"Não são os grandes planos que dão
certo, mas os pequenos detalhes" (Padre Cícero)
Justiça e Profecia a Serviço da Vida. CEBs Romeiras
do Reino no Campo e na Cidade
"Lá vem o trem das CEBs caminhando com o seu povo,
escuta meu amigo, venha ver o que há de novo..."
E o que há
de novo nesta caminhada das CEBs é o 13º vagão que está chegando, apitando e chamando
todos para ver de perto as novidades e experiências do seu povo ROMEIRO DO REINO.
Estamos nos preparando para receber neste vagão os representantes de várias comunidades,
quilombolas, índios, índias, delegados, delegadas, leigos, leigas, líderes sindicais, animadores das comunidades
e entre eles bispos, padres, religiosos e religiosas. São as Comunidades Eclesiais
de Base sacudindo, fazendo tremer o chão do Nordeste com o 13º Intereclesial das
CEBs que será de 07 a 11 de janeiro de 2014, em Juazeiro do Norte/CE, na Diocese
de Crato, do Regional NE I. As CEBs são comunidades ligadas principalmente à Igreja
Católica que incentivadas pelo Vaticano II (1962-1965), se espalharam nos anos 70
e 80 pelo Brasil e América latina.
E em preparação
a este grande encontro entrevistamos o Pe. José Ranilson Belém de Souza que participou
do 12º Intereclesial em Porto Velho/RO para nos dizer como foi sua participação
e assim possamos compreender o que estar por vir.
A Ação - Pe. Ranilson, fale-nos sobre o seu conhecimento, sua vivência
como delegado no 12º Intereclesial das CEBs, que aconteceu em Porto Velho/Ro, de
21 a 25 de julho de 2009?
Pe. Ranilson – O Intereclesial das CEBs é muito mais do que um grande encontro.
É um testemunho marcante, que manifesta toda a dinamicidade da Igreja de Jesus
Cristo e que ela continua vivendo o seu ensinamento, na busca de uma sociedade mais
fraterna e solidária, concretizando o Evangelho por meio da partilha dos
valores evangélicos, sem discriminação de sexo, raça, condição socioeconômica e
buscando valorizar as experiências positivas que existem na fé daqueles que
pensam diferente. O Intereclesial transcende a grande semana de Celebrações, meditações,
apresentações e partilhas vividas durante o encontro, pois envolve um
incontável número de pessoas no processo de preparação e trazem frutos indiscutíveis
para o pós-encontro: uma Igreja que se organiza e que não concentra tarefas nas
mãos de um grupo ou pessoas, que é animada pelo Espírito Santo que a conduz,
que é mais consciente do seu papel no mundo de construtora do Reino de Deus já
aqui na terra e que celebra as dores do Cristo Crucificado nas cruzes de cada
irmão que sofre e se alegra na Ressurreição de Jesus que vence o pecado e a
cultura de morte imposta pela sociedade hedonista. Para mim foram marcantes os
encontros de preparação, longa e animada viagem que fizemos com os delegados do
Regional Nordeste 1 para Porto Velho, a receptividade dos irmãos de Rondônia,
os momentos de orações, encarnados na experiência e na realidade de várias
culturas, no tocante à dos índios, o testemunho de vida de muitos que
partilharam, os momentos de estudo da temática sobre a realidade da ecologia, a
motivação para um novo jeito de ser Igreja...
A Ação - Qual a sua experiência com as Comunidades Eclesiais de Base?
Pe. Ranilson – No pouco tempo que passei como pároco da Paróquia Nossa
Senhora Aparecida de Juazeiro do Norte-Ce, pude perceber com mais clareza o que
são as CEBs. Logo a paróquia estava vivenciando o auge das Santas Missões
Populares realizadas em nossa Diocese de Crato. Os encontros e celebrações nos
setores paroquiais, o envolvimento das pessoas e dos grupos que não ficavam
fechados nos trabalhos de suas pastorais me fez ver que é possível sim, ser uma
Igreja mais dinâmica, de pessoas que compartilham a sua fé e os seus bens,
mesmo na sua pobreza, que se interessam pelos desafios uns dos outros, que
interagem com a natureza e que assim vivem mais coerentemente a sua relação com
Deus. Porém, há muito ainda que se conquistar: maior dedicação à oração e à
espiritualidade, escuta mais atenta à Palavra de Deus, abertura para novas
realidades, superação de rivalidades entre alguns grupos ou pessoas e acima de
tudo perdão como expressão de amor para as fraquezas do próximo.
A Ação - Qual sua motivação para o 13º Intereclesial das CEBs?
Pe. Ranilson – Na “Oração Sacerdotal” Jesus reza ao Pai: “Para que todos
sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles
estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste” (cf. Jo 17,21). Esta é com
certeza a grande meta que todos nós como Igreja devemos aspirar neste instante.
Porém, para isso, não podemos esquecer de que é na capacidade de servir uns aos
outros que construiremos uma família de irmãos no mundo e para isso, lembremo-nos
do mandamento de Jesus na última Ceia: “Amai-vos uns aos outros. Como eu vos
tenho amado, assim também vós deveis amar-vos uns aos outros. Nisto todos
conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (cf. Jo
13,34b-35). A lei do Amor é a Justiça de
Cristo: para nós que peregrinamos em “Comunidade”, em romaria neste mundo rumo à
realização do Reino de Deus no Céu, no Campo e na Cidade, onde nossa fé se
concretiza em gestos a Serviço da vida, de Vida Plena para todos!
Justiça e Profecia a Serviço da Vida. CEBs Romeiras do Reino no Campo e na Cidade
Rozelia Costa
Secretariado Nacional das CEBs - Setor Comunicação
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