O histórico das lutas do catalão Pedro Casaldaliga
Para boa parte dos padres católicos, a data da ordenação sacerdotal é
mais importante que a do nascimento. Na Ordem Claretiana, congregação
religiosa fundada no século 19, o valor simbólico dessa data é ainda
maior. Por isso vale a pena registrar aqui os 60 anos da ordenação do
missionário catalão Pedro Casaldáliga, comemorados hoje, 31 de maio.
Nomeado bispo em 1971 e enviado para o interior do Brasil, para a Prelazia dep São Félix, no Mato Grosso, ele assumiu a defesa dos índios que estavam sendo expulsos de suas terras por grandes projetos agropecuários financiados pelo governo, por meio da antiga Sudam. Uma carta aberta que ele lançou em 1971, denunciando os os problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais, é considerada uma espécie de precursora das denúncias do trabalho escravo que acabaram resultando na PEC aprovada dias atrás pelo Congresso. Defensor da Teologia da Libertação, ajudou a criar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Conselho Pastoral da Terra (CPT).
Suas causas eram extraordinariamente difíceis naqueles anos. Passou a ser encarado pelos militares como inimigo nacional e mais de uma vez esteve prestes a ser expulso do País. Enfrentava resistências até mesmo entre colegas mais conservadores, como o leitor poderá ver no material registrado no acervo histórico do jornal , recentemente colocado na Internet.
Ele só não foi expulso porque o papa Paulo VI deixou claro que não aceitaria a expulsão de um príncipe da Igreja. Mesmo assim continuou sofrendo ameaças e viu um de seus principais assessores ser assassinado a tiros. Tornou-se aos poucos um dos símbolos da resistência ao arbítrio e da defesa dos mais fracos.
Aposentou-se em 2005, com 77 anos. Mas continuou vivendo em São Félix. Pobremente, como assinalou o escritor Frei Betto, em artigo daquela epoca , no qual o chamou de santo e herói. Na Espanha está em andamento um projeto destinado a transformar sua vida em minissérie de TV.
Roldão Arruda
Nomeado bispo em 1971 e enviado para o interior do Brasil, para a Prelazia dep São Félix, no Mato Grosso, ele assumiu a defesa dos índios que estavam sendo expulsos de suas terras por grandes projetos agropecuários financiados pelo governo, por meio da antiga Sudam. Uma carta aberta que ele lançou em 1971, denunciando os os problemas enfrentados pelos trabalhadores rurais, é considerada uma espécie de precursora das denúncias do trabalho escravo que acabaram resultando na PEC aprovada dias atrás pelo Congresso. Defensor da Teologia da Libertação, ajudou a criar o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) e o Conselho Pastoral da Terra (CPT).
Suas causas eram extraordinariamente difíceis naqueles anos. Passou a ser encarado pelos militares como inimigo nacional e mais de uma vez esteve prestes a ser expulso do País. Enfrentava resistências até mesmo entre colegas mais conservadores, como o leitor poderá ver no material registrado no acervo histórico do jornal , recentemente colocado na Internet.
Ele só não foi expulso porque o papa Paulo VI deixou claro que não aceitaria a expulsão de um príncipe da Igreja. Mesmo assim continuou sofrendo ameaças e viu um de seus principais assessores ser assassinado a tiros. Tornou-se aos poucos um dos símbolos da resistência ao arbítrio e da defesa dos mais fracos.
Aposentou-se em 2005, com 77 anos. Mas continuou vivendo em São Félix. Pobremente, como assinalou o escritor Frei Betto, em artigo daquela epoca , no qual o chamou de santo e herói. Na Espanha está em andamento um projeto destinado a transformar sua vida em minissérie de TV.
Roldão Arruda
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