Com construções isoladas, muitas obras e terrenos ainda não ocupados, o Jardim Colina Verde, região norte de Maringá, apresenta características de um bairro respectivamente novo. A socialização entre os vizinhos ainda é uma carência entre aqueles que residem ali. Contudo, os moradores do Colina Verde encontraram uma maneira de estreitar o contato entre os vizinhos por meio das CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), organização da Igreja Católica.
A dona de casa Ana Maria Almeida, 51, é a responsável pela CEBs, coordenadora do grupo de reflexão e moradora do bairro há dois anos. Segundo ela, o grupo surgiu da própria necessidade dos moradores de se reunirem para discutir os problemas do bairro. “A ideia de formar um grupo começou em uma missa aqui na comunidade. O pessoal começou a cobrar a formação de um grupo e desde então estamos nos reunindo”, lembra. Para a coordenadora arquidiocesana das CEBs, Luzia Orlando, a finalidade das comunidades não se limita apenas no aspecto religioso, mas na busca de benefícios para a região. “As pessoas acham que CEB é lugar apenas para rezar. Temos a obrigação de nos mobilizar e lutar pelos nossos direitos. Não tem como viver em comunidade sem o esforço para o bem comum”, afirma.
A CEB “Caminhando com Maria” tem pouco mais de um ano e semanalmente se encontram na casa de um morador para rezar e estabelecer ações que possam resolver ou amenizar os problemas do local, além de realizar e apoiar eventos que acontecem na comunidade. “Ano passado fizemos uma festa junina. Todo mundo ajudou e participou”, ressalta o pintor Ayrton dos Santos, 39, que já está pensando na próxima festa do bairro. Sem uma associação de moradores, Ana Maria diz que a organização da comunidade incentivou os moradores a cobrarem políticas públicas para a região. “Conseguimos o asfalto e o transporte coletivo. Tudo é um caminho. Ainda temos muito para conseguir.”
De acordo com o professor de filosofia do Cesumar (Centro
Universitário de Maringá) Edson Barbosa, a religião exerce uma função
dentro da sociedade e por isso deve influenciar e motivar a organização
social dos indivíduos. “Em todas as sociedades, primitivas e atuais, a
religião desempenha uma função, seja de assistência social ou, até
mesmo, organização política. Além disso, a religião tira o ser humano do
sofrimento e dá força para que ele supere o problema, prega a justiça e
o bem comum e pode ser considerada um freio moral”, explica.
Priscila Dias
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