domingo, 21 de agosto de 2011

O Riacho e o Rio; CEBs: espiritualidade libertadora


Pra início de conversa: Jetro, sogro de Moisés foi visitá-lo. Vê que o povo fica na fila, o dia todo, para ser atendido pelo seu genro. Jetro chama Moisés num canto e lhe propõe a descentralização do poder, com criação de pequenas comunidades de cinqüenta pessoas, e escolher entre elas líderes dos pequenos grupos. Moisés, saindo do Egito, não tinha outro modelo de organização do povo, a não ser o do rei que resolvia tudo sozinho, mas aceita a sugestão do sogro e reinicia a organização do povo. (Ex 18, 1-27)

No Êxodo, assistimos já ao grupamento em pequenas comunidades para a celebração da Páscoa. Desde o início, a Páscoa é uma festa familiar onde o pão da solidariedade é comum.

As CEBs, enquanto comunidade integra famílias, adultos, e jovens, numa íntima relação interpessoal de fé. Enquanto eclesial, é comunidade de fé, esperança e caridade; celebra a palavra de Deus e se nutre da Eucaristia, ponto culminante de todos os sacramentos. Realiza a palavra de Deus na vida, através da solidariedade e compromisso novo do Senhor e torna presente, atuante a missão eclesial e a comunhão visível com os legítimos pastores, por intermédio dos ministérios de coordenadores aprovados. É de base por ser constituída de poucos membros, em forma permanente e à guisa de célula da grande comunidade. “Quando merecem o seu título de eclesialidade, elas podem reger, em solidariedade fraterna, sua própria existência espiritual e humana” (Puebla, 641)

A Igreja é o grande rio que vai percorrendo o leito da história, que já faz mais de dois mil anos. Na realidade são diversos rios. Em lugares diferentes do mundo, com elementos comuns. É a mesma Igreja, que vive em diferentes culturas, lugares e tempos.

A CEBss é como um riacho, novo/antigo que nasce sob a inspiração dos Atos dos Apóstolos. Elas querem renovar a Igreja, relembrando que esta existe para ser fiel ao projeto de Deus, lugar de vida e a serviço da vida.

Resumindo, hoje é tempo de “enterrar” a semente da palavra de Deus no chão da vida. Vida da gente, vida do nosso povo, vida dos trabalhadores, vida da família, vida da Igreja, vida de todo o dia. Queremos “enterrar” a semente da palavra de Deus no chão da vida, para daí nascer a flor de uma nova vida, dentro de nós: no lugar onde moramos, na Igreja, na sociedade.

Para isso, será preciso os grupos de reflexão, mas também as pequenas ações concretas à serviço do bairro, das famílias, dos pobres, das crianças e dos doentes. Vamos então, desenvolver de forma concreta os dons que Deus nos deu. Isto é o que Jesus espera de nós, servos e servas obedientes a serviço do Reino.

Tarcísio - CEBs
Paroquia Nossa Senhora Aparecida - Passos - MG

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