terça-feira, 27 de março de 2012

Construindo o 13º Intereclesial das CEBs - 1ª Reflexão da Coordenação Nacional

2012 terá a dinamica como o ano do aprofundamento, nesta proposta o Coordenador Nacional para o 13° Intereclesial Pe. Vileci Basílio Vidal proponhe uma sequência de textos para dinamizar as reflexões sobre o tema do Intereclesial.



Nesta expectativa é apresentado o primeiro artigo.

ECLESIOLOGIA DAS CEBs

INTRODUÇÃO

O Documento de Aparecida nos apresenta um problema de eclesiologia em relação às CEBs, ao reunir todas as experiências comunitárias na Igreja e agrupá-las chamando-as por um único nome: “pequenas comunidades”. Afirma o documento de Aparecida: “Como resposta às exigências da evangelização, junto com as comunidades eclesiais de base, existem outras formas válidas de pequenas comunidades, inclusive redes de comunidades, de movimentos, grupos de vida, de oração e de reflexão da Palavra de Deus” (DAp, n. 180).

Também o número 178, do mesmo documento, equipara as CEBs às “pequenas comunidades” ao dizer que “as pequenas comunidades, sobretudo as comunidades eclesiais de base, permitiram ao povo chegar a um conhecimento maior da Palavra de Deus, ao compromisso social em nome do Evangelho, ao surgimento de novos serviços leigos e à educação da fé dos adultos”.

Esta forma de entendimento cria um problema eclesiológico porque os “grupos eclesiais” se compreendem como “pequena comunidade” eclesial que substitui a comunidade de base, deixando de ser grupos de serviços ministeriais das CEBs: pastorais sociais, círculos bíblicos, grupos de oração e de movimento religioso. Isto tem gerado uma crise de identidade na caminhada de uma Igreja ministerial e missionária.

Não se pode confundir CEBs com “grupos eclesiais” que são as tais “pequenas comunidades” (terço dos homens, círculos bíblicos, grupo de oração, pastorais específicas e movimentos); pois, na comunidade eclesial se experimenta a socialibilidade básica das relações fundadas na reciprocidade e na gratuidade, onde a vizinhança territorial é importante para a vida cotidiana em áreas rurais ou bairros de periferia e favelas (Cf. CNBB, doc. 92, p. 13).

Enquanto a comunidade é permanente, o grupo é transitório; a comunidade pode compor-se de grupos e o grupo não é comunidade porque não possui o nível eclesial e eucarístico, mas apenas o carisma para o serviço específico e especializado. Todo batizado deve pertencer a uma CEB, pois, os membros de diferentes “grupos eclesiais” não representam a Igreja, mas um ministério a serviço da missão da Igreja e que se concretiza em uma comunidade de fé (cf. MARINS: 45-46).

Pe. Vileci Basílio Vidal

Coord. 13º Intereclesial

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