segunda-feira, 21 de novembro de 2011

6 em cada 10 brasileiros possuem alguma dívida


A classe média brasileira vem em um crescimento acelerado e continuo, o que significa que há uma quantidade maior de pessoas ganhando mais e, supostamente, interessada em poupar – e talvez investir. Mas a grande camada dessa classe denominada como média é de origem humilde e carece de educação financeira. Segundo pesquisas recentes, 6 em cada 10 brasileiros possuem alguma dívida. Compromisso esse que, em termos financeiros, varia entre R$ 500,00 e R$ 5.000,00.

Para uma pessoa bem informada, esses números não são tão representativos ou perigosos – uma dívida de R$1.000,00 parece fácil de ser quitada. Porém, para a grande maioria, quitar essa dívida pode ser razão de grandes dificuldades. No caso delas, o problema está no aspecto pessoal e nas expectativas; quanto mais se ganha, mais se gasta.

O intuito desse texto é alertar aos descuidados sobre o tema e tentar abordar a questão das finanças pessoais com alguma praticidade. Como, então, enxergar melhor o que fazemos com nosso próprio dinheiro e ter algum controle sobre ele? Planejamento financeiro, afinal, é mesmo uma possibilidade?

Você com o controle de suas contas
A regra de ouro das finanças pessoais, que deve ser respeitada sempre, diz que o que importa mesmo não é o quanto se ganha e sim o montante que se gasta. Comece refletindo sobre seu mês: se não lhe “sobrou” pelo menos 10% de suas receitas, algo está errado e deve ser revisado. O parágrafo é “batido”, com razão: somos os únicos responsáveis pelas nossas dívidas ou investimentos; trata-se de uma decisão de cada um.

Sobre o planejamento financeiro, ou orçamento familiar, sempre sugiro começar anotando todos as gastos (despesas) e as entradas de dinheiro (receitas). Anote tudo e mapeie (categorize) suas despesas; só assim você saberá “para onde” está indo seu dinheiro.

Faça contato visual com sua realidade financeira
Se você gosta de organização, assinale com uma cor diferente as despesas fixas (suas necessidades, como alimentação, luz, moradia, água etc.) e as receitas. Então marque com uma terceira cor as despesas variáveis (farmácia, roupa, presentes etc.) e preocupe-se mais com este grupo (ao menos no começo): aqui aparecem gastos sem classificação, algo tipo "Outros" e "Diversos" e que você pode, com certeza, trabalhar e rever.

O orçamento ficará “colorido”, mas fácil de entender. E assim você passa a se controlar e, de forma rápida e visual, passa a identificar os pontos de atenção. Em alguns casos, existe ainda a necessidade de uma quarta cor a ser assinalada, que representará as despesas não consideradas como prioridades. Alguns exemplos: academia, aula de pintura, TV a cabo etc. Reflita sobre outros gastos que possam se enquadrar aqui. Cogite incluir a fatura do segundo ou terceiro celular, por exemplo, e reveja se ele é mesmo necessário.

Aproveite os dados para comparar e extrair informações relevantes
A partir daí, analise com atenção tudo que está acontecendo em sua vida financeira, compare os meses anteriores, veja onde houve aumento das despesas e onde elas caíram. Sempre existirão pontos de melhoria, portanto tente eliminar itens com o objetivo de gastar menos dinheiro do que você e sua família podem arrecadar e, ao mesmo tempo, revejam se há algo a ser feito para também aumentar as receitas.

Ao longo de poucos meses, você notará que haverá “dinheiro sobrando”, hora em que é importante colocar em prática o hábito de poupar.

E agora? Que tal prever e olhar para frente?
Eu possuo um arquivo de cinco anos de meu orçamento financeiro. Com esse histórico, obtive dados suficientes para criar uma segunda planilha, que é a minha planilha de previsão. A ideia é mexer com os números de forma a avaliar quando será possível poupar mais, que meses normalmente requerem mais atenção e quais os momentos em que será necessário aumentar os ganhos.

Entender sua situação financeira passada e usá-la como base para os meses por vir cria o fluxo de caixa projetado de sua família, o que facilita bastante o processo de tomada de decisões econômicas:

  • Troque a pergunta vaga "Qual a melhor hora para viajar?" por uma visão mais prática: quando poderemos viajar?
  • Onde se concentram as despesas mais caras? Quais são as despesas variáveis mais perigosas? A informação pode gerar um retorno claro: há algo que se possa renegociar para tentar aproveitar alguma promoção ou satisfazer algum objetivo?
  • Veja se não será possível investir mais, durante alguns meses, e então usar a reserva para saldar compromissos pontuais (época de Festas, virada de ano etc.).
  • Que impacto uma mudança de operadora de celular ou de TV a cabo teria em seu fluxo de caixa? E uma mudança no plano de saúde ou de previdência privada?
Fonte: Dinheirama

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