terça-feira, 1 de maio de 2012

Ter uma religião ajuda a reduzir a ansiedade e melhora a imunidade

Espiritualidade implica menor prevalência de depressão, abuso de drogas e suicídio, além de melhor qualidade de vida, maior capacidade de lidar com a doença, menor mortalidade e tempo de internação
Espiritualidade implica menor prevalência de depressão, abuso de drogas e suicídio, além de melhor qualidade de vida, maior capacidade de lidar com a doença, menor mortalidade e tempo de internação


A tradição diz que a fé move montanhas. E, além disso, ajuda a reduzir a ansiedade, segundo estudo publicado recentemente pela revista Psychological Science, dirigido por Michael Inzlicht, psicólogo da Universidade de Toronto, no Canadá.

O especialista aplicou um teste denominado Stroop, que utiliza eletrodos para controlar a cognição e avaliar respostas cerebrais a determinados estímulos num grupo de voluntários. E os resultados mostraram que quanto maior o nível de religiosidade, menor a atividade do córtex cingular anterior, vinculado ao controle inconsciente do perigo e dos problemas. O achado foi batizado de Marcador Neural de Convicções Religiosas.

O médico Mario Peres, pesquisador sênior do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa do Hospital Albert Einstein, afirma que existem muitos estudos epidemiológicos que evidenciam os benefícios da fé, da espiritualidade ou religiosidade para doenças mentais, menor prevalência de depressão, abuso de drogas e suicídio, melhor qualidade de vida, maior capacidade de lidar com a doença, menor mortalidade e tempo de internação, e ainda melhor função imunológica.

“Como os dados recentes para o Brasil indicam que 92,6% da população possui uma religião, falar sobre o sentido do sofrimento, no contexto de um tratamento médico, é um novo paradigma que, se não colabora para a cura do paciente, lhe garante melhora da qualidade de vida”, diz o especialista.

“A medicina integrativa é uma abordagem medica que visa a cura, abordando a pessoa em seu todo, corpo, mente e espírito, enfatizando as relações terapêuticas entre médico e paciente”, explica o médico Paulo de Tarso Lima, coordenador do Setor de medicina Integrativa e Complementar do Programa Integrado de Oncologia do Hospital Israelita Albert Einstein.

“Na prática, há um compromisso de comunicação entre o grupo de terapeutas envolvidos no tratamento, sem perder de vista a ideia de que a saúde do paciente não depende só desses profissionais”. “A meta comum deve ser estimular o autocuidado como valor para a vida, pois curar-se é também a capacidade de transcender a experiência do sofrimento”, conclui Lima.

Fonte: UOL

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