Rio - Ao longo desta semana realizou-se no Rio Grande do Sul o congresso teológico que comemora 50 anos do Concílio Vaticano 2 (1962-1965) e 40 anos da Teologia da Libertação (TdL).
Convocado pelo Papa João 23, o Concílio reuniu em Roma quase todos os bispos católicos do mundo. Os documentos ali aprovados representam uma profunda renovação na doutrina e na prática da Igreja Católica.
A versão latino-americana do Concílio foi a reunião dos bispos da América Latina, em 1968, em Medellín, que aprovou documentos pastorais tidos como os mais avançados na história da Igreja em nosso continente.
Algo de novo já vinha brotando no seio da Igreja antes do Concílio: as Comunidades Eclesiais de Base. Devido à carência de sacerdotes, o povo da periferia e da roça, na ânsia de adubar sua vida cristã, começou a se organizar em CEBs.
Em suas reuniões e celebrações, os militantes das CEBs cotejavam fé e vida, Bíblia e realidade social, prática de Jesus e desafios atuais aos cristãos. Dessa reflexão, colhida por teólogos, nasceu a Teologia da Libertação.
A TdL não é um sumário de conceitos surgidos da cabeça de teólogos progressistas. É a sistematização teológica da vivência de fé de militantes inseridos em movimentos populares, sindicatos e partidos.
Esse processo entrou em retrocesso a partir do pontificado de João Paulo 2º, anticomunista ferrenho, que teve o cuidado de não nomear bispos padres progressistas e não valorizar as CEBs.
Agora o congresso no Rio Grande do Sul faz um balanço e busca respostas a esta pergunta: em um continente com tanta opressão, o que significa, hoje, ser discípulo de Jesus e fazer teologia em meio a uma população cuja maioria padece pobreza e falta de direitos humanos elementares?
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