O brasileiro está mais endividado em 2011 do que em 2010. De janeiro a maio, mais de 6 em cada 10 famílias (64% do total) tinham contas atrasadas, de acordo com uma pesquisa da Fecomercio (Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo) divulgada nesta terça-feira (21). Nos primeiros cinco meses do ano passado, a inadimplência atingia 61% dos consumidores.
A entidade estima que mais de 8,86 milhões de pessoas estejam devendo alguma coisa na praça. Entre janeiro e maio de 2010, esse número estava em 8,4 milhões. Isso significa que ao menos 400 mil famílias passaram a atrasar o carnê, a fatura do cartão ou entraram no cheque especial.
O estudo analisou os gastos dos consumidores em todas as 27 capitais do país. A situação mais grave é a de Curitiba (PR), onde praticamente 9 em cada 10 famílias (88% do total) tinham dado calote em alguma conta. No começo do ano passado, essa porcentagem estava em 64%.
A porcentagem de pessoas inadimplentes é bastante parecida com a vista em Florianópolis (SC) e Aracaju (SE), com 86% cada. Má notícia para os florianopolitanos, que estavam com 66% um ano atrás; boa notícia para os aracajuenses, que tinham 92% de devedores na mesma época.
O total de caloteiros também aumentou em Maceió (AL), de 75% para 83%, e em São Luis (MA), de 68% para 82%.
Metade da população de São Paulo tem dívidas, segundo a pesquisa. A cidade é a que tem a menor porcentagem de caloteiros (50%). Em maio de 2010, esse número estava em 45%. Apesar disso, em número de pessoas, ela lidera: é quase 1,8 milhão de inadimplentes só na capital paulista.
Segundo a assessoria técnica da Fecomercio, o endividamento tem um vilão: o aumento das taxas de juros desde o começo do ano passado. Em março, a taxa básica Selic – que determina todas as outras taxas do mercado – estava no menor patamar da história (8,75% ao ano), mas desde então não parou de subir e agora está em 12% ao ano.
- A taxa de juros do Brasil, a maior do mundo, consumiu R$ 129,3 bilhões em 2010 e, até abril de 2011, outros R$ 55,1 bilhões. Esse valor poderia ter sido utilizado para movimentar a economia, ampliando o consumo, gerando poupança ou sendo aplicado em investimentos.
A federação diz que a população consumiu mais nos últimos anos graças à melhora no mercado de trabalho, ao crescimento da grana disponível para financiamentos e empréstimos e ao aumento dos salários dos trabalhadores, “principalmente nas classes de menor poder aquisitivo”.
Dívidas mais caras
Quando o assunto é valor da dívida, os paulistanos pagam os preços mais caros. Somados, eles devem mais de R$ 2,83 bilhões. Em seguida estão as famílias do Rio de Janeiro (R$ 2,32 bilhões), de Belo Horizonte (R$ 1,02 bilhão), de Curitiba (R$ 820 mi) e de Salvador (R$ 770 mi).
As cinco capitais onde o total é inferior a isso são Porto Velho (R$ 700 mi), Macapá (R$ 700 mi), Rio Branco (R$ 50 mi), Palmas (R$ 300 mi) e Boa Vista (R$ 20 mi).
Na média mensal, quem paga mais é o consumidor de Porto Alegre (R$ 2.145), seguido pelo de Vitória (R$ 2.061), Belo Horizonte (R$ 1.927), Florianópolis (R$ 1.857) e Rio de Janeiro (R$ 1.848).
Fonte: EconomiaBaiana
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