Quando fala de "erosão" na América Latina, o cardeal Marc Ouellet refere-se ao desprestígio crescente dos valores tradicionais da Igreja no continente. Marcada pela Teologia da Libertação, que nasceu na Conferência do Episcopado Latino-americano de Medellín, Colômbia, em 1968, a Igreja Católica viveu intensas divergências internas, entre uma ala conservadora majoritária e os defensores da Opção Preferencial pelos Pobres, de tendência alegadamente marxista.
O Vaticano preocupa-se igualmente com a onda crescente de secularização e com a rejeição de princípios da Igreja por grande número de católicos. Esse grupo, que inclui teólogos e até alguns bispos, defende o fim do celibato, pede a ordenação sacerdotal de homens casados e de mulheres, aceita o uso de contraceptivos para controle de natalidade e reivindica a readmissão na vida comunitária dos divorciados e recasados.
Apesar da crise, que tem levado milhões de fiéis a buscar outras religiões, em especial as igrejas evangélicas, o número de padres aumentou em 2011 em comparação com os anos anteriores. Cresceu também a presença de movimentos leigos de evangelização, sobretudo no Brasil
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