A vasta experiência de Ione Buyst na área da Liturgia vem enriquecendo o jeito celebrativo de muitas comunidades, no Brasil. Se o Concílio Vaticano II instigou a Igreja a abrir-se a um novo modo de se comunicar com o Transcendente, as Conferências Episcopais Latino-americanas têm desejado que tais ações rituais sejam adaptadas ao estilo de cada Igreja particular. Há 47 anos, no dia 4 de dezembro de 1963, foi promulgado o primeiro documento do Concílio, a Constituição Sacrosanctum Concilium, contendo as novas orientações litúrgicas. Como atingir esse desejo de celebrações com rosto próprio, dos povos? Como o Itepa pode contribuir nessa tarefa litúrgica de possibilitar o encontro com o Pai, para que todos sejam um até, um dia, a felicidade plena?
Neste breve artigo, que chega até você através dos jornais diocesanos e/ou através do site do Itepa, partilhamos a caminhada ainda iniciante do grupo de pesquisa no Itepa, acerca da Liturgia. Elegemos como objeto de estudo a questão da metodologia da formação litúrgica. A própria autora citada possui várias publicações, especialmente nos últimos 20 anos, onde relata experiências e propõe formas para avançar com eficácia na arte de celebrar a vida e a fé de pessoas e comunidades.
A primeira consideração a se fazer é que já não é possível celebrar igualmente numa comunidade do Brasil ou de Moçambique, numa casa de formação religiosa ou comunidade de base ou igreja de centro. Para cada realidade, as pessoas que preparam as celebrações haverão de criar ações bastante próprias. Sem se opor ao jeito próprio de os católicos celebrarem, pela inspiração do Espírito Santo e utilizando-se de sua criatividade, poderão ajudar suas comunidades a viverem momentos de intensa comunicação e relação filial com o Criador. Mas, a partir de que critérios uma equipe de liturgia poderá inovar suas celebrações?
As reflexões, que muitos liturgistas do Brasil têm realizado, incentivam a atuação da Pastoral Litúrgica em todas as comunidades. É uma tarefa para além da preparação de celebrações. Compreender-se "pastoral" significa possibilitar a ação-reflexão; significa criar espaços de conversa onde a observação de cada membro e a iluminação das Sagradas Escrituras, da Tradição e as orientações do Magistério possibilitam traçar caminhos para nossas celebrações comunitárias. Elemento importantíssimo, aqui, será aquilo que se tem denominado "observação participante". Significa que as próprias pessoas pesquisadas podem relatar as suas experiências: o próprio pesquisador-liturgo é objeto de investigação. A observação participante permite aproximar teoria e prática de forma fecunda e indispensável para pensar a prática dessa pastoral eclesial.
No Itepa, se desenvolve um método que se identifica com a metodologia da observação participante. Aliás, ambas estão inseridas no dinamismo da Teologia da Libertação que privilegia a realidade local como ponto de partida para o fazer teológico. Ver o contexto, iluminá-lo e visualizar pistas para novas ações é o (sempre novo) método há anos assumido pela Igreja do Brasil.
Você tem cuidado para que a ação do Espírito possa agir na comunidade nos momentos de celebração? A equipe de liturgia se esforça para perceber as ações necessárias para uma eficaz comunicação entre o Criador e as criaturas, acontecendo, especialmente, nas ações celebrativas?
Grupo de Pesquisa em Liturgia
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