ON SOBRINO é é um colega de teologia. Ambos somos de 1938 e
estudamos na Alemanha. Atualmente é professor da Universidade
Centro-Americana – UCA -, de San Salvador. É um sobrevivente do massacre
de todos os jesuuita da UCA, pois estava fora de casa. É considerados
um dos mais representativos teólogos da libertação. Une mísstica com
teologia, engajamento pelos pobres de seu pais com a reflexão crítica
mais séria. Aqui nos oferece o verdadeiro rosto da Teologia da
Libertação. Nunca mencionou Marx, pois ele não é nem pai nem padrinho
desta Teologia, como erroneamente e malevolamente é acusada. Seu centro é
o Deus da vida e por isso é o Deus que toma partido pelos que menos
vida tem, os pobres e oprimidos. Quem quiser saber a partir das fontes o
que seja Teologia da Libertação, encontra aqui as boas razões e a
permanente atualidade deste tipo de teologia. Os que quissrem aprofundar
a questão podem consultar seu livro principal: Jesus Cristo Libertador: cristologia a partir da América Latina:
esboço a partir do seguimento do Jesus histórico (Petrópolis: Vozes,
1983). Publicasmos aqui a entrevista que deu ao IHU-On Line, Instituto
Humanitas de Unisinos no dia 29 de setembro do corrente ano. LBoff
IHU On-Line – Para o senhor, qual o significado de celebrar
os 50 anos do início do Concílio Vaticano II e os 40 anos da publicação
do livro de Gustavo Gutiérrez – Teologia da Libertação? Que
perspectivas podem se abrir a partir do Congresso Continental de
Teologia?
Jon Sobrino – Naqueles anos, de 1966 a 1974, estive em Frankfurt
estudando Teologia. Tive notícias do Concílio, mas parciais. Por
Medellín e o livro de Gustavo Gutiérrez, só cheguei a me interessar em
1974, com a minha chegada a El Salvador. Com isso quero dizer que,
diferentemente de muitos da minha geração, eu fui um ignorante do que
estava acontecendo e obviamente não fui nenhum apaixonado. Depois, tudo
mudou. Mais do que acontecimento, penso que foi a realidade salvadorenha
dos pobres e os companheiros que se entregavam a eles que me levaram a
valorizar os acontecimentos que haviam ocorrido e a ler os textos de
bispos e de teólogos que os acompanhavam. Esse esclarecimento talvez
ajude a compreender as respostas que vou dar a seguir. Perguntam-me qual
é o significado de celebrar, e penso que, se levarmos a sério a
pergunta, cada um terá uma resposta própria.
Dos acontecimentos mencionados, eu continuo celebrando que foram
rupturas profundas e humanizadoras na história da Igreja. Fizeram-nos
respirar. Pensando no Concílio, “o impossível se fez possível”. Pensando
em Medellín, Gustavo Gutiérrez e depois em Dom Romero, a Igreja decidiu
se voltar ao pobre e a Jesus. E deu “ultimidade” à justiça e à
esperança de que fosse possível “que o rico não triunfe sobre o pobre,
nem o verdugo sobre a vítima”. Nessa tarefa, assomava-se com clareza o
Deus de Jesus. E se eu me centro mais em Medellín do que no Concílio é
porque eu o conheço melhor.
IHU-On-Line: Outro cristianismo é possível?
Isso produziu alegria e esperança de que, como se diz hoje,
não sei se com demasiada facilidade, outra Igreja, outra fé, outro
cristianismo “é possível”, e o era porque “era real”. Hoje celebramos o
despertar “do sonho de séculos de cruel desumanidade”, como nos
pediaMontesinos, a decisão de trabalhar pelos pobres e sua libertação, e
a lançar a sorte com eles. Celebramos a difícil conversão e o novo que
foi aparecendo: liturgias, catequese, música popular, poesias, nova
teologia, a de Gustavo, um compromisso desconhecido e uma luta contra os
ídolos. E, sobretudo, a entrega da vida de centenas e milhares de fiéis
cristãos. De bispos e sacerdotes. Na vida e na morte se pareceram com
Jesus. Os feitos são evidentes. Dom Pedro Casaldáliga escreveu “São
Romero da América, pastor e mártir nosso”, embora várias cúrias romanas
não sabem o que fazer com esse mártires, tantos e tão numerosos são
eles. As normativas às que devem ser fiéis não são pensadas para aceitar
o evidente.
Hoje, no continente, mudaram algumas coisas, persistem a
pobreza, as estruturas de injustiça e de opressão, e aumenta a crueldade
das migrações.
Mudaram mais as coisas na Igreja. De Puebla em diante,
deslizou-se por uma ladeira sem que Aparecida tenha impedido isso
significativamente. Há coisas boas e inovadoramente boas, mas já não é o
de antes. Havia honradez institucional, abundante, ao menos o
suficiente, com o real, denúncia vigorosa e analisada contra o horror
dos pobres, utopia pela qual trabalhar e lutar, cartas pastorais que
lembravam Bartolomé de las Casas e a ciência de Vitória, homilias
proféticas de sacerdotes, teologias audazes… Agora isso não fica claro.
Fizeram presente um Deus mais latino-americano, pobre, esperançoso,
libertador e crucificado. E devolveram ao continente e a suas igrejas um
Jesus que esteve sequestrado durante séculos.
IHU-On Lne: O que significa, então, celebrar anos depois o
Concílio, o livro de Gustavo Gutierrez,Medellín, o martírio de Dom
Romero?
O que ocorreu foi muito bom e muito humanizador. Hoje, já não
abunda. E por isso é preciso olhar para trás, embora as palavras não
soem politicamente corretas. Certamente é preciso prosseguir com o novo
no pensar teológico: a mulher, os indígenas, as religiões, a irmã terra,
a utopia de outros mundos, igrejas, democracias “possíveis”. Mas é
preciso ter cuidado para não cair na ameaça de Jeremias: “Abandonaram a
mim, fonte de água viva, e cavaram para si poços, poços rachados que não
seguram a água” (2, 13). O que mencionamos antes são fontes de água
viva até o dia de hoje. E mais o serão se voltarmos a elas ativa e
criativamente. É certo, “o Espírito nos move para frente”. Mas tal como
estamos, menos se pode esquecer que “o Espírito nos remete aJesus de
Nazaré”, eterna fonte de água viva.
IHU On-Line – O que significa fazer e pensar a Teologia a partir da realidade da América Latina e do Caribe?
Jon Sobrino – A teologia não é o primeiro a ser pensado. O
primeiro é a realidade e, no caso da Teologia, a realidade absoluta. Com
sua agudeza habitual, Dom Pedro Casaldáliga, ao se referir ao absoluto,
diz que “tudo é relativo, menos Deus e a fome”. O absoluto é Deus, e o
coabsoluto são os pobres. Fazer teologia é, então, ajudar, a partir do
pensar, para que Deus seja mais real na história e que os pobres – a
fome – deixem de sê-lo. Para que o pensar possa ajudar nessa tarefa,
lembremos o que Ellacuría entendia por inteligir a realidade.
Explicava-o em três passos:
- O primeiro é “assumir a realidade”; em palavras simples,
captar como são e como estão as coisas. Em 2006, olhando o mundo
universo, Casaldáliga escrevia: “Hoje, há mais riqueza na Terra, mas há
mais injustiça. Dois milhões e meio de pessoas sobrevivem na Terra com
menos de dois euros por dia, e 25 mil pessoas morrem diretamente de
fome, segundo aFAO. A desertificação ameaça a vida de 1,2 milhões de
pessoas em uma centena de países. Aos emigrantes é negada a
fraternidade, o solo abaixo dos pés. Os Estados Unidosconstroem um muro
de 1,5 mil quilômetros contra a América Latina. E a Europa, ao sul da
Espanha, levanta uma cerca contra a África. Tudo o que, além de iníquo, é
programado”. O presente não o desmente.
- O segundo passo é “encarregar-se da realidade”. Sua
finalidade não consiste simplesmente em fazer crescer conhecimentos por
bons e necessários que sejam, mas em fazer crescer a realidade. E em uma
direção determinada: a da salvação, da compaixão, da misericórdia e do
amor. A teologia é intellectus amoris.
- O terceiro passo é “carregar a realidade”, e com uma
realidade que é pesada. Sob ela vivem os anawim da Escritura, os
encurvados. A carga que pode fazer até com que privem a vida de alguém.
Teólogos e teólogas sofreram perseguição, e alguns acabaram mártires.
Isso pode acontecer quando o fazer teologia está perpassado de atitude
ética.
Costumamos acrescentar um quarto passo: “deixar-se carregar
pela realidade”. O trabalhar e o sofrer assim também podem ser graça
para quem faz teologia. Então, o teólogo sabe que faz parte do povo
pobre, não é externo a ele. Sabe que é levado por ele e recebe o
agradecimento dos pobres. Fazer teologia é, então, “uma pesada carga
leve”, como diziaRahner, que é o Evangelho.
IHU On-Line – Como o senhor analisa a atual conjuntura
cultural, socioeconômica e político mundial, a partir do horizonte
latino-americano? Nesse contexto, quais os desafios e tarefas que
implicam à teologia?
Jon Sobrino – Creio que na atualidade há muitos rostos de Deus
na América Latina. Uns emergiram no passado e ali ficaram. Seguem
mantendo muita gente com vida e dignidade – embora com a limitação de
não animar ao compromisso. Outros coexistem com superstição
desumanizante. Hoje proliferam novas Igrejas e movimentos de todo o
tipo, em sua maioria carismáticos e pentecostais, com seus novos rostos
de Deus. Pessoalmente, compreendo e às vezes aprecio a bondade das
pessoas que os veneram, pois, em parte, deve-se a longas épocas de
desamparo eclesial. Mas nem sempre é fácil para mim colocá-los junto ao
Jesus de Nazaré do Evangelho. Entre intelectuais e antigos
revolucionários existem agnósticos e alguns ateus. São minorias, mas
estão aumentando. Creio que, em poucos lugares, surgiu o rosto de um
Deus crucificado, de que fala Moltmann, mas não creio que em países como
El Salvador e Guatemala seja possível aceitar, a longo prazo, um Deus
que não afeta o seu sofrimento, que o próprio Deus sofra em seus filhos e
filhas crucificados. Em meio a esses rostos, creio que a novidade maior
é a dupla formulação que Puebla fez em 1979. Positivamente, Deus é
essencialmente um Deus libertador. Defende e ama os pobres – e nessa
ordem – pelo mero fato de serem-no. Seja qual for sua situação pessoal e
moral. Dialeticamente, Deus é essencialmente um Deus de vida contra
divindades da morte.Puebla analisou isso cuidadosamente e apresentou os
ídolos de acordo com uma hierarquia: o ídolo da riqueza, o poder, as
armas… Dom Romero, junto com Ignacio Ellacurría, explicou-o
admiravelmente para a situação salvadorenha.
IHU On-Line – Qual é o rosto de Deus que emerge da realidade latino-americana? E como a Igreja tem assumido esse rosto?
Jon Sobrino – É preciso perguntar isso a eles, e não tomarmos,
nós, o seu lugar. Mas podemos dizer algo. Em Morazán, em meio às
atrocidades da guerra dos campesinos, perguntavam ao sacerdote que os
acompanhava: “Padre, se Deus é um Deus de vida, como acontece tudo isso
conosco?”. É a pergunta de Jó e de Epicuro . Para responder a essa
pergunta não me ocorrem conteúdos nem razões, mas sim atitudes. A
primeira é lhes falar “com proximidade”. E não qualquer proximidade, mas
a de Dom Romero: “Peço ao Senhor durante toda a semana, enquanto vou
recolhendo o clamor do povo e a dor de tanto crime, a ignomínia de tanta
violência, que me dê a palavra oportuna para consolar, para denunciar,
para chamar ao arrependimento”. A segunda é falar “com credibilidade”.
E, de novo, não qualquer credibilidade, mas a de Dom Romero: “Eu não
quero segurança enquanto não a deem a meu povo”. O bispo não respondia
apelando a milagres celestiais, mas sim mostrando em sua própria carne o
amor terrenal. O que sentiam em seu coração os campesinos que sofriam e
perguntavam, pertence a seu mistério. Aqueles que o viam de fora
acreditam que o bispo lhes falou do amor de Deus. E que as suas palavras
foram uma boa notícia. Resta aos intelectuais dialogar com Epicuro e
Dostoiévski , acolher Paulo eMoltmann. E não é tarefa ociosa. Mas, entre
nós, o que mais ressoa é a proximidade e a credibilidade do Monsenhor.
IHU On-Line – Como falar de Deus a partir da realidade de
sofrimento que vivem os excluídos, os que estão à margem da sociedade
privilegiada?
Jon Sobrino – As teologias não crescem, perduram ou decaem como
sistemas formais de pensamento, não contaminadas pelo real. A Teologia
da Libertação formulou com rigor e vigor que no Êxodo Deus “libertou os
escravos”, que na sinagoga de Nazaré, Jesus “libertou os cativos”. O
que, como e quanto disso guiou o pensamento nesses 40 anos é uma coisa a
se analisar. Já disse que antes isso ocorreu mais do que agora. Desde
já, a Teologia da Libertação não está na moda. Mas não me parece correto
responsabilizar disso o que começou com Gustavo Gutiérrez, Juan Luis
Segundo, Leonardo Boff, Ignacio Ellacuríae com Dom Helder Camara,
Leonidas Proaño, Angelelli e Romero. Às pessoas mencionadas é preciso
continuar agradecendo que ao longo desses 40 anos se mantiveram impulsos
de teologia libertadora e se estenderam a novos âmbitos, como o do
gênero, das religiões, da mãe terra… E aqueles de boa vontade que
lamentam a queda da teologia da libertação, que voltem ao Deus do Êxodo e
a Jesus de Nazaré. Indubitavelmente, houve limitações, erros, exageros.
Pode ter havido reducionismos anti-intelectuais em favor da práxis,
preguiça intelectual diante de escritos como os de Juan Luis Segundo ou
Ellacuría, vislumbres de demagogia diante do pensamento científico de
outros lares, ignorância das críticas ou prepotência diante delas. Mas,
pessoalmente, não vejo que tenha surgido outro impulso teológico tão
humano, frutífero, evangélico e latino-americano como o que surgiu há 40
anos.
IHU On-Line – Como o senhor analisa esses quarenta anos da
Teologia da Libertação? Por que ela foi tão criticada, perseguida,
difamada pelos poderes do mundo, inclusive pela hierarquia da Igreja?
Jon Sobrino – Outra coisa é a menor qualidade na produção da
teologia da libertação. Não é fácil que se repita a geração dos
fundadores, embora tenham surgido novos teólogos e teólogas de
qualidade. E não se pode esquecer que algo parecido pode ocorrer hoje em
outras escolas, tradições e movimentos de teologia. Os Barth, Rahner,
de Lubac, von Balthasar, Bultmann, Käsemann não têm muitos sucessores
dessa altura.
A resposta à segunda pergunta não precisa de nenhum estudo
sofisticado, nem de discernimento diante de Deus. Ou por má vontade ou
por ignorância, aquela teologia foi vista como uma ameaça. Certamente,
ameaça ao capitalismo, e daí a reação de Rockefeller em 1969 e dos
assessores de Reagan, em 1980. E ameaça à segurança nacional, e daí as
reações dos generais na década de 1980. Também no interior da Igreja,
por ignorância, por medo de perder o poder ou por obstinação de não
querer reconhecer a verdade com que se respondiam às críticas. Lembre-se
de Dom López Trujillo e de vários bispos e cardeais. E a instrução da
Congregação para a Doutrina da Fé, de 1984, sem que a de 1986
conseguisse consertar totalmente o anterior.
IHU On-Line – Qual o significado teológico e antropológico da
expressão “libertação”, a partir do contexto latino-americano? Como
essa perspectiva teológica se implica no atual contexto de sociedade e
de Igreja?
Jon Sobrino – Se me lembro bem, o conceito de “libertação” foi
usado para superar o conceito de “desenvolvimento”, a solução que o
mundo ocidental propunha para superar a pobreza. Na Igreja,
redescobriu-se que era um termo-chave no Êxodo e em Lucas para expressar
salvação. Parece-me importante ter presente que “a libertação” foi
redescoberta na América Latina, o chamado terceiro mundo, por ser um
continente não só atrasado ou subdesenvolvido, mas também oprimido e
escravizado pelo primeiro mundo, europeus e norte-americanos. E em
Igrejas, se não oprimidas pelas europeias, fortemente dependentes delas.
O termo “libertação” remetia de forma muito importante à opressão e à
repressão, isto é, à privação injusta e cruel da vida, o que se mantém
até os dias de hoje. Outra coisa é que, felizmente, o conceito foi
estendendo seu significado na teologia para designar libertação da
indignidade, da opressão de gênero, do despotismo de uma religião… E é
preciso ter presente também que a teologia da libertação, diferentemente
de outras teologias e ideologias, dá prioridade ao “povo” sobre o
“individualismo”, e à “abertura à transcendência” sobre o “positivismo”,
como disse Ellacuría em uma reunião de religiões abraâmicas. Em todo
caso, embora com o retorno massivo a individualismos espiritualistas, a
teologia da libertação introduziu a dimensão religiosa do humano no
âmbito do mundo exterior. Ela a tornou presente na realidade social, por
direito próprio e sem que possa ser facilmente ignorada. É religião
política, afim à de Metz, o que não é um pequeno benefício.
IHU On-Line – Fazendo memória de Dom Oscar Romero, Ignácio
Ellacuría e Companheiros, dentre tantos outros rostos que foram
assassinados porque assumiram a causa dos empobrecidos e marginalizados,
o que significa ser Igreja, hoje, no limiar do século XXI?
Jon Sobrino – Menciono duas sentenças. Ignacio Ellacuría, no
funeral celebrado na UCA, disse: “Com Dom Romero, Deus passou por El
Salvador”. Ser Igreja é trabalhar com decisão e simplicidade, para que
Deus passe por esse mundo desumano. E para o não crente trabalhar para
que a solidariedade e a dignidade, o melhor do humano, passe por este
mundo, que embora seja mais secular, continua sendo desumano. Dom
Romero, na Universidade de Louvain, no dia 2 de fevereiro de 1980,
poucos dias antes de ser assassinado, disse: “A glória de Deus é que o
pobre viva”.
Ser Igreja é trabalhar pela glória de Deus. E para o não crente
“a glória da humanidade é que os pobres vivam, cheguem a formar parte da
família humana”. Por isso, é preciso trabalhar. E termino com algo que
me faz pensar. Penso que no Concílio a Igreja sentiu o impulso de
humanizar o mundo e de se humanizar juntamente com ele, sem se
envergonhar diante do mundo moderno e de usar o moderno para tornar mais
crível o Deus cristão. A finalidade é magnífica. Em Medellín, a Igreja
sentiu o impulso de não se envergonhar dos pobres e de não escutar a
repreensão da Escritura: “Por causa de vocês, blasfema-se o nome de Deus
entre as nações”. E com humildade se pôs a “limpar o rosto de Deus”.
Acredito que o que se chamou de Teologia da Libertação pode aportar a
ambas as coisas: racionalizar a fé em um mundo de injustiça e oferecer
uma imagem mais limpa de Deus, não manchada com a imundície das
divindades que dão morte aos pobres.
FONTE:
http://www.ihu.unisinos.br/entrevistas/514096-o-absoluto-e-deus-e-o-coabsoluto-sao-os-pobres-entrevista-especial-com-jon-sobrino
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