segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Dia do Catequista - A vocação da(o) leiga(o)

Os leigos e leigas das pastorais e demais serviços eclesiais vivem sua vida cristã de forma comunitária numa paróquia ou comunidade bem como assumindo assessorias e militâncias nas atividades sociais e eclesiais.

Celebrar o dia do leigo, do catequista é reconhecer esta partilha de dons importantíssimos na caminhada ministerial da Igreja.

A ação evangelizadora da Igreja sempre contou com a participação dos fiéis leigos. É por isso que ela se caracteriza, cada vez mais, como Igreja Ministerial e Participativa. Os/as Leigos/as são pessoas cristãs que têm uma vida normal de estudo, trabalho, vida familiar, social… mas sentem o chamado de Deus e buscam maior comprometimento na Igreja. Todos os batizados são co-responsáveis na evangelização da sociedade, mas a esses e essas que buscaram formação, aceitaram e cultivaram o amadurecimento cristão pelo seguimento de Jesus, possuem a tarefa desafiadora de animar a vida da comunidade e a motivá-la para fazer acontecer a transformação da sociedade.

Em nossos tempos, a vida social clama por um novo jeito de consumir e reutilizar, principalmente, a água, novas alternativas de sustentabilidade e atuar em parcerias, pois, “outro mundo é possível se a gente quiser”. O papa João Paulo II – após Sínodo de 1987 disse: “Nestes tempos mais recentes, o fenômeno da agregação dos leigos entre si assumiu formas de particular variedade, a de participar responsavelmente da missão da Igreja de levar o Evangelho de Cristo, qual fonte de esperança para as pessoas e de renovação para a sociedade”. As atividades específicas, mesmo que um tanto complexas, apontadas no sínodo, trata-se da atuação do laicato no campo da política, da promoção dos direitos humanos, da solidariedade com pobres excluídos e sofredores.

A Igreja é comunhão e para que aumente a comunhão é necessário que tenha na Igreja, cristãos conscientes e co-responsáveis. A autonomia dos leigos na Igreja vai sendo construída num processo de luta, liberdade e responsabilidade. A caminhada se amplia e alguns leigos se tornam missionários, mas, o que diferencia o missionário leigo de um agente de pastoral, de um animador de comunidade?

A diferença está nisso: enquanto o animador atua na sua comunidade, o missionário leigo age fora de sua comunidade e é enviado por ela para testemunhar a Boa Nova aos que, geralmente, não tem quem celebre a Palavra, ofereça-lhes formação, forme comunidades e ajude a incentivar as lideranças locais ou até mesmo lugares onde há pessoas que nem professam a mesma religião.

Fruto de uma comunidade, o missionário leigo surge no cotidiano e tem como base a própria realidade, globalizada e fragilizada pela crise dos valores, aumento das pessoas excluídas, crises políticas e econômicas, concentração das riquezas, pela desvalorização da vida humana e do planeta. Consequente a referência de modernidade pela revolução tecnológica, com ela, nada mais está privado, nem endereços, nem os números, nem a religião. Tudo está conectado na grande rede que gera uma multidão de informados e solitários.

FORMAÇÃO – O sim missionário é fruto de uma opção pessoal, no entanto, sua realização depende de um processo de amadurecimento da missão, baseado na pedagogia de Jesus Cristo.

VOCAÇÃO: é Deus quem chama. É ele quem toma a iniciativa. Se não houver este chamado, dificilmente o leigo missionário resistirá numa missão desafiadora.

FORMAÇÃO: É Jesus quem forma e fortalece, ensina e caminha junto. A figura do Bom Pastor é o modelo para todo missionário. O missionário leigo é um cristão que amadurece na oração, no estudo e na vida comunitária.

MISSÃO: É Ele quem envia: “Ide”. O envio, realizado pela Igreja, lhe dá a certeza e a segurança de estar nele e com Ele.
Este caminho não é livre de dificuldades, pelo contrário, o leigo é desafiado a responder, com palavras ou ações concretas, aos questionamentos vindos de sua própria família, comunidades cristãs e da sociedade capitalista. “Vamos à outra margem” (Mc 4,35) é forte convite para ir onde não está meu mundo, minha cultura e minha família. Outro desafio diz respeito ao processo de formação e acompanhamento na pré-missão, na missão e na pós-missão.
Um caminho está sendo realizado pela Igreja para que os leigos, aqui e no além-fronteiras, possam explicitar sua vocação específica. “Ninguém ama mais do que aquele que dá a vida pelos irmãos”.

Irmã Lucelene Maria Vasconcelo

Irmã Catequista Franciscana, formada em letras-espanhol e professora nas Escolas Dom Vunibaldo e Sagrado Coração de Jesus

Fonte: A Tribuna – Mato Grosso

Nenhum comentário: