sofrem, as vítimas de todo tipo, teriam então uma autoridade. E esta autoridade seria a autoridade interior de um ethos global, de uma moral mundial, que obrigaria todos os homens anteriormente a qualquer ideologia, a qualquer entendimento. Uma moral que,  por conseguinte,  não pode ser posta de lado ou relativizada por nenhuma cultura e por nenhuma religião, ou igreja. Toda verdadeira mística, hoje, sobretudo após Auschwitz, não pode não ser inspirada por esse ethos.  E uma política inspirada por este ethos seria mais e diferente de uma pura executora das orientações do mercado, da técnica e de suas opressões objetivas em nossos tempos de globalização.  Seria, portanto, mais humanizante e libertadora.

Aquilo que a teologia política explicitará na Europa do pós-guerra, que a teologia da libertação tematizará na América  Latina a partir dos anos 1970, muitos já o viviam e o vivem em suas vidas e experiências espirituais, explicitando-o em sua práxis. Referimo-nos aqui a fenômenos como o dos padres operários, na Europa dos anos 1950; a pessoas como Madeleine Delbrel, apóstola das ruas de Paris; a Simone Weil, filósofa agnóstica que a partir da dureza do trabalho da fábrica vivido em seu corpo encontra a Deus e a Jesus Cristo, já nos anos 1930, antes mesmo dos horrores da guerra. E a tantos outros e outras que já viviam e narravam o que a teologia posteriormente elaborou em estilo articulado e rigoroso.

É  possível, portanto, afirmar que o critério universal da condição humana se encontra na interpelação feita pela pobreza e a dor do outro e pela compaixão que ela origina.  Todo este movimento não é apenas ético, mas também místico - ou melhor, é místico porque ético e vice-versa -  uma vez que na Revelação bíblica e no Cristianismo ambas as coisas não se dissociam. Só encontrando aí sua fonte de inspiração primeira e iniludível pode a Teologia não ser infiel à sua identidade e à sua missão.



Maria Clara Bingemer
professora do Departamento de Teologia da PUC-Rio e autora do livro "Simone Weil - A força e a fraqueza do amor” (Ed. Rocco).Fonte: Jornal do Brasil

Forro das CEBs - Jequié - BA


Aconteceu no dia 20 de abril do ano em curso, às 20h: 30min no Salão da comunidade de São Roque na Lagoa Dourada, Paróquia de Nossa Senhora das Graças, em Jequié-BA o Forró das CEBs, organizado pelas Comunidades Eclesiais de Base de nossa Diocese. Foi um momento de imensa alegria entre os participantes.
Estiveram presentes jovens, adultos, idosos e crianças, além das presenças dos padres Othon Carlos, vigário da Paróquia acima citada e Paulo Silva assessor na Diocese e no Regional Nordeste 3 das CEB's e as Irmãs das Mínimas de Nossa Senhora das Dores e as Servas da Sagrada Família . A animação ficou por conta da dupla Reges Silva e Antonio Vieira.
A realização do  forró tem como motivação: a atividade lúdica, ou seja, o divertimento das nossa comunidades. Não somente de Fé (espiritual) vivem as nossas comunidades, mas de Vida (social, político, educacional, econômico e lazer). 



 Forrozeiro Régis Silva

 
 
Fonte: Romildo Costa

Nota de pesar e repídio - CEBs Maranhão : Repressão e crime político

Agente das CEBs do Maranhão é assassinado
O assassinato de Raimundo Alves Borges, conhecido como Cabeça, agente das Comunidades Eclesiais de Base da diocese de Viana, MA, é denunciada e repudiada pela Equipe Regional das CEBs do Maranhão.

Eis a nota de pesar e repúdio.
Estarrecida, a sociedade maranhense recebe mais uma notícia da cruel situação em nosso Estado, ao ser informado sobre o assassinato do senhor Raimundo Alves Borges (conhecido como Cabeça), trabalhador rural, líder sindical e agente das Comunidades Eclesiais de Base da diocese de Viana, ocorrido em Buriticupu, no dia 14 de abril e 2012.

Tudo indica que se trata mais uma vez da agressiva disputa do latifúndio porque “cobiçam campos, e os roubam; querem uma casa, e a tomam.” Assumimos a voz profética de Miquéias que vaticina: “São vocês os inimigos do meu povo: de quem está sem o manto, vocês exigem a veste; a quem vive tranqüilo, vocês tratam como se estivesse em guerra; vocês expulsam da felicidade de seus lares as mulheres do meu povo, e tiram dos seus filhos a liberdade que eu lhes tinha dado para sempre.” Cabeça foi uma dessas pessoas que lutava e se empenhava e não media forças para defender os direitos mais sagrados dos seus companheiros. Foi por isso que lhe foi tirada a vida.

Não é a primeira vítima da violência que sofreu uma agressão mortal no município de Buriticupu. Como nas outras vezes, não podemos ficar calados diante de mais esse fato de profunda injustiça. E cobramos do Governo do Estado, dos responsáveis pela Segurança Pública, do Poder Judiciário medidas enérgicas para que sejam apuradas as responsabilidades pela morte de Raimundo, que sejam em definitivo resolvidas as questões de posse e uso da terra em nosso Estado em favor daqueles que dela precisam para trabalhar e viver, e que os Direitos das Pessoas que permanecem aguardando soluções douraduras sejam respeitados pelo poder público.

Santa Inês, 15 de abril de 2012.
Equipe Regional das CEBs do Maranhão