sexta-feira, 12 de outubro de 2012

A Teologia da Libertação luta contra a pobreza e busca a dignidade entre as pessoas

“Teologia latino-americana e teologia europeia: interpelações mútuas.” Este foi o tema da Conferência conduzida pelo professor. André Torres Queiruga, da Universidad de Santiago de Compostela, no anfiteatro Pe. Werner, durante o quarto dia do Congresso Continental de Teologia, realizado na Unisinos para mais de 700 pessoas.

De acordo com o professor, cada vez mais a sociedade se encontra em uma cultura global. “Os meios de comunicação, os livros etc. estão fazendo com que o contexto seja cada vez mais universal. Neste sentido, digo que é preciso construir uma teologia integral”, avalia, ao frisar que “temos que perceber que uma teologia será autêntica quando todo o corpo eclesial for autêntico”.

Para ele, toda a sociedade tem o direito de fazer teologia. “E só haverá uma teologia cristã quando esta pertencer a toda a comunidade”, esclarece. Segundo o professor, devemos pensar em ênfases, em maneiras específicas de tentar viver a teologia que todos queremos fazer. “Neste aspecto, uma teologia, como a europeia ou americana, pode ajudar a outra.”

“Jon Sobrino”, continua, “dizia que devemos ver a teologia mais pensada com a revolução social, ou seja, pela realização prática de tudo aquilo que é a nossa fé e atitude da igreja. A nossa fé pode caracterizar uma teologia mais empenhada e mais comprometida em aceitar os desafios da modernidade”.
Teologia da Libertação

A Teologia da Libertação, segundoQueirugapreocupou-se com o pobre, “mas não apenas em nível econômico, porém, pela realização da vida humana, principalmente atendendo aqueles que mais padecem, sofrem”. Para ele, há dois absolutos: Deus e a fome. É verdade que se há fome, isso para a pessoa se tornará uma necessidade humana. “É como dizer: primeiro viver depois filosofar”.

Segundo o conferencista, a Teologia da Libertação travou na história de que não é possível fazer teologia sem enxergar que há pobres e pessoas sofrendo. “Creio que todos nós temos peso na consciência em ver a pobreza. Mas, a maioria de nós não é capaz de grandes heroísmos. A vantagem da Teologia da Libertação foi mostrar isso”, diz.

“Se olharmos o que o Concílio Vaticano II tentou fazer, que foi colocar a igreja em dia, veremos que realmente isto aconteceu. E foi a TdLque acolheu a práxis da fé; que viu que uma fé sem obras é morta”, pontua. E acrescenta: “A Teologia da Libertação luta contra a pobreza e busca a maior dignidade entre as pessoas. É uma aventura de nível histórico, não se apagará jamais na história. E esse é o seu maior mérito”.

Mudança
Para Queiruga, a igreja deve começar de baixo. “Fazer uma leitura popular da Bíblia, que mobilize pessoas”, continua. E diz: “Este mesmo fato de começar de baixo, de fazer com que as pessoas participem da vida social, torna a religião mais próxima. Isso podemos perceber na Europa”.

A reportagem é de Thamiris Magalhães


A matéria completa em:
http://www.unisinos.br/eventos/congresso-de-teologia/pt/o-congresso/noticias/217-a-teologia-da-libertacao-luta-contra-a-pobreza-e-busca-a-dignidade-entre-as-pessoas

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