Movimento que se tornou CEBs e nosso país pela primeira vez.... |
Houve um tempo em que
não havia muita necessidade de explicar o significado da sigla
"CEBs". Fazia parte do cotidiano e do vocabulário de muitos cristãos
católicos. Transmitia entusiasmo e esperança, assim como havia dúvidas e
interrogações. Mas, hoje, muitos nem se lembram
mais dos difíceis e duros anos da ditadura militar no Brasil e nem participaram
do processo de democratização. Foi nesta época que surgiram, em todo o país,
pequenas comunidades ligadas principalmente à Igreja católica. Querendo ou não,
contribuíram de diferentes maneiras para o processo de democratização. Eram
grupos de pessoas que, morando no mesmo bairro ou nos mesmos povoados, se
encontravam para refletir e transformar a realidade à luz da Palavra de Deus e
das motivações religiosas. Daí o nome de Comunidades
Eclesiais de Base (CEBs). Começavam também a reivindicar pequenas melhorias
nos bairros, mas, ao mesmo tempo, iniciavam uma caminhada para tomar
consciência da situação social e política. Queriam a transformação da
sociedade. Inspiradas no método "Paulo Freire" de alfabetização de
adultos, executavam uma metodologia que levasse da conscientização à ação.
O que as
CEBs não são
Segundo
Sérgio Coutinho, assessor nacional das CEBs, não se pode confundir CEBs com
“GRUPOS ECLESIAIS”. Ou seja, as CEBs não são “pastorais”, não são serviços
comunitários e muito menos “movimentos eclesiais”.
Sendo assim, vamos ver quais são as diferenças entre as CEBs e os diferentes
grupos que atuam na Igreja e nas comunidades.
As CEBs são
fundamentalmente uma forma de organizar a Igreja; é a Igreja “na base”. São as
unidades eclesiais menores, mas relativamente completas, autônomas e dotadas
dos elementos constitutivos de uma Igreja: a Fé, o Anúncio, a Celebração, a
Comunhão e a Missão. São
comunidades de base eclesial e não uma comunidade de base qualquer, como um
grupo de reflexão ou de amigos etc. Podem surgir até mesmo destes grupos, mas
não podem ser reduzidos a eles.
Na comunidade, todos e todas, homens e
mulheres, jovens e adultos, lideranças ou não, geralmente em forma colegiada,
assumem a animação e a condução de toda a comunidade. Ali estão presentes catequistas,
a senhora do Apostolado da Oração, o pessoal da liturgia, as lideranças das
pastorais sociais, animadores/as da comunidade e outros. Todos os assuntos são
apresentados à comunidade, discutidos e assumidos por todos no conselho
pastoral comunitário.
A Comunidade
tem um caráter permanente e os grupos, por sua vez, são transitórios e se
organizam para atender a um serviço ou objetivo bem específico.
A comunidade
pode se compor por vários grupos diferentes. O grupo, ao contrário, é único e
não é comunidade eclesial. Entrar em uma
Comunidade Eclesial de Base é entrar na Igreja. Agora, entrar em um grupo não
significa entrar automaticamente na Igreja como tal. Todo o batizado deve pertencer a
uma comunidade. O batismo não é o rito de entrada em um movimento ou grupo.
Fonte: "Cartilha da Cebs de Cuiabá-MT"
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