quarta-feira, 30 de julho de 2008

Paulistão das CEBs - imagens

Paulistão das CEBs

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CARTA DO V NORDESTÃO DAS CEBs

Participantes do V NORDESTÃO


CARTA DO V NORDESTÃO DAS CEBs

“Traga a bandeira de luta, deixa a bandeira passar;
essa é a nossa conduta, vamos unir pra mudar”.

(Pedro de O. da Silva – MT)


São Luís, MA, 27 de julho de 2008

Queridas irmãs e irmãos das Comunidades Eclesiais de Base e demais irmãs e irmãos na fé, das igrejas da Grande Região Nordeste! Paz e bem!
Nos dias 24 a 27 de julho de 2008, nas terras tropicais de São Luís do Maranhão, estivemos reunidos para celebrar o V Encontro das Comunidades Eclesiais de Base do Nordeste, com o objetivo de fortalecer a relação e a articulação das CEBs em nossos Regionais na luta pelo fortalecimento da organização para a melhoria das condições de vida nas comunidades, e ao mesmo tempo preparar o 12º Intereclesial de CEBs em Porto Velho (RO), com a reflexão do tema e lema CEBs: Ecologia e Missão – “Do ventre da terra amazônica, o grito que ecoa no Nordeste”.
Éramos aproximadamente 350 participantes (delegados, convidados, assessores, representantes de entidades, povos indígenas, comunidades quilombolas e afro-descendentes), carinhosamente acolhidos por mais de 130 famílias hospedeiras, gentilmente cuidados por 150 companheiras/os dos serviços de apoio, encorajados pelos pastores.
Nas celebrações fizemos memória da Criação de Deus que geme em dores de parto (Rm 8,22), manifestamos a preocupação e o cuidado para com os quatro elementos da natureza – fogo, água, terra, e ar, e nos alertamos para a palavra desafiadora de Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça”.
Direcionamos o nosso olhar para a realidade social de nosso país e para nossa conjuntura eclesial, a partir do grito dos povos presentes no Nordeste brasileiro e do clamor da Criação de Deus.
Por isso, denunciamos com veemência o aumento da violência contra os povos indígenas, quilombolas e afro-descendentes, trabalhadores sem terra e os sem-teto.
Denunciamos ainda as múltiplas e repetidas agressões à nossa fauna, flora, nossos rios, lagos e lençóis freáticos e o projeto de transposição do Rio São Francisco, que estão contribuindo para a destruição da nossa terra-mãe.
Como na história do Povo de Deus na Bíblia, nos reunimos em tendas para refletir as temáticas: Rios e Barragens, Bíblia e Ecologia, Grandes Projetos, Semi-Árido, Meio Ambiente e Cidade, que nos fizeram ouvir seus gritos desafiadores: ‘As CEBs são rios sem barragens que ligam fé e vida’ – ‘Não somos donos, somos parte da criação de Deus’ – ‘É preciso multiplicar iniciativas concretas de solidariedade em defesa do equilíbrio da criação para neutralizar os impactos destruidores dos grandes projetos neoliberais’ – ‘Urge democratizar o acesso e o uso da água acumulada no semi-árido’ – ‘Somos convocados a unir-nos mais, fazendo das fraquezas força para diminuir as repetidas e continuadas agressões à vida nas cidades e sobre o meio ambiente’.
Diante do avanço dos projetos de morte, urge juntar esforços, energias, idéias e ações comuns, conjuntas e solidárias em defesa da vida e do equilíbrio da criação divina da qual somos parte integrante, numa relação de respeito e reverência com todas as demais formas de vida do planeta-mãe-terra.
Na fila do povo expressamos a riqueza de inúmeras e diferentes experiências e práticas de solidariedade, de partilha, de luta pelos direitos, de defesa da obra criadora de Deus.
Os assessores e assessoras, com sua palavra esclarecedora e sua mensagem de esperança, nos encorajam a olharmos ao nosso redor estendendo os braços para acolhermos a natureza, dom de divina criação, e reencantarmos nosso espírito e nosso coração com a utopia do Reino e com a vida de Deus que se manifesta na grande pátria ameríndia.
Celebrando a eucaristia reafirmamos os compromissos de fortalecer as CEBs em nossos Regionais e o desejo ardente de continuarmos nos articulando, vivenciando nossa nordestinidade, sendo convocados a reacender em nós a chama da esperança na realização da utopia do Reino que é vida abundante para todos.
Despedimo-nos agradecendo a recepção das comunidades e famílias que nos agraciaram com sua animada acolhida, partilha e alegre jeito de ser comunidade. E seguimos entusiasmados no compromisso para assumir e fortalecer o jeito próprio de ser CEBs em nossas dioceses.
Na esperança de nos encontrarmos no 12º Intereclesial, em Porto Velho (2009), levamos nossos potes de barro com a sede de justiça e a vontade de ver a água e a terra partilhadas na grande Região Nordeste e em todo o nosso Brasil.
Nosso fraterno abraço, com muito axé!

terça-feira, 29 de julho de 2008

Carta do 6º Encontro das CEBs para Agentes Ordenados, Religiosos(as), Seminaristas e Aspirantes à Vida Consagrada


Carta do 6º Encontro das CEBs para Agentes Ordenados, Religiosas (os), Seminaristas e Aspirantes à Vida Consagrada

“Na experiência Eclesial de algumas Igrejas da América Latina e do Caribe, as Comunidades Eclesiais de Base têm sido escolas que têm ajudado a formar cristãos comprometidos com sua fé, discípulos e missionários do Senhor, como o testemunha a entrega generosa, até derramar o sangue, de muitos de seus membros. Elas abraçam a experiência das Primeiras Comunidades, como estão descritas nos Atos dos Apóstolos (At 2, 42-47). Medellín reconheceu nelas uma célula inicial de estruturação eclesial e foco de fé e evangelização” ( 178 Documento de Aparecida)

Ao Povo da Caminhada:


No calor do Paulistão das CEBs realizado nos dias 19 e 20 de julho nos reunimos dos dias 21 a 23, ainda em Campinas para refletir nossa caminhada nesse período pós Aparecida. Somos quarenta e oito pessoas vindas de diferentes lugares de nosso Estado e com diversos ministérios: bispo, padres, seminaristas, religiosos e religiosas, aspirantes à vida religiosa e alguns leigos e leiga da equipe de trabalho.
Com a ajuda de nosso assessor Pe. Nelito Dornelas, secretário executivo do Mutirão de superação da Miséria e da Fome da CNBB, e recordando o convite do Concílio EcumênicoVaticano II de voltar as fontes, vimos a pré-história das CEBs com tantas pessoas que ajudaram no germinar das Comunidades Eclesiais de Base. Germinar iluminado e regado com a Palavra de Deus.
Muito nos alegramos com toda luta e toda história de nossas comunidades. Continuamos na caminhada, nossas comunidades estão vivas e o Documento de Aparecida reconhece nossa existência e legítima nossa presença na Igreja do Brasil e de todo este Continente da Esperança.
Celebramos dias muito ricos, partilhamos nossos trabalhos, anseios, lutas e angústias. Cirandamos na ciranda da vida, conversamos a beira do lago, confraternizamos sob a luz da lua, ao ritmo da boa musica e aquecidos pelo calor das brasas do churrasco.
Na Eucaristia fomos iluminados e iluminadas pelo testemunho e anuncio de Maria Madalena, Anunciadora do Senhor Ressuscitado. Uma vez mais fomos convidados pelo Emanuel a ser Eucaristia para o Mundo, fazer tudo que ele fez para que isso seja possível, Eucaristia nas alegrias da vida, Eucaristia no martírio e nas lutas, para que haja Ressurreição.
É chegada a hora de firmar os pés na Palavra de Deus, refazer ou fortalecer a ligação Bíblia e Vida para que nossas comunidades sejam verdadeiramente nutridas pelo Testemunho das Primeiras Comunidades e pelo próprio Verbo de Deus, que está no meio de nós! Este é o caminho apontado também pela Conferência de Aparecida, por meio de seu incentivo a Leitura Orante da Bíblia. Aqui desejamos agradecer os círculos bíblicos, os grupos de rua, os grupos de reflexão, grupos de vivência, os grupos de quarteirão e ao CEBI que mantém viva a Palavra de Deus em nosso meio. Nosso incentivo e gratidão aos animadores e animadoras desses grupos, que como as mulheres na manhã da Ressurreição e os discípulos de Emaús no final da tarde, saíram as pressas anunciar a Boa Nova.
Temos muito a caminhar, temos muito a responder para o mundo, os documentos nos ajudam, mas, a vida é muito mais desafiadora, juntos e juntas temos que construir “O Outro Mundo possível”, formando redes com movimentos sociais e todas as organizações dispostas a defender a vida. Nessa luta podemos contar com Dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, SJ, já ressuscitado, que partilhou conosco por meio de um vídeo no qual relata todo processo da 43ª Assembléia Geral da CNBB.
Reafirmamos nossa opção preferencial pelos pobres, pois só assim seremos verdadeiramente seguidores e seguidoras do Caminho. Queremos a cada dia mais crescer no cuidado com a Mãe Terra, pois só assim será possível a existência da nossa e das futuras gerações.
Louvamos ao Deus Pai e Mãe pela presença de tantos jovens em formação, mas, também sentimos a falta de muitos irmãos e irmãs ausentes que esperamos poder encontrar numa próxima oportunidade para ajudar a partilhar as responsabilidades na animação do Povo de Deus.
Continuamos na Caminhada e na Construção de Comunidades Eclesiais e Ecologias de Base nos campos e nas cidades. Seguimos para o 7º Encontro nos dias 28 a 30 de julho de 2009 em Promissão, SP, com o tema: “Renovação e Atualização das CEBs em seu chão na atual mudança de época”, com o compromisso de realizar uma pesquisa de campo sobre a nossa realidade – como nós CEBs estamos caminhando? E Fortalecer, reanimar, o movimento bíblico que contemple fé e vida nas comunidades numa perspectiva ecológica. Prosseguimos refletindo e tecendo as redes de solidariedade, alimentando sonhos, cultivando a vida e celebrando o Novo Céu e a nova Terra que tanto esperamos.

Campinas, 23 de julho de 2008.

Um horizonte novo

“Somos um povo que
Canta, dança e reza
Isto por quê?

Porque queremos Sonhar
Acreditar na luta
da gente.

Porque somos irmãos
De mãos dadas e
Levantadas.

Para gritar pelo Mundo
Olhar pelo cego
Andar pelo Coxo.

Isso por que a comunidade
É um berço da verdade
Que luta por: Um Horizonte Novo!!!”

Marcos Antônio F. Mendes
Presidente Prudentes - SP

Carta do Paulistão das CEBs

Representantes das CEBs CNBB SULl1 na CEBs Ampliada Nacional


Colegiada Estadual das CEBs CNBB SUL1


Participantes do Encontro





“... e Deus viu tudo o que havia feito, e tudo era muito bom” (Gênesis 1, 31).

Aos irmãos e às irmãs de caminhada
e a todas as pessoas de boa vontade


Somos 1353 representantes das Comunidades Eclesiais de Base do Estado de São Paulo, que nos reunimos na cidade de Campinas, com o mesmo pensamento: as CEBs na defesa dos ecossistemas do nosso Estado. Estes dias 19 e 20 de julho tornaram-se um marco na nossa caminhada.
A acolhida que tivemos, na Arquidiocese de Campinas, não poderia ter sido melhor. O abraço dos irmãos e irmãs das Comunidades daqui, com seu Arcebispo Dom Bruno Gamberini, foi caloroso e festivo. As muitas equipes bem organizadas para melhor serviço fraterno, as famílias que nos hospedaram, estavam no clima da Celebração do Centenário desta Arquidiocese e também dos 40 anos das CEBs em Campinas.
Participaram conosco também outros bispos. Dom Maurício Grotto, da Diocese de Assis e que acompanha nossas CEBs do Regional Sul 1. Dom José Maria Pinheiro, da Diocese de Bragança Paulista. Também nos visitaram Dom Gilberto Pereira Lopes, Arcebispo emérito de Campinas; Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo; Dom Vilson Dias de Oliveira, Bispo da Diocese de Limeira e Dom Paulo Mendes Peixoto, Bispo da Diocese de São José do Rio Preto.
Foi viva a memória de Dom Helder Câmara, cujo centenário do nascimento celebraremos no próximo ano.
Também participaram conosco irmãos e irmãs de outras denominações, que abraçam a mesma causa.
Nossa alegria é imensa, porque continuamos na inspiração das Primeiras Comunidades Cristãs, partilhando nossos bens e nossa luta, alimentados na espiritualidade do Evangelho de Jesus. Foi por isso que, na Conferência de Aparecida, nossos Bispos da América Latina e do Caribe reafirmaram o apoio às nossas Comunidades Eclesiais de Base, com renovado empenho.
Também ficamos felizes ao comprovar aqui o criativo esforço que se põe na defesa dos nossos ecossistemas. Partilhamos experiências de reciclagem. Trocamos presentes feitos de materiais reciclados. Ficamos encantados com a prática de solidariedade entre pessoas excluídas da sociedade, com sua rica produção artística feita de materiais descartados.
Mas também ficamos com grandes preocupações. Nosso rico Estado de São Paulo vai sendo cada vez mais afetado pela contaminação dos rios. O envenenamento com agrotóxicos chega a ameaçar nossos aqüíferos. As matas ciliares são destruídas.
Vimos que a questão ecológica é uma questão social, política e cultural. A fome se agrava porque o sistema econômico defende a acumulação desenfreada de capital e mata a vida. Nossas terras padecem pela grilagem, improdutividade, latifúndio, transgenia, monoculturas e envenenamento. A indústria da cana de açúcar toma o lugar da produção de comida sadia, variada, de sabedoria enraizada nas culturas locais, para toda a nossa população.
A terra, mãe de todos nós, é viva. Ela tem que se defender até mesmo com violência, contra o efeito estufa, o aquecimento global e o agronegócio, e assim continuar a ser nossa casa comum.
Refletimos o quanto é urgente nos dedicarmos, todos e todas, na educação para um modo de consumo que respeite e preserve toda a natureza. Que seja uma economia solidária, que garanta o desenvolvimento sustentável. Basta de consumismo desenfreado e egoísta!
Além disso, como seguidores da prática de Jesus, temos que agir para transformar esta situação. Vamos intensificar e multiplicar nossas organizações para pressionar os que estão no poder. Vamos reaproveitar o que vem sendo jogado como lixo. Vamos recriar a vida. Vamos conviver e viver como filhos e filhas de Deus que é Pai e Mãe.
Deste Encontro, levamos a todos vocês um renovado compromisso a partir da nossa fé, alimentado na Palavra e na Eucaristia. Temos muito que fazer! Entrem conosco no grande mutirão de defesa da vida, especialmente em nosso Estado.
Unimo-nos a todas as pessoas de boa vontade, povos indígenas, povo negro, gente de toda etnia e de todo credo. Queremos aprender dos povos indígenas, especialmente nossos guaranis, um novo modelo sustentável na Terra.
Caminhamos com nossas bandeiras. Reforma Agrária já! Agronegócio e Barragens não! Luta e Missão neste chão!
Invocamos a intercessão de Francisco e Clara de Assis e da irmandade sem fronteiras. Na casa-mãe Terra, com a irmã água, o irmão fogo e o irmão ar, com todas as plantas e animais, bendizemos ao nosso Criador.
A partir da nossa Ceia Eucarística de encerramento deste Encontro, um abraço carinhoso a todos e todas vocês, neste ano de Paulo apóstolo e a caminho do 12º. Intereclesial das Comunidades Eclesiais de Base.


CEBs do Regional Sul I da CNBB
Campinas, 20 de julho de 2008.

Carta do 8º Encontro Latino Americano e Caribenho das CEBs

Delegação brasileira presente no 8º Encontro Latino Americano e Caribenho das CEBs - Bolivia

MENSAGEM ÀS CEBs DA AMÉRICA LATINA, CARIBE E ESTADOS UNIDOS

"CEBs: ESPERANÇA PARA UM MUNDO NOVO EM CONSTRUÇÃO"

Convocados por este lema e Espírito, nos reunimos representantes das CEBs de 17 países, no 8º Encontro Latino-Americano e Caribenho das CEBs. Éramos 113 leigos e leigas, 7 religiosas, 5 diáconos permanentes, 36 sacerdotes e 9 bispos, sendo um total de 170 participantes, em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, nos dias 01 a 05 de julho de 2008.
A celeração inicial do nosso encontro foi presidida pelo Cardeal Júlio Terrazas, titular desta Arquidiocese, que nos recebeu calorosa e fraternalmente, em nome de toda a Comunidade de Santa Cruz.
Com alegria, compartilhamos estes dias nesta cidade caracterizada por sua "hospitalidade", onde nos sentimos muito bem acolhidos.
Nestes dias, marcados pela oração e reflexão, luta e festa, compartilhamos e refletimos a partir de nossas culturas, a vida e o caminhar de nossas comunidades em todo o Continente. Caminho de luzes e sombras, de sinais de morte e de vida, onde aparece claramente a esperança resistente e criativa que nos anima e o novo que está surgindo em nossos países. A partir deste olhar, pudemos detectar e iluminar com a Palavra de Deus aquelas realidades sofridas e esperançadoras que nos desafiam e animam e que passamos a detalhar:
1. A globalização neoliberal e suas conseqüências nas pessoas e na natureza. Sentimos em nossas vidas e na natureza as conseqüências deste sistema homicida e geocida que unicamente busca o lucro e o interesse na exploração dos mais variados recursos naturais (minas a céu aberto, exploração e contaminação das águas, deflorestamento, etc).
2. A presença do narcotráfico e suas conseqüências, no cotidiano, em nossos países e regiões, com a cumplicidade dos países ricos e poderosos.
3. A migração, interna e externa, em nossos países produzida pela violência social, econômica e política (DA, 73), como também a lei "criminosa" de imigração implementada recentemente pela Comunidade Econômica Européia.
4. A involução, conservadorismo e centralização romana da Igreja, que transformou a vida em doutrina e o serviço em hierarquia.
5. A presença e o surgimento de novos Movimentos Sociais que trabalham e lutam por uma nova ordem sócio-político-ecológica, como alternativa à economia de mercado da Globalização neoliberal.
6. A presença e persistência das CEBs ao longo destes 50 anos, reassumidas e relançadas com novo impulso a partir do acontecimento e Documento de Aparecida (DA, 178-179).

A partir do que vivemos e compartilhamos, em clima fraternal como Povo de Deus, ANUNCIAMOS E PROCLAMAMOS QUE:

1. As CEBs, apesar das dificuldades internas e externas, como discípulas issionárias a serviço do Reino, estão vivas e lutando pela vida digna de nossos povos.
2. A centralidade de Jesus Cristo, vivenciado e experimentado no Pão da Palavra e da Eucaristia, é a fonte da mística e espiritualidade das CEBs.
3. Há uma forte presença e protagonismo laical a partir dos pobres, no eclesial e no sócio-político-ecológico. Protagonismo acompanhado pela busca de um novo modo de viver o ministério diaconal, presbiteral e episcopal neste novo rosto da Igreja.
4. Necessitamos acentuar e aprofundar a comunicação e articulação, em todos os níveis a fim de compartilhar as vivências, as lutas, sonhos e esperanças de nosso caminhar.

E ainda nos COMPROMETEMOS a:

1. Reforçar e relançar as lutas solidárias: os Movimentos Sociais, economia solidária, ecologia, construção de uma nova cidadania e compromisso político, etc, não isoladamente, mas em redes.
2. Relançar as CEBs neste momento da América Latina e Caribe, confirmados e animados pela Mensagem de Aparecida, aprofundando: a identidade e coerência, a espiritualidade das CEBs e a comunhão e articulação em todos os níveis.
3. Acentuar a formação, inicial e permanente, nesta nova eclesiologia que surge do Concílio Vaticano II e do Magistério Latino-Americano e Caribenho que nos leva à "conversão pastoral" e "renovação eclesial" (DA,366-367),destinada especialmente aos pastores, seminaristas, religiosos e religiosas, agentes de pastoral e tendo também em conta aquela destinada aos membros das comunidades.
4. Incentivar a comunicação e articulação como parte da identidade eclesial das CEBs, em nível paroquial e diocesano. Além disso, socializar e aproveitar as experiências e subsídios através dos meios modernos de comunicação.

Ao término desses dias, de encontro e compromisso esperançador, agradecemos ao Eeus da vida, a cada um dos participantes, e muito especialmente a nossos irmãos e irmãs das CEBs da Bolívia por sua disponibilidade em assumir ser a sede deste encontro e por tudo o que nos brindaram nestes dias. A seus Pastores, na pessoa do Cardeal Julio Terrazas, que presidiu a missa de encerramento e do bispo auxiliar Dom Sérgio Gualberti, Presidente do Departamento de "Paróquias e Comunidades Eclesiais de Base", do CELAM, que nos acompanhou ao longo destes dias.

Invocamos a luz e a força Espírito Santo, para viver este novo tempo da América Latina e do Caribe, sob o amparo maternal de Maria de Guadalupe, com audácia e criatividade, com alegria e fidelidade, para seguir construindo o Reino de Deus e sua Justiça na vida de nossos povos.

Participantes do VIII Encontro Latino-Americano e Caribenho de CEBs.
Santa Cruz, Bolívia, 05 de julho de 2008.


* Agradecemos aoPe DirceuBeninca pela tradução