O Congresso Continental de Teologia, que se realizará em São Leopoldo, para José Ferrari Marins da equipe de articulação das comunidades eclesiais de base - CEBs, "significa, para o caminhar eclesial de aplicação do Vaticano II e das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano,
uma grande oportunidade de recolher o melhor das experiências
realizadas, de fazer a sempre necessária autocrítica, de aprofundar
intuições, de discernir o que o Espírito está realizando em nosso tempo e
inspirando aos seguidores de Jesus".
Eis o artigo.
Na manhã do dia 8 de dezembro de 1965 o Papa Paulo VI, com os Padres Conciliares, os “periti”,
os auditores, observadores e a multidão de peregrinos vindos de todo o
mundo, junto com os cristãos da Igreja romana e outros... se reuniram na
Praça de São Pedro para a celebração conclusiva do Concílio Vaticano II.
Os brasileiros (padres conciliares e peritos, que eram mais de 250) transbordavam de euforia. Primeiro e evidentemente, pela conclusão do Vaticano II.
Haviam sido seus protagonistas. Segundo e com razão não menos
importância, porque podiam retornar às suas Igrejas locais com um Plano
de Pastoral de Conjunto para a aplicação do que agora estavam
proclamando ao mundo.
Estive entre eles. Colaborei na confecção do mencionado plano, como e
muito mais, em sua aplicação nos anos seguintes. De modo particular, me
foi pedido concentrar-me na temática dos ministérios e das comunidades eclesiais de base (ou simplesmente CEBs),
que já se multiplicavam no Brasil desde a década dos anos 1950 (Barra
do Piraí, em Natal, RN – S. Paulo de Potengi; Cravinhos, SP.; Pirambú,
CE). E, com isso, chegamos à Assembleia de Medellín, em setembro de
1968, quando se escreveu o inspirado texto do documento 15,10 [1].
As CEBs têm sido pensadas como um novo e original sujeito na Igreja e na sociedade.
Resultaram limitadas e frágeis em face da enormidade de ambas as
instituições. Têm despertado esperanças, suspeitas e reações agressivas
desde indiferenças que paralisam até a difamação aberta.
Assim que as “ameaças e o risco de dissolução” são inerentes ao processo das CEBs e às alternativas de criar algo novo, tanto na Igreja como na sociedade, seja em nível local como na sociedade, seja em nível global.
Sem embargo, como passa com os novos sujeitos comunitários, as CEBs, assim como tiveram acolhida e êxitos, também cometeram erros estratégicos.
O Congresso acadêmico internacional, que irá ser realizado se em São
Leopoldo por mediação da Unisinos, significa, para o caminhar eclesial
de aplicação do Vaticano II e das Conferências Gerais do Episcopado Latino-Americano,
uma grande oportunidade de recolher o melhor das experiências
realizadas, de fazer a sempre necessária autocrítica, de aprofundar
intuições, de discernir o que o Espírito está realizando em nosso tempo e
inspirando aos seguidores de Jesus. Convidamos a todos os assessores/assessoras e participantes de CEBs
para que possam se encontrar conosco no próximo mês de outubro, no
Brasil. Desde agora sabemos que vai nos invadir a mesma alegria de Jesus
ao escutar o povo simples e vulnerável: “Comoveu-se em seu íntimo...
Graças, Pai, porque o tens revelado a estes...” (Mt 11,25-27 e Lc
10,21-22).
Nota:
[1] Com o apoio do secretário geral e depois presidente do Celam, Cardeal Eduardo Pirônio,
formamos uma equipe itinerante a serviço das Igrejas do continente e do
Caribe, em linha de aplicação dos documentos aprovados e para
acompanhar o processo das CEBs nas Igrejas que, por acaso, pedissem
assessoria. Cerca de 30 pessoas (padres, freiras, leigos) de várias
nacionalidades e por diferentes períodos participaram dessa equipe que
ainda continua ativa e ocasionalmente tem também colaborado com igrejas
da Ásia (5 vezes), África (2 vezes), Austrália (7 vezes), Nova Zelândia
(1 vez), EUA, América Latina e Caribe (constantemente por 40 anos).
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