Estamos celebrando o Advento na esperança da vinda de Jesus. Vivemos um tempo de graça, na espera do advento de um mundo renovado, desejando que a terra se abra ao amor.
João Batista viu que Jesus de Nazaré era a própria presença de Deus no meio da história, na fragilidade da carne. E anunciou, apontando: "Eis o cordeiro de Deus!”.
Com o Advento temos a oportunidade de realizar uma nova caminhada de agradecimento ao Pai, de perdão e de profunda renovação, ou seja, de um novo nascimento pela força do Espírito, até alcançarmos a maturidade da vida espiritual em Cristo.
Começamos o tempo litúrgico do Advento, em que várias tradições cristãs se preparam para a solenidade do Natal. O Ano está findando. As festas se aproximam e as famílias e comunidades eclesiais começam a movimentar-se para a Novena do Natal no desejo de preparar melhor a celebração do Natal e o Ano Novo.Vale a seguinte pergunta: qual é o verdadeiro significado do Natal?
Para quem tem fé, a celebração deste Natal deveria ser não apenas a repetição de todos os natais que já vivemos, mas uma nova celebração da visita de Deus à humanidade. De acordo com a mais profunda tradição cristã, o Natal não é somente, ou principalmente, a memória do nascimento de Jesus. É ocasião para celebrar a vinda do reino de Deus que Jesus veio anunciar e trazer.
A espiritualidade do Advento é uma espiritualidade comprometida, um esforço feito pela comunidade para recuperar a consciência de ser Igreja para o mundo, reserva de esperança e de alegria.
“Não vos lembreis das coisas passadas, nem considereis as antigas.Eis que faço coisa nova, que está saindo à luz; porventura, não o percebeis?Eis que porei um caminho no deserto e rios, no ermo"(Is. 43, 18 e 19).
O Senhor é Deus de novidade de vida. Essa condição não se concretiza sem uma confiança inabalável na condução divina da história. Assim como o profeta pregou para o povo de Israel do cativeiro, precisamos ter os olhos da fé abertos para a grande oportunidade que o momento presente nos coloca, oferecer uma mensagem de Natal que desperte esperança, ainda que vivenciemos uma dura realidade.
Segundo o profeta Isaías, o Deus em quem acreditamos, não é um Deus indiferente, que pactua com o racismo, a exclusão, a violência, a exploração, o terrorismo, o imperialismo, a prepotência; mas é um Deus que ama cada “pobre” explorado e injustiçado, que está ao lado dos que sofrem e que dá aos pequenos, aos marginalizados, aos excluídos a força para vencer o desânimo, a miséria, as forças da opressão e da morte.
Como as comunidades do apocalipse, repitamos: “Vem senhor Jesus”!.
Celebremos o Advento deixando acontecer em nossa vida a novidade de Deus, pois Natal é Deus em busca da humanidade e a humanidade em busca de Deus!
Esperar a chegada do Senhor é aguçar nossa sensibilidade para captar os sinais de Deus em nosso tempo ainda tão conturbado e em nossa realidade ainda tão desumana, violenta e sofrida: sinais evidentes de negação do projeto de vida para o qual fomos criados.
O advento é tempo de grande compromisso com o projeto de Deus. Nestes diasem que somos convocados a uma profunda conversão, intensifiquemos nosso desejo de relações fraternas verdadeiras e duradouras, fortaleçamos a nossa vocação de testemunhas da esperança.
Campanha para a Evangelização
Iniciamos a Campanha para a Evangelização, na festa de Cristo Rei, com o lema “Ele veio curar nossos males”, em sintonia com o da próxima Campanha da Fraternidade (Saúde Pública).
A Campanha para a Evangelização e um renovado influxo para a Igreja evangelizar:tem por objetivo sensibilizar os fiéis sobre a responsabilidade diante do sofrimento humano como elemento essencial para a realização do trabalho evangelizador a fim de que, pela palavra, pela ação e pela doação pessoal e material, todos contribuam de maneira mais efetiva para a ação evangelizadora da Igreja.
É preciso dispor-se a ser evangelizado. Quem está em processo de Evangelização se torna evangelizador. O encontro com o Verbo encarnado impulsiona a anunciar a outros a feliz experiência.
A corresponsabilidade na obra evangelizadora deve suscitar nos batizados a percepção das necessidades na sustentação dessas atividades, levando-os à solidariedade através da contribuição para que a Igreja tenha recursos para evangelizar e manter seus organismos e pastorais nos níveis: paroquial, diocesano e nacional. A solidariedade de todos contribuirá para que a evangelização possa atingir as regiões mais desprovidas de recursos financeiros, como a Amazônia ou as periferias das grandes cidades.
As ofertas são contribuições espontâneas e devem ser realizadas como gratidão a Deus, à exemplo da entrega do dízimo. Elas têm uma finalidade específica e data determinada: para a manutenção das ações de evangelização da Igreja no Brasil, a ser realizada no terceiro domingo do Advento, próxima semana.
Jesus revela nos Evangelhos que os bens materiais devem ser meios para a construção do Reino de Deus (cf. Lc 8,3). Este ensinamento foi assimilado na prática pelos Apóstolos. São Paulo organizou uma grande campanha de doações nas comunidades fundadas por ele em prol da comunidade de Jerusalém (cf. Rm 15,26). E, recomendava generosidade nas doações, pois Deus ama quem oferta com alegria (cf. 2Cor 9,7).
Seja fraterno e participe da coleta para a evangelização no próximo domingo!
Cristiano Macedo MendesDom Moacyr Grechi
Bispo de Porto Velho - RO
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