domingo, 19 de junho de 2011

Documentos sobre a tortura no regime militar são repatriados

A Procuradoria Regional da República da 3ª Região sediou, na última terça-feira, 14 de junho, ato público que marcou a repatriação de documentos do acervo Brasil: Nunca Mais.

Os documentos foram coletados clandestinamente na década de 80, no período do regime militar, que pudessem evidenciar violações dos direitos humanos.

O material foi mantido no exterior pelo Conselho Mundial de Igrejas (CMI) e pelo Center for Research Libraries (CRL).
No período da ditadura, havia preocupação com a apreensão do material por parte dos repressores no poder. A alternativa encontrada foi microfilmar as páginas e remeter os filmes ao exterior. As cópias dos processos foram remetidas de Brasília para São Paulo durante seis anos, em sigilo, o que resultou em um material com 707 processos, um milhão de cópias de documentos e 543 rolos de microfilmes.
“Sem dúvida, hoje é um dia histórico. Documentos que atestam fatos e realidades tristes, mas ao mesmo tempo, de suma importância, acontecidos na recente história de nosso de nosso país, estão sendo encaminhados para serem amplamente acessados e conhecidos pelas novas gerações e por todos que os desconheciam, mesmo tendo vivido, no período em que tais fatos se efetuaram”, disse o presidente do CONIC, Dom Manoel João Francisco.
Ainda na opinião de Dom Manoel João Francisco, a questão da tortura e da defesa dos Direitos Humanos é muito complexa, pois passa pela educação. “A violência está arraigada em nossa cultura. A campanha e o plebiscito sobre a proibição de venda de armas e munições foi exemplo claro. Ganhou o NÃO, como se o uso de armas fosse a melhor forma de se proteger contra a violência”, completou.

Fonte: CONIC

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