sábado, 20 de agosto de 2011

Cães conseguem farejar câncer de pulmão

O câncer de pulmão é geralmente ligado ao tabagismo

Cientistas alemães trabalhando com cães farejadores concluíram que esses animais conseguem detectar com precisão caso de câncer de pulmão apenas pelo hálito do paciente.

No trabalho feito por pesquisadores do Hospital Schillerhoehe, a taxa de acerto dos cães foi de 71 por cento, sugerindo que uma técnica similar poderá ser usada no futuro na detecção precoce da doença.

– No hálito dos pacientes com câncer de pulmão há provavelmente diferentes substâncias químicas em relação a amostras do hálito normal, e o apurado olfato dos cães é capaz de detectar essa diferença em um estágio inicial da doença –, disse Thorsten Walles, que coordenou o estudo publicado no European Respiratory Journal.

O câncer de pulmão, geralmente ligado ao tabagismo, é a segunda forma de câncer mais comum em homens e mulheres na Europa, e causa mais de 340 mil mortes por ano. É também a mais comum causa de morte por câncer no mundo todo.

A doença é notoriamente difícil de detectar em seus estágios iniciais, e os cientistas vêm trabalhando em exames de hálito para possíveis programas de diagnósticos no futuro. O método do farejamento depende da identificação dos chamados compostos orgânicos voláteis (COV), vinculados à presença do câncer.

Os pesquisadores explicaram que muitas técnicas diferentes de análise do hálito já foram tentadas, mas que é difícil desenvolvê-las para o uso clínico, porque os pacientes não podem fumar nem comer antes do exame, a análise das amostras pode demorar muito, e há um elevado risco de interferência. Por isso, nunca foram identificados COVs específicos do câncer de pulmão.

No estudo alemão, os pesquisadores trabalharam com cães especialmente treinados e 220 voluntários, inclusive alguns pacientes de câncer de pulmão, alguns pacientes com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e alguns voluntários sem problemas pulmonares.

Os cães identificaram 71 amostras com câncer de pulmão, de um total de 100, e 372 amostras sem a doença, num total de 400. A presença da DPOC ou do tabagismo não interferia no resultado.

Walles disse que o resultado confirma a existência de um “marcador” confiável e estável no hálito de quem tem câncer de pulmão, mas que ainda há muito trabalho pela frente até identificá-lo.

– Este é um grande passo à frente, mas ainda precisamos identificar com precisão os compostos observados no hálito exalado pelos pacientes. É lamentável que os cães não possam comunicar a bioquímica do cheiro do câncer.

Fonte: Correio do Brasil

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