
Destroços
do que foi o assentamento Pinheirinho, em São José dos Campos, que
sofreu reintegração de posse no início do ano Foto: Murilo Machado
“A reintegração de posse foi feita com base em uma liminar e não baseada em um julgamento”, explica Ometo. “Enquanto não houver uma decisão final sobre o direito de posse do terreno, o juiz não pode permitir a venda”, argumenta.
Por meio da venda, espera-se que sejam quitadas as dívidas acumuladas antes e depois da falência da Selecta. Entre os credores da antiga companhia de Nahas está a prefeitura de São José dos Campos, que espera receber 28 milhões de reais, sendo 17 milhões relativos aos débitos com o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU).
De acordo com o edital, o leilão da venda do imóvel será presencial e acontecerá no dia 3 de outubro, às 14 horas , na capital paulista.
Contudo, para o advogado Denis Ometo, o negócio é de alto risco. “É importante avisar aos interessados na compra do terreno que há o risco de se perder dinheiro ao adquirir algo que não se sabe se poderá, de fato, ser seu”, adverte. Segundo ele, a Justiça pode decidir que o imóvel pertence às famílias de sem-teto. Caso isso aconteça, o dinheiro do leilão será devolvido apenas com as correções inflacionárias do período, o que pode significar um péssimo investimento.
Reintegração de posse
Em janeiro deste ano, o processo de reintegração de posse da área resultou em confronto jurídico – por meio de liminares da Justiça Federal e Estadual que permitiam e negavam a reintegração – e físico, entre policiais militares e a guarda municipal contra centenas de moradores.
O processo de reintegração foi denunciado por entidades civis e ONGs à Comissão de Direitos Humandos da Organização dos Estados Americanos (OEA). Atualmete, tanto o processo de litígio do terreno quanto o processo por violação de Direitos Humanos não foram julgados pela Justiça.
Marcelo Pellegrine
Fonte: Carta Capital
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