Depois de quase quatro séculos de resistência contra os avanços do mundo moderno, a Igreja Católica inicia um processo de maior abertura com o Concílio Vaticano II, convocado pelo papa João XXIII (1881-1963) e a realizado entre 1962 e 1968. Uma das conquistas mais expressivas dessa assembléia foi a busca de harmonia no interior do cristianismo, que promoveu o diálogo e a união entre suas vertentes (catolicismo, protestantismo e Igreja Ortodoxa). No plano político, ficou estabelecida a necessidade de o papa intervir como conciliador em questões internacionais.
Ao contrário dos outros concílios, que buscavam definir verdades de fé e conduta moral, esse procura apresentar um papel mais participativo para a religião católica na sociedade, com atenção para os problemas sociais e econômicos. Entre outras mudanças, traz uma maior tolerãncia em relação aos progressos científicos, introduz as línguas vernáculas no culto, e abre espaço para maior participação dos leigos, inclusive as mulheres, na vida da instituição.
Embaladas no mesmo tom, novas idéias dentro da compreensão cristã e política em geral geram uma nova teologia latino-americana: a da Libertação. A idéia, em síntese, é dar voz á minoria oprimida no mundo, associando o cristianismo a questões políticas e sociais. Trata-se de uma marcante retomada ao modelo de comunidade de Cristo, em versão contemporânea.
O movimento da Teologia da Libertação envolve religiosos e leigos que se dedicam a causas sociais por meio de comunidades eclesiais - as denominadas Cebs( Comunidades Eclesiais de Bases), que vem configurar uma Igreja socialmente ativa que mantém um compromisso humanitário.
A partir de experiências das Cebs, Leonardo Boff, um dos criadores da Teologia da Libertação, dá o recado da nova espiritualidade comseu Igreja: carisma e poder, livro que soa um pouco estridente aos ouvidos da Santa Sé.
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