Articulação de Mulheres Brasileiras realiza encontro nacional em Brasília
Cerca de 600 mulheres de 23 estados brasileiros se encontrarão, a partir de hoje (30), no II Encontro Nacional de Mulheres Brasileiras (ENAMB 2011). O evento, realizado pela Articulação de Mulheres Brasileiras (AMB), acontecerá até o dia 2 de abril no Centro Comunitário da Universidade de Brasília (UnB).
De acordo com Sílvia Camurça, da coordenação nacional da AMB, o objetivo deste e de outros encontros da Articulação é "promover um espaço de acolhimento das novas militâncias da AMB", além de contribuir com propostas para as ações e os debates feministas dentro do movimento.
O Encontro, convocado em 2010, assume uma importância ainda maior no atual cenário político brasileiro, quando, pela primeira vez, o país tem uma mulher na presidência. Para Sílvia, o Governo da presidenta Dilma Rousseff "exige um reposicionamento feminista".
Isso porque, na opinião dela, a emancipação feminina passa a ser foco de disputa não só na política, como também nos meios de comunicação e em outros espaços. "É desafiador [para o movimento] essa disputa simbólica sobre como a mulher pode ou não se comportar, até onde ela pode chegar", comenta.
Outros pontos que deverão exigir atenção do movimento feminista no Governo Dilma, segundo Sílvia, são o modelo desenvolvimentista adotado pela presidenta - considerado pela feminista como um problema no atual contexto de crise ambiental - e as políticas para as mulheres. "[A expectativa é que as] políticas para as mulheres ganhem realce nesse Governo, principalmente pelo destaque na erradicação da pobreza. E sabemos que a pobreza é maior entre as mulheres", observa.
Programação
Durante os quatros dias, as feministas discutirão sobre questões como: "Expressões do Feminismo da AMB", "Atuação da AMB frente ao novo governo no contexto de crise global", "30 anos de feminismo transformando o mundo" e "Questões político-organizativas da AMB".
Segundo Sílvia Camurça, as atividades começarão na tarde de amanhã, com três atos de lançamento na capital federal. "Realizaremos atos públicos no Congresso Nacional, para ocupar o espaço político; na rua, para estabelecer diálogo com a sociedade; e no alojamento, entre as delegações", revela.
Na quinta-feira (31), as participantes debaterão sobre a linha de atuação da presidenta Dilma Rousseff no contexto de crise ambiental e social. No dia seguinte (1°), será feito um balanço das lutas da Articulação com destaque para os avanços e os desafios encontrados nas três principais linhas de luta da AMB: a antirracista, a anticapitalista e a antipatriarcalista.
O encerramento acontecerá no sábado (2), com trabalhos em grupos sobre questões político-organizativas da AMB, como alianças, ações e atuações. Segundo Silvia, as propostas serão organizadas e levadas ao Comitê Político da AMB.
Karol AssunçãoFonte: ADITAL
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