Em Manaus (AM), Yolanda Setubal escolheu morar na periferia. Coerente com seus princípios, acreditava que, se ia trabalhar com os pobres, tinha de viver como os pobres. Yolanda pertencia à família que controla o Itaú, o maior banco privado do país.
Nascida em São Paulo, era filha do advogado Laerte Setubal. Seu primo Olavo foi prefeito de São Paulo, ministro das Relações Exteriores e um dos banqueiros mais conhecidos do Brasil. Seu irmão Laerte Filho é membro do conselho da Itaúsa, que controla as empresas do grupo.
Em 1946, Yolanda entrou para a congregação Nossa Senhora Cônegas de Santo Agostinho. Concluiu o noviciado na Bélgica e tornou-se então a madre Maria Júlia.
De volta ao Brasil, foi uma das diretoras do colégio Nossa Senhora do Morumbi. Saiu de lá após se ligar à Teologia da Libertação. Foi se dedicar às comunidades eclesiais de base na zona leste da capital.
"Ela saiu da diretoria de um colégio que educava as elites e optou pelas comunidades pobres", conta a socióloga Maria Alice Setubal, filha de Olavo Setubal.
Em Manaus, um centro cultural ganhou seu nome. Trabalhou ainda em Goiânia, integrou grupos de estudos no Sedes Sapientiae, em SP, e dirigiu sua congregação, cuja história estava escrevendo.
Há pouco tempo, ainda fazia questão de andar de ônibus. Era culta e discreta, contam suas amigas religiosas.
Morreu na segunda (12), dia em fez 87 anos, devido a uma embolia. A missa do sétimo dia será amanhã, 19/12, às 11h, no colégio Madre Alix, na alameda Gabriel Monteiro da Silva, 1.555, em São Paulo.
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