sábado, 12 de maio de 2012

Arquidiocese do Rio de Janeiro terá Observatório da Nova Evangelização


De dia 9 a 11 de maio, o secretário do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização, Dom Octávio Ruiz Arenas, em companhia do Padre José Mauricio Vélez Garcia, da Colômbia, esteve em visita ao Rio de Janeiro, apresentando ao Arcebispo Dom Orani João Tempesta a proposta de instalação de uma unidade do Observatório da Nova Evangelização na Arquidiocese.

A intenção do secretário é instalar o observatório, ainda esse ano, além de no Rio, em Belo Horizonte, Buenos Aires, Santiago do Chile e Medellín.

Como centro de estudo e investigação, o observatório tem o objetivo de identificar as distintas realidades já existentes no campo da Nova Evangelização e fazer conhecer o trabalho desenvolvido em dioceses, paróquias, movimentos apostólicos e comunidades eclesiais. Ao mesmo tempo, a instituição promove investigações teológicas e pastorais com a ajuda de universidades pontifícias.

Em entrevista ao jornal “Testemunho de Fé”, Dom Octávio e Padre José Mauricio explicaram a importância do observatório e falaram sobre a Nova Evangelização e a Jornada Mundial da Juventude.

Testemunho de Fé – Qual o motivo de sua presença na América Latina?

Dom Octávio Ruiz Arenas – O Pontifício Conselho tem o interesse de criar unidades do Observatório da Nova Evangelização em países da América Latina, e, logicamente, necessitamos ter o apoio do Brasil para que possamos dar a conhecer todas as atividades que estão sendo realizadas em torno da Nova Evangelização e, ao mesmo tempo, o desejo de poder encontrar as causas pelas quais se dificulta hoje a transmissão da nossa fé.

TF – Por que o Rio de Janeiro?

Dom Octávio – Escolhemos aqui no Brasil duas sedes para instalar o observatório: Rio de Janeiro e Belo Horizonte. O Rio pelo que representa para a Igreja da América Latina, recordando que a cidade acolheu em 1955 a primeira Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano. No Brasil, o Rio de Janeiro representa uma Igreja viva e que está desejosa de trabalhar no campo da Nova Evangelização.

TF – Qual o desejo do Papa ao criar o Pontifício Conselho para a Nova Evangelização?

Dom Octávio – O Santo Padre tem uma grande preocupação com o tema porque muitas comunidades cristãs de antiga tradição começaram a viver uma situação de distanciamento da fé, de viver como se Deus não existisse, e muitas outras pessoas estão tratando de saciar sua sede de Deus, buscando-a em outras comunidades religiosas, em outros grupos. Por isso, é necessário que nós, como católicos, voltemos a dar esse novo impulso missionário, demonstrar com alegria a presença de Cristo em nosso coração e a comunicarmos aos outros. Por isso, como dizia o Papa João Paulo II, é necessário anunciar o Evangelho com novo ardor, com novos métodos, com novas expressões, tratando de chegar às pessoas mais distantes e de responder com o Evangelho às situações de sofrimento, de injustiça, de desigualdade que existe em nosso continente.

TF – O Documento de Aparecida já é uma resposta ao desejo do Santo Padre?

Dom Octávio – Sem dúvida alguma. O Documento de Aparecida, não só para a América Latina, mas também para todo o mundo, representa o desejo profundo dos bispos de responder à Nova Evangelização e de encontrarmos os parâmetros fundamentais do que ela deve ser: de buscar um encontro pessoal com Jesus Cristo, de voltar a retomar a Palavra de Deus como o centro de nossa formação cristã, para conhecer o que o Senhor quer de nós, de voltar a dar vida à Eucaristia, formar pequenas comunidades e fazer todo o possível para que os leigos, neste momento, possam cumprir com grande responsabilidade sua participação na Igreja como discípulos e missionários do Senhor.

TF – Como a Jornada Mundial da Juventude, que a Igreja do Rio está organizando, pode contribuir com a Nova Evangelização?

Dom Octávio – Sem dúvida alguma a Jornada Mundial da Juventude representa para toda a Igreja uma ocasião propícia para poder evangelizar os jovens. Sabemos que nossa juventude está sedenta de Deus, mas muitas vezes não encontra os caminhos. O encontro no Rio de Janeiro, de dois ou três milhões de jovens que vêm para essa cidade com o único objetivo que é o de dar testemunho de sua fé, deve animar a todos os jovens não só do Brasil, mas também de toda a América Latina, para que possamos cumprir esta tarefa de ser um exemplo de fé, de amor a Jesus Cristo para tantos outros jovens que buscam caminhos equivocados para satisfazer suas necessidades. Esperamos que esta Jornada Mundial da Juventude seja para todos os jovens uma ocasião de sentir a alegria de sua fé e de seu amor a Jesus Cristo.

TF – Qual deve ser o legado dos jovens para uma Nova Evangelização?

Dom Octávio – A JMJ envolve todos os dicastérios da Cúria Romana, que devem trabalhar em torno do evento, devido a sua importância para a Nova Evangelização. É uma ocasião para que se conheça a atual situação em que se vive na América Latina. Não podemos separar a evangelização da verdadeira promoção humana, da dignidade das pessoas, de fazer ver que se somos cristãos e temos que ser irmãos que compartilham os bens, que temos uma grande generosidade e que esta dimensão de amor e de caridade tem que estar presente como um elemento fundamental da Nova Evangelização.


Renato Francisco

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