No domingo quinze de abril (às 16hs em ponto), realizamos com muita fé,
esperança e alegria a sexta celebração eucarística com os idosos e
enfermos da nossa comunidade eclesial de São Pio X. Vieram basicamente
todas as “capelas” – nome que utilizamos para distinguir da igreja
matriz, outras de menor porte – como a Imaculado Coração de Maria
(Jitimana), a capela da Sagrada Família (Loteamento Pau-Ferro), que,
muito em breve, tornar-se-á paróquia, a capela de N. Senhora de Fátima e
a de São Sebastião (Loteamento Visconde de Maracaju). Todas essas
comunidades eclesiais em trono do altar de Pio X, celebraram a dignidade
da vida.
Na preparação para esse grande acontecimento eclesial,
trabalharam vários grupos e pastorais. Claro que devemos destacar os
ministros extraordinários que visitam semanalmente os enfermos e também
as pastorais como da família, criança, batismo, acolhida e da pessoa
idosa. Essas agem da porta para fora do templo e impregnam a sociedade
com “o bom odor de Cristo” (2 Coríntios 2,15).
A celebração foi
pautada pela alegria, comoção e até por lágrimas de familiares e idosos;
além de jovens e adultos enfermos que se fizeram presentes. Muitos e
muitas em cadeira de rodas. Os cantos, a provocação da palavra do
segundo domingo da páscoa também contribuiu e muito para o clima de
esperança.
Gostaríamos de destacar agora alguns pontos, que creio,
ajudarão outras pessoas e comunidades a pensar e refletir sobre a
situação atual dos “excluídos” da sociedade. Então vamos a eles:
Está na hora de nossos grupos de igreja saírem mais para a missão.
Existe muita indigência, sofrimento e dor na sociedade atual. Essa
insistência de realizarmos encontros demorados e custosos para as
comunidades redunda em que? Quanta conversão se dá nesses encontros para
depois se buscar a ação?
Os idosos (as) das nossas comunidades
recebem visitas constantes dos nossos grupos e movimentos? Eles e elas
na maioria são “esquecidos” da comunidade e da família. Por isso,
pontuamos na homília o seguinte: quantos idosos ajudaram e ainda ajudam a
pagar o curso da faculdade de filhos, ou filhas e netos? O que damos em
troca? Em muitos casos a ingratidão e o desamor. Sim, somos bons de
testemunhos nas igrejas, mais nos falta um profundo processo de
“amorização”.
A belíssima Campanha da Fraternidade acabou? Não.
Também pontuamos esse traço na homília ao dizer que depois da quaresma,
quando a Igreja nos convida ao arrependimento sincero, a Páscoa do
Senhor é uma ruptura com a lei judaica (sábado) e vem para nos acender a
fé na vida e justamente no “Dies Domini”, ou seja, no Dia do Senhor (Jo
20, 19.26). Dia que enaltece a Ressurreição do Filho de Deus, Jesus de
Nazaré. Dia para se proclamar saúde para todos e todas. Celebração
oportuna para relembrar que o SUS é um sistema ideal e forte, mais que é
surrupiado por mãos iníquas que apostam na corrupção em vez de apostar
na sensatez e na honestidade. Esses que agem assim, não deveriam se
aproximar “do Corpo do Senhor” (1 Cor 11, 17ss).
Por fim, lembrar
aos leitores do site e da sociedade, que apesar da malversação das
verbas da saúde nesse país, o processo que causa mais degeneração e
sofrimento de idosos e doentes é: o esquecimento da própria família.
Nesse mesmo dia, uma agente nossa da Pastoral da Criança esteve com o
carro para pegar uma senhora – não vamos citar o endereço por questões
éticas – e um dos filhos a recebeu assim: “ninguém a tira daqui. Ela não
precisa de missa nenhuma”. Chorando e pronta, o que é pior, para
participar da Páscoa de Jesus e sua, a idosa ficou presa na sua própria
casa. Esse fato aconteceu domingo, o segundo de Páscoa. Em pleno séc.
XXI, a liberdade religiosa e o respeito à vida sendo violados. Pode ser
por ignorância abjeta ou quem sabe por um ateísmo prático e crasso que
invadiu nossa sociedade ocidental, marginalizando os valores humanos e
cristãos. Para muitos e muitas, Deus não cabe em suas casas e
consciências.
Concluindo, agradecemos a todos e todas que se
envolveram nessa missão, sobretudo os donos de carro de nossa paróquia. E
deixaremos para em um artigo próximo, a descrição do “ateísmo prático”,
que continua vigente hoje na sociedade dita “cristianizada”.
Pe. José SOARES de Jesus
Paróquia São Pio X - Arquidiocese de Aracaju
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