Chega a ser incompreensível. Por mais que você procure uma explicação, torna-se quase impossível encontrar a resposta. Afinal, por que algumas pessoas conseguem ser tão sedutoras ao falar?
Bem, dizem que a beleza física de quem conversa ou fala em público é fundamental para ser aceito e admirado pelos ouvintes. Quem sabe essa não seja uma boa explicação, pois dizem os mais afortunados pela natureza que o velho ditado "beleza não põe mesa" é desculpa de gente feia.
Sei, não. Há tantos que passam longe do perfil de Adônis e empolgam quem está à sua volta. Portanto, vamos riscar da relação esse aspecto estético porque a história está repleta de gente sem esse predicado que fez e faz sucesso com a comunicação.
Se possuir aparência de galã ou de modelo de passarela não influencia muito para ser vitorioso na comunicação, talvez a explicação para o sucesso de alguns oradores esteja no profundo conhecimento que possuem sobre o tema da sua apresentação.
Ah, agora sim apareceu um motivo relevante. É sabido que ter domínio sobre o assunto é um dos requisitos fundamentais para conquistar as pessoas e persuadi-las a agir de acordo com a proposta do orador.
Entretanto, será que dá para simplificar a explicação toda com apenas esta resposta? Por mais que detestemos reconhecer, gente que convive conosco na vida corporativa, dotada apenas de um leve verniz sobre o que fala, está o tempo todo recebendo cumprimentos daqueles que dirigem a organização.
Inveja, inveja, inveja, poderiam dizer alguns. Contudo, não tem inveja nenhuma nessa história, só estamos aqui constatando fatos que estão a nossa volta. Vamos continuar procurando os motivos do sucesso desses comunicadores.
Deve ser a voz. Só pode ser a voz. Um homem ou uma mulher com voz melodiosa, bem timbrada, sonora está a um tiquinho de tocar o coração dos ouvintes. Afinal, quando falam mais parece que estão entoando uma bonita canção.
Se for verdade, como explicar que alguns oradores conquistaram, conquistam e continuarão conquistando multidões falando com uma voz que está a anos-luz de Plácido Domingo? Quer exemplo? Há aos borbotões.
Deixe de lado a simpatia ou antipatia que possa nutrir com relação a alguns políticos e pense nos milhões de votos conquistados por Jânio Quadros, que possuía voz roufenha, e do Lula, que fala com voz arrastada, bombardeada madrugada após madrugada ao gritar nas portas das fábricas em São Bernardo.
Você já deve ter deduzido que a boa comunicação não é constituída apenas de um ingrediente, mas sim da conjugação de uma série de fatores que ajudam a envolver e conquistar as pessoas.
Infelizmente não é possível vestir o manto de Merlin, juntar num caldeirão fumegante umas penas de pavão (eu me recuso a acreditar que o velho mago com aquela cara de vovô bonzinho usasse unhas de urubu) e num passe de mágica nos transformar num orador perfeito como foi, por exemplo, Joaquim Nabuco.
Para desenvolver uma excelente comunicação, além de alguns desses fatores que acabamos de analisar, é preciso considerar vários outros que se associam e se complementam entre si. E para estabelecer essa conjugação você vai precisar de muita dedicação, empenho e determinação.
A boa notícia é que todos, sem exceção, independentemente do nível de comunicação que possuem hoje, e do tipo de dificuldade que encontram para se expressar diante das pessoas, poderão falar bem se estiverem dispostos a perseguir esse objetivo.
Sua voz não precisa ser bonita, mas deve ter personalidade, para que passe credibilidade. Use um volume apropriado ao ambiente, para que todos possam ouvi-lo sem dificuldade. Imprima um ritmo agradável, alternando a velocidade da fala e o volume da voz.
Ao falar em pé ou sentado, tenha uma postura correta, elegante, sem afetação. Gesticule na medida certa, sem excesso e sem falta de gestos. O semblante deve ser expressivo, para complementar a mensagem e demonstrar coerência com o sentido das palavras.
Desenvolva um vocabulário amplo que permita vestir suas idéias com facilidade. Evite usar expressões vulgares e elimine os vícios que truncam o pensamento, como os conhecidos "né?", "tá?", "ok?".
Escolha um tema sobre o qual tenha domínio e que desperte o interesse dos ouvintes. Leve em conta a expectativa das pessoas e as características do grupo. Avalie especialmente o nível cultural, quanto os ouvintes sabem sobre o assunto e a faixa etária predominante.
Ordene a exposição com início preparação, desenvolvimento e conclusão. Na introdução conquiste a platéia, na preparação explique o que vai apresentar, no desenvolvimento transmita a mensagem e na conclusão peça a reflexão ou ação dos ouvintes. E seja simpático.
Se você se apresentar com simpatia, sua imagem será positiva para os ouvintes. Às vezes, as pessoas até se esquecem da mensagem, mas nunca se esquecem da simpatia do orador. Se você souber aproveitar todos esses aspectos de maneira harmoniosa e equilibrada estará no caminho certo para ser bem-sucedido.
Alexandre Barreto
Fonte: Padre e Irmãos Paulinos
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