CARTA DO V NORDESTÃO DAS CEBs
“Traga a bandeira de luta, deixa a bandeira passar;
essa é a nossa conduta, vamos unir pra mudar”.
(Pedro de O. da Silva – MT)
São Luís, MA, 27 de julho de 2008
Queridas irmãs e irmãos das Comunidades Eclesiais de Base e demais irmãs e irmãos na fé, das igrejas da Grande Região Nordeste! Paz e bem!
Nos dias 24 a 27 de julho de 2008, nas terras tropicais de São Luís do Maranhão, estivemos reunidos para celebrar o V Encontro das Comunidades Eclesiais de Base do Nordeste, com o objetivo de fortalecer a relação e a articulação das CEBs em nossos Regionais na luta pelo fortalecimento da organização para a melhoria das condições de vida nas comunidades, e ao mesmo tempo preparar o 12º Intereclesial de CEBs em Porto Velho (RO), com a reflexão do tema e lema CEBs: Ecologia e Missão – “Do ventre da terra amazônica, o grito que ecoa no Nordeste”.
Éramos aproximadamente 350 participantes (delegados, convidados, assessores, representantes de entidades, povos indígenas, comunidades quilombolas e afro-descendentes), carinhosamente acolhidos por mais de 130 famílias hospedeiras, gentilmente cuidados por 150 companheiras/os dos serviços de apoio, encorajados pelos pastores.
Nas celebrações fizemos memória da Criação de Deus que geme em dores de parto (Rm 8,22), manifestamos a preocupação e o cuidado para com os quatro elementos da natureza – fogo, água, terra, e ar, e nos alertamos para a palavra desafiadora de Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça”.
Direcionamos o nosso olhar para a realidade social de nosso país e para nossa conjuntura eclesial, a partir do grito dos povos presentes no Nordeste brasileiro e do clamor da Criação de Deus.
Por isso, denunciamos com veemência o aumento da violência contra os povos indígenas, quilombolas e afro-descendentes, trabalhadores sem terra e os sem-teto.
Denunciamos ainda as múltiplas e repetidas agressões à nossa fauna, flora, nossos rios, lagos e lençóis freáticos e o projeto de transposição do Rio São Francisco, que estão contribuindo para a destruição da nossa terra-mãe.
Como na história do Povo de Deus na Bíblia, nos reunimos em tendas para refletir as temáticas: Rios e Barragens, Bíblia e Ecologia, Grandes Projetos, Semi-Árido, Meio Ambiente e Cidade, que nos fizeram ouvir seus gritos desafiadores: ‘As CEBs são rios sem barragens que ligam fé e vida’ – ‘Não somos donos, somos parte da criação de Deus’ – ‘É preciso multiplicar iniciativas concretas de solidariedade em defesa do equilíbrio da criação para neutralizar os impactos destruidores dos grandes projetos neoliberais’ – ‘Urge democratizar o acesso e o uso da água acumulada no semi-árido’ – ‘Somos convocados a unir-nos mais, fazendo das fraquezas força para diminuir as repetidas e continuadas agressões à vida nas cidades e sobre o meio ambiente’.
Diante do avanço dos projetos de morte, urge juntar esforços, energias, idéias e ações comuns, conjuntas e solidárias em defesa da vida e do equilíbrio da criação divina da qual somos parte integrante, numa relação de respeito e reverência com todas as demais formas de vida do planeta-mãe-terra.
Na fila do povo expressamos a riqueza de inúmeras e diferentes experiências e práticas de solidariedade, de partilha, de luta pelos direitos, de defesa da obra criadora de Deus.
Os assessores e assessoras, com sua palavra esclarecedora e sua mensagem de esperança, nos encorajam a olharmos ao nosso redor estendendo os braços para acolhermos a natureza, dom de divina criação, e reencantarmos nosso espírito e nosso coração com a utopia do Reino e com a vida de Deus que se manifesta na grande pátria ameríndia.
Celebrando a eucaristia reafirmamos os compromissos de fortalecer as CEBs em nossos Regionais e o desejo ardente de continuarmos nos articulando, vivenciando nossa nordestinidade, sendo convocados a reacender em nós a chama da esperança na realização da utopia do Reino que é vida abundante para todos.
Despedimo-nos agradecendo a recepção das comunidades e famílias que nos agraciaram com sua animada acolhida, partilha e alegre jeito de ser comunidade. E seguimos entusiasmados no compromisso para assumir e fortalecer o jeito próprio de ser CEBs em nossas dioceses.
Na esperança de nos encontrarmos no 12º Intereclesial, em Porto Velho (2009), levamos nossos potes de barro com a sede de justiça e a vontade de ver a água e a terra partilhadas na grande Região Nordeste e em todo o nosso Brasil.
Nosso fraterno abraço, com muito axé!
“Traga a bandeira de luta, deixa a bandeira passar;
essa é a nossa conduta, vamos unir pra mudar”.
(Pedro de O. da Silva – MT)
São Luís, MA, 27 de julho de 2008
Queridas irmãs e irmãos das Comunidades Eclesiais de Base e demais irmãs e irmãos na fé, das igrejas da Grande Região Nordeste! Paz e bem!
Nos dias 24 a 27 de julho de 2008, nas terras tropicais de São Luís do Maranhão, estivemos reunidos para celebrar o V Encontro das Comunidades Eclesiais de Base do Nordeste, com o objetivo de fortalecer a relação e a articulação das CEBs em nossos Regionais na luta pelo fortalecimento da organização para a melhoria das condições de vida nas comunidades, e ao mesmo tempo preparar o 12º Intereclesial de CEBs em Porto Velho (RO), com a reflexão do tema e lema CEBs: Ecologia e Missão – “Do ventre da terra amazônica, o grito que ecoa no Nordeste”.
Éramos aproximadamente 350 participantes (delegados, convidados, assessores, representantes de entidades, povos indígenas, comunidades quilombolas e afro-descendentes), carinhosamente acolhidos por mais de 130 famílias hospedeiras, gentilmente cuidados por 150 companheiras/os dos serviços de apoio, encorajados pelos pastores.
Nas celebrações fizemos memória da Criação de Deus que geme em dores de parto (Rm 8,22), manifestamos a preocupação e o cuidado para com os quatro elementos da natureza – fogo, água, terra, e ar, e nos alertamos para a palavra desafiadora de Jesus: “Quem tem ouvidos, ouça”.
Direcionamos o nosso olhar para a realidade social de nosso país e para nossa conjuntura eclesial, a partir do grito dos povos presentes no Nordeste brasileiro e do clamor da Criação de Deus.
Por isso, denunciamos com veemência o aumento da violência contra os povos indígenas, quilombolas e afro-descendentes, trabalhadores sem terra e os sem-teto.
Denunciamos ainda as múltiplas e repetidas agressões à nossa fauna, flora, nossos rios, lagos e lençóis freáticos e o projeto de transposição do Rio São Francisco, que estão contribuindo para a destruição da nossa terra-mãe.
Como na história do Povo de Deus na Bíblia, nos reunimos em tendas para refletir as temáticas: Rios e Barragens, Bíblia e Ecologia, Grandes Projetos, Semi-Árido, Meio Ambiente e Cidade, que nos fizeram ouvir seus gritos desafiadores: ‘As CEBs são rios sem barragens que ligam fé e vida’ – ‘Não somos donos, somos parte da criação de Deus’ – ‘É preciso multiplicar iniciativas concretas de solidariedade em defesa do equilíbrio da criação para neutralizar os impactos destruidores dos grandes projetos neoliberais’ – ‘Urge democratizar o acesso e o uso da água acumulada no semi-árido’ – ‘Somos convocados a unir-nos mais, fazendo das fraquezas força para diminuir as repetidas e continuadas agressões à vida nas cidades e sobre o meio ambiente’.
Diante do avanço dos projetos de morte, urge juntar esforços, energias, idéias e ações comuns, conjuntas e solidárias em defesa da vida e do equilíbrio da criação divina da qual somos parte integrante, numa relação de respeito e reverência com todas as demais formas de vida do planeta-mãe-terra.
Na fila do povo expressamos a riqueza de inúmeras e diferentes experiências e práticas de solidariedade, de partilha, de luta pelos direitos, de defesa da obra criadora de Deus.
Os assessores e assessoras, com sua palavra esclarecedora e sua mensagem de esperança, nos encorajam a olharmos ao nosso redor estendendo os braços para acolhermos a natureza, dom de divina criação, e reencantarmos nosso espírito e nosso coração com a utopia do Reino e com a vida de Deus que se manifesta na grande pátria ameríndia.
Celebrando a eucaristia reafirmamos os compromissos de fortalecer as CEBs em nossos Regionais e o desejo ardente de continuarmos nos articulando, vivenciando nossa nordestinidade, sendo convocados a reacender em nós a chama da esperança na realização da utopia do Reino que é vida abundante para todos.
Despedimo-nos agradecendo a recepção das comunidades e famílias que nos agraciaram com sua animada acolhida, partilha e alegre jeito de ser comunidade. E seguimos entusiasmados no compromisso para assumir e fortalecer o jeito próprio de ser CEBs em nossas dioceses.
Na esperança de nos encontrarmos no 12º Intereclesial, em Porto Velho (2009), levamos nossos potes de barro com a sede de justiça e a vontade de ver a água e a terra partilhadas na grande Região Nordeste e em todo o nosso Brasil.
Nosso fraterno abraço, com muito axé!
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