domingo, 12 de junho de 2011

3º Encontro no CELAM de bispos e responsaveis pelas CEBs




PROPOSTAS DO 3º ENCONTRO DE BISPOS E RESPONSÁVEIS DAS CEBs

Com a articulação continental

Santiago do Chile, 10-12 de Maio de 2011.

“As CEBs desenvolvem seu compromisso evangelizador e missionário entre os mais simples e afastados, e são expressão visível da opção preferencial pelos pobres. São fonte e semente de vários serviços e ministérios a favor da vida , na sociedade e na Igreja”. Doc. Aparecida 179.

Convocados pela secção do CELAM sobre Paróquias, CEBs e Pequenas Comunidades, os participantes do Encontro, iluminados e alentados pelo Espírito do Ressuscitado, refletimos sobre o caminho que as CEBs percorreram a partir da Aparecida e dos encontros anteriores de Quito (2007 e 2009) no contexto da realidade eclesial e social atual da América Latina e do Caribe.

IDENTIDADE ECLESIAL

No nosso diálogo sentimos a necessidade de reafirmar a identidade das CEBs no mundo globalizado, caracterizado pelo pluralismo, individualismo e relativismos.

Afirmamos e testemunhamos o que são as Comunidades Eclesiais de Base:

As CEBs são expressão viva da “koinonia”, a imagem da comunhão trinitária entre o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

O centro de tudo é a pessoa de Jesus que veio anunciar-nos o projeto do Pai, o Reino de Deus.

As CEBs são um espaço privilegiado para viver, como discípulos-missionários, o seguimento de Jesus Cristo.

Sua referência e raiz são as primeiras Comunidades Cristãs reunidas em torno da Palavra, da Eucaristia, da Oração e da Caridade, como revela o livro dos Atos dos Apóstolos (At 2,42), nesse sentido são célula inicial de estruturação eclesial (Med 15,10; AP 178).

Guiadas pelo Espírito, vivem uma espiritualidade encarnada, dialogante e pascoal.

À luz da fé discernem em comunidade, os novos paradigmas dos tempos atuais para dar respostas adequadas a seus desafios.

As Comunidades são fraternas e abertas, comprometidas com os pobres, a justiça e o bem comum, na luz do magistério da Igreja, particularmente no da Doutrina Social.

Vivem a fé, em comunidade e de maneira profética assim como missionária.

Nesta experiência eclesial se promovem e propiciam os ministérios e serviços dos leigos e leigas, em comunhão e corresponsabilidade com os Pastores.

A MISSÃO DAS CEBS

As CEBs, essencialmente missionárias e a partir da sua experiência pastoral e de espiritualidade, assumiram os desafios e encaminhamentos da Missão Continental Permanente.

As CEBs como comunidades de batizados estão chamadas a ser presença capilar da Igreja e a dar testemunho do amor de Deus em todos os âmbitos da sociedade (RM 50-51)

As CEBs reafirmam a opção preferencial e evangélica pelos pobres prestando particular atenção aos novos rostos e contextos de pobreza, “para que nossos povos tenham vida em Cristo”.

As CEBs, como um primeiro gesto de amizade evangélica e de aproximação, estão comprometidas para ir ao encontro dos afastados, dos indiferentes e aos que alimentam descontentamento ou ressentimento em relação à Igreja (AP 310).

Fiéis ao espírito da Aparecida as Comunidades estão chamadas a continuar com audácia a relançar as CEBs e propiciar o surgimento de novas CEBs, fiéis à sua identidade de pequena Igreja.

As CEBs privilegiam e acompanham as famílias, em suas diversas situações diante das ameaças e ataques representados por certas correntes da cultura moderna; diante da crise econômica e de outras realidades precárias.

As CEBs enfrentam o desafio de uma inserção “inculturada” e criadora no mundo urbano y na realidade dos jovens.

Respondendo aos signos dos tempos comprometem-se ativamente com o cuidado e defesa da criação (ecologia, meio-ambiente).

De igual maneira se esforçam para apoiar as organizações e movimentos sociais que lutam e se comprometem com uma vida digna para todos.

Como pequenas comunidades, abertas e acolhedoras, favorecem de maneira espontânea o diálogo inter-religioso e ecumênico.

PROCESSO DE FORMAÇÃO DAS CEBs

Uma das prioridades na vida das CEBs é a formação dos seus membros e dar-se a conhecer para que sejam assumidas por todos os setores do Povo de Deus.

o É necessário elaborar itinerários e processos de formação, no espírito da Missão Permanente e tomando em conta a diversidade cultural. Isso permitirá compartilhá-los com os diferentes níveis da Igreja; CEBs, paróquia, diocese e as Igrejas Irmãs do Continente.

o Consideramos indispensável integrar na eclesiologia de comunhão do Vaticano II, a referência específica das CEBs, tanto na formação dos seminaristas e da vida consagrada, como de todos os agentes de pastoral e de leigos comprometidos.

COMUNHÃO E ARTICULAÇÃO DAS CEBS ENTRE ELAS E COM AS OUTRAS INSTÂNCIAS DA IGREJA

A vivência da comunhão de amor em cada CEB y entre elas é sinal e instrumento da íntima união com Deus e da unidade do gênero humano.

- Aspiramos continuar fortalecendo e criando espaços de comunhão e articulação entre as CEBs no nível paroquial, diocesano, nacional, continental e mundial.

- Tendo como finalidade estreitar laços mais fortes de comunhão entre as CEBs e os Pastores, desejamos que em cada Conferência Episcopal haja um Bispo responsável pelo serviço de animação e acompanhamento das CEBs.

- Para dar continuidade à caminhada já realizada, assumimos o compromisso de organizar encontros bienais entre os bispos responsáveis das CEBs e a Articulação Continental. Estes encontros serão convocados pelo CELAM e organizados em coordenação com a Articulação.

Colocamos nossas aspirações e trabalhos nas mãos de Maria de Guadalupe, para que ajude as CEBs a serem testemunhas corajosas de Deus e da Vida nos nossos povos.

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