quinta-feira, 28 de junho de 2012

27ª Semana do Migrante: conquistar Direitos é defender a Saúde!


Com este lema, a Igreja está celebrandoa 27ª Semana do Migrante, com o tema “Migração e Saúde”(17-24/06/2012). Inspirada na Campanha da Fraternidade deste ano, a Semana do Migrante teve por finalidade motivar as comunidades cristãs e amplos setores da sociedade civil a refletirem, celebrarem e se mobilizarem sobre o direito à saúde de diferentes categorias de milhares de migrantes.
Frequentemente ignorados e vivendo com frequência nos espaços segregados das nossas cidades, trabalhando e morando em condições insalubres, os migrantes são vítimas potenciais de várias doenças. Nas periferias das cidades são atingidos pelos problemas de saneamento básico, e convivem com a precariedade do atendimento público à saúde. Os trabalhadores rurais temporários, no isolamento das fazendas, sob um trabalho estafante, sofrem com o descaso dos seus empregadores, que em vários casos os leva à morte ou à invalidez precoce.
Os imigrantes hispano-americanos, nas grandes metrópoles, clandestinos em sua maioria, são vítimas de doenças respiratórias como a tuberculose. Mais grave é a situação em que se encontram os membros mais frágeis das famílias migrantes, as mulheres, os idosos e as crianças.
O presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes, dom José Luiz Salles, destaca que para viver com intensidade a temática proposta pela Semana do Migrante, temos que ter “diante dos olhos e do coração a atitude do Bom Samaritano que nos mostra a importância de cuidar da vida mais frágil, em situação de vulnerabilidade, machucada, abandonada à beira do caminho, e sermos agraciados com a alegre descoberta de que Cristo está presente neles e nos diz: ‘Fui estrangeiro e me acolheste’ (Mt 25, 35)”.
“Frente a essa realidade é que surge o clamor pelo respeito dos direitos fundamentais de toda pessoa humana, também dos migrantes, deslocados e estrangeiros, que vivem e trabalham precariamente em nosso país. O atendimento da saúde do migrante é uma expressão de fraternidade para com aqueles que são diferentes de nós, mas gozam da mesma dignidade de filhos de Deus” (C.Scapini).
A migração internacional é considerada um dos maiores desafiosda Saúde Pública em nível mundial. Atualmente há umareconhecida necessidade de compreensão da movimentação dapopulação e do seu impacto na saúde, quer para os países deacolhimento, trânsito e origem, quer para as populações locais ou migrantes.
Foi em 1969 que o Papa Paulo VI estabeleceu a Celebração anual do Dia do Migrante. A data passou a ser celebrada anualmente, sem receber ainda o destaque que lhe é devido. Praticamente até a Campanha da Fraternidade de 1980, que teve como lema “Para onde Vais?” pouco se fez em torno do Dia do Migrante.
Em 1985 foi fundado o Serviço Pastoral dos Migrantes e em 1986 passou-se a celebrar a Semana do Migrante, que se tornou um momento privilegiado de mobilização, sensibilização, conscientização e de acolhida aos migrantes. Afinal, “para o Migrante a Pátria é a terra que lhe dá o pão, trabalho e acolhida”(Scalabrini).
Hoje, as migrações apontam para a necessidade de mudanças em profundidade, para que o mundo se torne de novo habitável. Pelos mais diferentes motivos, o cenário mundial encontra-se fortemente marcado pelo fenômeno das migrações. Estas se tornam cada vez mais intensas, diversificadas e complexas. Simultaneamente ao crescimento dos deslocamentos humanos, multiplicam-se também os movimentos de discriminação, preconceito e xenofobia. Este é também o retrato da mobilidade humana no conjunto de nosso país e da América Latina.
Porto Velho abriga vários bolsões periféricos, muitos moradores são migrantes, com a vida e a dignidade ameaçadas por todos os lados. Nossa missão evangelizadora não pode ignorar essa realidade migratória, se quiser responder de forma eficaz aos desafios que a região apresenta.
O Papa Bento XVI em sua Mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2012, que tem como tema: “Migrações e nova evangelização”, afirma que as migrações produziram uma mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novos desafios do ponto de vista não só humano, mas também ético, religioso e espiritual. A comunidade cristã deve estar preparada para acolher os migrantes e suas famílias, os jovens que aqui chegam para estudar, para que não percam o sentido da fé e se sintam parte integrante da Comunidade Eclesial, tornando-se “anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas do Senhor Ressuscitado, esperança do mundo” (VD 105).

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