De 23 a 24 de fevereiro de 2013 nos encontramos na Chácara Santo Inácio, na cidade de Feira de Santana, 48 delegados e delegadas que representam 21 dioceses e arquidioceses de nosso Regional Nordeste 3.
Depois da acolhida e a oração
inicial, Luis Miguel Modino, fez uma análise de conjuntura partindo da ideia de
como ser Igreja de CEB's nos dias atuais a partir do que o 12º
Intereclesial nos disse. O elo condutor foi o proverbio africano: “Gente
simples, fazendo coisas pequenas, em lugares pouco importantes, consegue
mudanças extraordinárias”, que Dom Moacyr Grecchi, usou na celebração
de abertura do 12º Intereclesial para definir as CEB's. A partir
daqui foi analisada a realidade sócio eclesial hoje, e como esta realidade nem
sempre responde a este jeito de se colocar diante da vida.
Os trabalhos foram
desenvolvidos em cinco rancharias: As transformações sociais e a vivência da
fé; as CEB's no Contexto Urbano; uma Opção pelos pobres a partir do Documento de
Aparecida; Justiça e Profecia na construção do Reino e as CEB's conquistas de
ontem e de hoje. Estas rancharias contaram com a assessoria de
Luis Miguel Modino; Benedito Ballio; Paulo Silva;
Luciano Bernardi e Terezinha Foppa. A partir do trabalho realizado em
cada uma delas surgiu uma serie de desafios que devem levar à reflexão as
CEB's.
Diante da mudança de época,
como vivenciar nossa fé? Respeitando o outro, as diferenças; dando testemunho da
nossa fé nos ambientes que vivemos; assumindo que a tecnologia, bem usada, ajuda
a vivenciar a fé, em especial com a juventude; sendo conscientes que do mesmo
modo que a mulher tem tido um papel fundamental nas transformações da sociedade,
precisa ter seu lugar reconhecido na Igreja, mas para isso precisa de
transformações; retomando a consciência comunitária frente à mentalidade
individualista.
É preciso recuperar a
memoria histórica; formação e trabalho de base; estimular o espírito solidário;
colocar as CEB's como eixo da pastoral; entender as diferenças entre paróquia
com CEB's e de CEB's; denunciar o papel da mídia católica, que dificulta a
vivência comunitária.
Como levar para a prática a
opção pelos pobres que aparece nos Documentos da Igreja Latino-americana? A
Igreja precisa reconhecer o rosto de Cristo nos pobres, pois essa opção pelos
pobres tem raiz bíblica e Trinitária; sentir Maria como discípula missionária
que assume a opção pelos pobres a través do Magnificat; sermos conscientes que
Aparecida tem como objetivo a defesa da vida em todas suas dimensões, mas não
critica as injustiças cometidas contra pobres, indígenas e
afro-descendentes.
Diante do texto do samaritano
reconhecer quem mais assalta hoje (mídia); nos perguntar quais são as
hospedagens onde são acolhidos aqueles que estão à beira do caminho; como
aproximar-se e acolher na realidade de hoje; como expandir para o ano todo o
grito bonito da Campanha da Fraternidade; fazer que aquilo que a gente reza seja
colocado em prática; como saber quem são os verdadeiros donos do mundo, nem
sempre visíveis; sentimos que hoje o profetismo virou uma estética, e não
podemos considerar normal a cultura de morte; precisamos fomentar a comunhão
dentro e fora da Igreja; como recuperar a liberdade de expressão.
Em nossa Igreja, em nossas
CEB's, como acolher os homoafetivos; como dar espaço para as mulheres,
especialmente para as mulheres negras, também numa liturgia inculturada; qual é
a vivência da juventude dentro das comunidades; procurar pontos comuns em que
todos concordem para o bem do coletivo; respeitar às diferenças e buscar nelas a
complementariedade e não a divisão; vida equilibrada com o planeta; valorizar a
identidade daqueles que ao longo de mais de quinhentos anos conseguiram viver em
harmonia com a natureza; valorizar o ancestral e os conhecimentos que passam de
pai para filho; construção da soberania a partir das
comunidades.
Encerramos esta parte do
trabalho em grupos com um momento de mística, que nos ajudou a colocar nas mãos
de Deus aquilo que faz parte de nossa caminhada e vivência da fé. Também não
poderia faltar um momento de confraternização depois de um dia de profunda
reflexão.
A celebração eucarística,
presidida por Dom Itamar Vian, arcebispo de Feira de Santana, foi momento
para celebrar juntos nossa fé e vida e dar inicio a nossos trabalhos no domingo,
onde a reflexão foi centrada em torno do 13º Intereclesial, a ser
celebrado em Juazeiro do Norte de 07 a 11 de janeiro de 2014. Foi tempo para
organizar os passos a serem dados e possibilitar a reflexão e participação de
nossas CEB's deste momento marcante em nossa caminhada eclesial.
Agradecemos à Arquidiocese
de Feira de Santana pela possibilidade que nos ofereceu de poder celebrar
esta ampliada do Regional das CEB's. A Dom Itamar, que desde o inicio
apoiou e agradeceu o fato de nos encontrar aqui, a Companhia de Jesus que cedeu
o espaço para nos encontrar e a tantas pessoas que voluntariamente, com tanto
carinho fizeram nos sentir em casa.
Os delegados e
delegadas
da ampliada das CEBs do
Regional Nordeste 3, Bahia e Sergipe.
Feira de Santana-BA, 24 de
fevereiro de 2013
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