50 anos do Concílio Vaticano II / 40 anos da
Teologia da Libertação
“O QUE O ESPÍRITO DIZ ÀS
IGREJAS?”
APRESENTAÇÃO
O fato de que se comemora em 2012, o 50º aniversário da
abertura do Concílio Vaticano II (1962) se reveste da maior importância para as
sociedades da América Latina e do Brasil, marcadas como estão por cultura e
tradição católicas. A profundidade das mudanças, provocadas pelo Concílio
Ecumênico, na própria vivência eclesial – reforma litúrgica, introdução da
língua vernácula, valorização da Bíblia e da Teologia Patrística, redescoberta
da colegialidade episcopal – bem como na relação entre Igreja e sociedade –
«aggiornamento», postura dialogal, não condenatória para com as ciências
seculares, a filosofia contemporânea, as outras igrejas cristãs e as religiões
não cristãs – faz daquele evento eclesiástico, ainda hoje, um divisor de águas,
ou melhor, de eras.
Acontece que meio século se passou, e o ímpeto da abertura e do diálogo para com as realidades seculares modernas sofreu, durante o pontificado de João Paulo II, e continua sofrendo, sob Bento XVI, sensível ação refreadora. Uma releitura neoconservadora dos documentos conciliares tem sido ensaiada desde as esferas mais altas do poder eclesiástico, responsabilizando concessões supostamente exageradas à mentalidade secular contemporânea na Igreja pela sempre mais acentuada evasão de fiéis, tanto na Europa quanto nas Américas. Uma restauração da tradição e dos símbolos católicos, acoplada a uma estratégia de forte presença midiática através de eventos de massa, seria a fórmula para enfrentar esta crise. Medidas restritivas contra teólogos e teólogas progressistas e de libertação, o fortalecimento de uma espiritualidade imediatista, de fácil apelo emocional, e um renovado dirigismo romano completam o quadro preocupante.
Quo vadis, ecclesia? (Para onde vais Igreja?) Urge abrir um debate público sobre as causas e as consequências desse processo de reinterpretação do grande Concílio, já que há indícios fortes de que uma neocristandade possa ser a meta histórica, ainda que de forma camuflada, de determinados segmentos católicos.
De não menor relevância, para o Brasil e a América Latina, se constitui o 40º aniversário de nascimento da assim chamada Teologia da que também se celebra no ano em curso. Quando o peruano Gustavo Gutierrez lançou o seu famoso livro homônimo, em 1972, a reflexão teológica – não só católica! – começou a debruçar-se, pela primeira vez em séculos, sobre as práticas libertárias e emancipatórias de cristãos e cristãs engajados na defesa dos direitos humanos e civis e na solidariedade com os oprimidos e marginalizados das sociedades latino-americanas, marcadas por gritante desigualdade social. Depois de muita incompreensão e apressadas censuras aos fundamentos e ao método da Teologia da Libertação, pretende-se agora convocar o público interessado para debater a sua originalidade e atualidade na conjuntura hodierna de Igreja e Sociedade no Brasil.
Diante deste cenário, o Movimento de Formação Cristã Libertadora (MFCL) nos convida ao diálogo e pensamento ao promover o simpósio teológico 50 Anos do Concílio Vaticano II e 40 Anos da Teologia da Libertação - O que o Espírito diz às Igrejas?.
Acontece que meio século se passou, e o ímpeto da abertura e do diálogo para com as realidades seculares modernas sofreu, durante o pontificado de João Paulo II, e continua sofrendo, sob Bento XVI, sensível ação refreadora. Uma releitura neoconservadora dos documentos conciliares tem sido ensaiada desde as esferas mais altas do poder eclesiástico, responsabilizando concessões supostamente exageradas à mentalidade secular contemporânea na Igreja pela sempre mais acentuada evasão de fiéis, tanto na Europa quanto nas Américas. Uma restauração da tradição e dos símbolos católicos, acoplada a uma estratégia de forte presença midiática através de eventos de massa, seria a fórmula para enfrentar esta crise. Medidas restritivas contra teólogos e teólogas progressistas e de libertação, o fortalecimento de uma espiritualidade imediatista, de fácil apelo emocional, e um renovado dirigismo romano completam o quadro preocupante.
Quo vadis, ecclesia? (Para onde vais Igreja?) Urge abrir um debate público sobre as causas e as consequências desse processo de reinterpretação do grande Concílio, já que há indícios fortes de que uma neocristandade possa ser a meta histórica, ainda que de forma camuflada, de determinados segmentos católicos.
De não menor relevância, para o Brasil e a América Latina, se constitui o 40º aniversário de nascimento da assim chamada Teologia da que também se celebra no ano em curso. Quando o peruano Gustavo Gutierrez lançou o seu famoso livro homônimo, em 1972, a reflexão teológica – não só católica! – começou a debruçar-se, pela primeira vez em séculos, sobre as práticas libertárias e emancipatórias de cristãos e cristãs engajados na defesa dos direitos humanos e civis e na solidariedade com os oprimidos e marginalizados das sociedades latino-americanas, marcadas por gritante desigualdade social. Depois de muita incompreensão e apressadas censuras aos fundamentos e ao método da Teologia da Libertação, pretende-se agora convocar o público interessado para debater a sua originalidade e atualidade na conjuntura hodierna de Igreja e Sociedade no Brasil.
Diante deste cenário, o Movimento de Formação Cristã Libertadora (MFCL) nos convida ao diálogo e pensamento ao promover o simpósio teológico 50 Anos do Concílio Vaticano II e 40 Anos da Teologia da Libertação - O que o Espírito diz às Igrejas?.
O simpósio 50 Anos do Concílio Vaticano II e 40
Anos da Teologia da Libertação - O que o Espírito diz às Igrejas? é uma
promoção do Movimento Formação Cristã Libertadora – que reúne homens e mulheres,
de diversas denominações cristãs, preocupados com a crescente irrelevância do
ensino teológico-catequético na preparação de cristãos para as grandes questões
humanitárias da nossa época. O objetivo maior é mostrar que “outro Cristianismo
é possível”, moderno e esclarecido na sua compreensão das verdades da fé,
sensível e combativo frente ao drama dos empobrecidos e marginalizados na nossa
sociedade, respeitoso e acolhedor no trato com pessoas de outras orientações de
vida.
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