Continuam os ecos positivos do
Congresso Continental de Teologia, realizado no contexto dos 50 anos do
Concílio, e dos 40 anos da publicação do livro do Pe. Gustavo Gutiérrez –
Teologia da Libertação...
D. Demétrio Valentini
Continuam
os ecos positivos do Congresso Continental de Teologia, realizado no
contexto dos 50 anos do Concílio, e dos 40 anos da publicação do livro
do Pe. Gustavo Gutiérrez – Teologia da Libertação - que deu nome à nova
reflexão suscitada pelo envolvimento eclesial desencadeado pelo
Concílio.
Algumas atividades do Congresso ficaram talvez mais discretas, mas não menos importantes.
Tais
foram, por exemplo, as diversas “oficinas de trabalho”, em torno de
temas específicos, refletidos em vista de sua contribuição positiva na
caminhada de renovação eclesial suscitada pelo Concílio.
Uma
das oficinas abordou a estreita relação entre Teologia e Renovação
Eclesial. O próprio assunto recolhia de cheio a temática central do
Congresso, que recordava exatamente os 50 anos de renovação eclesial
suscitada pelo Vaticano II, e os 40 de caminhada da “Teologia da
Libertação”.
Mas,
além da coincidência de datas, os dois temas se entrelaçam muito mais
profundamente. A ponto de se constatar que uma verdadeira renovação
eclesial precisa do suporte de uma renovada teologia. “Para vinho novo,
odres novos”, como sentenciou Jesus.
Este
é um assunto com incidências pastorais evidentes. Cada Igreja precisa
desencadear um processo de reflexão permanente, como parte integrante de
sua missão.
Esta
providência não se limita a momentos esporádicos de “encontros de
reflexão”. Mas cada Diocese precisa se tornar uma “escola de formação
permanente”, pela maneira como propõe uma caminha de Igreja consciente e
participativa.
Neste sentido, o Congresso alertou que é preciso ter bem claro que Igreja queremos, e que Teologia queremos.
No
que se refere à Igreja que queremos, trata-se sem dúvida de uma Igreja
que continue a recepção criativa do Concílio, com suas grandes
intuições: Igreja Povo de Deus, sacramento do Reino, profética,
missionária, servidora, acolhedora, aberta à participação de todos, sem
discriminações, samaritana, libertadora, comunitária, ministerial, mais
democrática, em permanente processo de conversão pessoal e pastoral,
inserida na realidade, assumindo as causas da humanidade, sobretudo dos
pobres, sinal de esperança para a juventude, aberta ao ecumenismo e à
pluralidade religiosa e cultural, atenta aos sinais dos tempos e aos
impulsos do Espírito, defensora da vida.
No
que se refere à Teologia que queremos, deverá ser uma teologia que dê
suporte à Igreja que o Concílio nos propõe, ao alcance das comunidades
eclesiais de base e aos pequenos grupos, que chegue até as periferias,
que atinja também os que moram em apartamentos nas cidades, impregnada
da Palavra de Deus, que ajude no discernimento dos sinais dos tempos e
ilumine as opções a serem assumidas, que valorize os dons das pessoas e
das comunidades, partilhando saberes, que leve a um encontro pessoal e
profundo com Cristo. Uma teologia que dê força às experiências de
renovação eclesial.
Mesmo
destinando-se a todas as comunidades, quem mais precisa de formação são
as lideranças. O planejamento pastoral precisa incluir momentos
específicos de formação dos leigos envolvidos nas diversas pastorais
existentes nas comunidades, abertos à atuação na realidade social.
Mas
quem necessita de um processo de formação mais consistente são os
presbíteros, com o cuidado especial de garantir a eles uma formação que
os motive e capacite para assumir o seu ministério ordenado com espírito
de serviço.
Esta a proposta feita pelo Congresso!
Nenhum comentário:
Postar um comentário