Com este lema, a Igreja está celebrandoa 27ª Semana do Migrante,
com o tema “Migração e Saúde”(17-24/06/2012). Inspirada na Campanha da
Fraternidade deste ano, a Semana do Migrante teve por finalidade motivar
as comunidades cristãs e amplos setores da sociedade civil a
refletirem, celebrarem e se mobilizarem sobre o direito à saúde de
diferentes categorias de milhares de migrantes.
Frequentemente ignorados e vivendo com frequência nos espaços
segregados das nossas cidades, trabalhando e morando em condições
insalubres, os migrantes são vítimas potenciais de várias doenças. Nas
periferias das cidades são atingidos pelos problemas de saneamento
básico, e convivem com a precariedade do atendimento público à saúde. Os
trabalhadores rurais temporários, no isolamento das fazendas, sob um
trabalho estafante, sofrem com o descaso dos seus empregadores, que em
vários casos os leva à morte ou à invalidez precoce.
Os imigrantes hispano-americanos, nas grandes metrópoles,
clandestinos em sua maioria, são vítimas de doenças respiratórias como a
tuberculose. Mais grave é a situação em que se encontram os membros
mais frágeis das famílias migrantes, as mulheres, os idosos e as
crianças.
O presidente do Serviço Pastoral dos Migrantes, dom José Luiz
Salles, destaca que para viver com intensidade a temática proposta pela
Semana do Migrante, temos que ter “diante dos olhos e do coração a
atitude do Bom Samaritano que nos mostra a importância de cuidar da vida
mais frágil, em situação de vulnerabilidade, machucada, abandonada à
beira do caminho, e sermos agraciados com a alegre descoberta de que
Cristo está presente neles e nos diz: ‘Fui estrangeiro e me acolheste’
(Mt 25, 35)”.
“Frente a essa realidade é que surge o clamor pelo respeito dos
direitos fundamentais de toda pessoa humana, também dos migrantes,
deslocados e estrangeiros, que vivem e trabalham precariamente em nosso
país. O atendimento da saúde do migrante é uma expressão de fraternidade
para com aqueles que são diferentes de nós, mas gozam da mesma
dignidade de filhos de Deus” (C.Scapini).
A migração internacional é considerada um dos maiores desafiosda
Saúde Pública em nível mundial. Atualmente há umareconhecida necessidade
de compreensão da movimentação dapopulação e do seu impacto na saúde,
quer para os países deacolhimento, trânsito e origem, quer para as
populações locais ou migrantes.
Foi em 1969 que o Papa Paulo VI estabeleceu a Celebração
anual do Dia do Migrante. A data passou a ser celebrada anualmente, sem
receber ainda o destaque que lhe é devido. Praticamente até a Campanha
da Fraternidade de 1980, que teve como lema “Para onde Vais?” pouco se
fez em torno do Dia do Migrante.
Em 1985 foi fundado o Serviço Pastoral dos Migrantes e em 1986
passou-se a celebrar a Semana do Migrante, que se tornou um momento
privilegiado de mobilização, sensibilização, conscientização e de
acolhida aos migrantes. Afinal, “para o Migrante a Pátria é a terra que
lhe dá o pão, trabalho e acolhida”(Scalabrini).
Hoje, as migrações apontam para a necessidade de mudanças em
profundidade, para que o mundo se torne de novo habitável. Pelos mais
diferentes motivos, o cenário mundial encontra-se fortemente marcado
pelo fenômeno das migrações. Estas se tornam cada vez mais intensas,
diversificadas e complexas. Simultaneamente ao crescimento dos
deslocamentos humanos, multiplicam-se também os movimentos de
discriminação, preconceito e xenofobia. Este é também o retrato da mobilidade humana no conjunto de nosso país e da América Latina.
Porto Velho abriga vários bolsões periféricos, muitos moradores são
migrantes, com a vida e a dignidade ameaçadas por todos os lados. Nossa
missão evangelizadora não pode ignorar essa realidade migratória, se
quiser responder de forma eficaz aos desafios que a região apresenta.
O Papa Bento XVI em sua Mensagem
para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2012, que tem como tema:
“Migrações e nova evangelização”, afirma que as migrações produziram uma
mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novos desafios do
ponto de vista não só humano, mas também ético, religioso e espiritual. A
comunidade cristã deve estar preparada para acolher os migrantes e suas
famílias, os jovens que aqui chegam para estudar, para que não percam o
sentido da fé e se sintam parte integrante da Comunidade Eclesial,
tornando-se “anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas do Senhor
Ressuscitado, esperança do mundo” (VD 105).
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