O Vaticano admite diante de cientistas que buscar vida extraterrestre "tem sentido".
A reportagem é de José Manuel Vidal, publicada no sítio Religión Digital, 10-11-2009.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Alguma coisa começa a mudar no seio da Igreja com relação à possibilidade de que existam criaturas vivas em outros planetas. O diretor da Specola Vaticana – o Observatório Vaticano, uma instituição de pesquisa astronômica dependente do Papa –, o jesuíta José Funes, admitiu que tem "sentido" buscar formas de vida fora da Terra, "mesmo que neste momento não existam provas". Não é a primeira vez que ele se manifestou dessa forma, mas é sim uma novidade o fato de ter feito isso rodeado de cientistas... em sua própria casa.
Funes se expressou com essas palavras após participar da primeira conferência sobre astrobiologia celebrada na Academia Pontifícia das Ciências, do Vaticano. A reunião, em si mesmo um marco por significar um posicionamento mais amável e colaborativo com a ciência neste campo por parte da Cúria romana, contou com a participação de eminentes cientistas – alguns deles ateus – e líderes religiosos de todo o mundo.
Entre os astrônomos que participaram das jornadas encontra-se o norte-americano Chris Impey. O cientista disse aos religiosos que "é plausível" que haja "centenas de milhões de lugares habitáveis" na Via Láctea, que é só uma dos bilhões de galáxias do universo. O que Deus tem a ver com a criação de tudo isso já é uma questão que compete à Igreja.
Questão de anos
Impey acrescentou que, mesmo que com os meios atuais só se pode afirmar que há vida em um planeta, "o nosso", ele está convencido de que "só poucos anos nos separam das primeiras descobertas".
Nessa linha, a astrônoma francesa Athena Coustenis afirmou que o satélite Europa, no sistema de Júpiter, contém grandes quantidades de água líquida sob sua superfície, e, dentro desse oceano, pode haver vida. Coustenis indicou que, no sistema de Saturno, existem dois satélites de particular interesse para os astrobiólogos: Titã e Encélado.
Titã, destacou, oferece características similares à Terra, já que tem uma densa atmosfera de nitrogênio com 2% de metano, e este se comporta da mesma forma que a água na Terra. Também tem ciclos climáticos e meteorológicos semelhantes aos da Terra, e sua morfologia apresenta lagos, mares, vales amplos, dunas e montanhas.
Encélado, por sua parte, é uma pequena lua e expulsa grandes quantidades de água e de substâncias orgânicas no espaço dos penachos situados no polo sul. Coustenis não descarta que ali existam as condições adequadas para alguns organismos vivos.
Com todos esses argumentos, a Igreja terá que fazer a sua interpretação.
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Interpretado esta: O "céu" não tem limites...
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