Müller é tão liberal como parte
dos católicos gostaria que fosse
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O arcebispo alemão Gerhard Ludwig Müller (foto), 64, é o novo
titular da Congregação para a Doutrina da Fé, em substituição ao cardeal
norte-americano William Joseph Levada, que pediu demissão. Trata-se de
uma guinada na congregação que na Idade Média, com o nome de Santo
Ofício, foi a responsável pela “administração” da Santa Inquisição.
Müller é considerado pela ala conservadora da Igreja inadequado para o
cargo porque é francamente favorável à Teologia da Libertação, um
movimento de sacerdotes e leigos que dá atenção preferencialmente aos
pobres e que não tem a simpatia de Bento 16 — ao menos até agora.
Apesar disso, o papa gosta de Müller, que a partir de agora passa a
figurar na lista dos fortes candidatos a ocupar o lugar de Ratzinger,
que, aos 85 anos, tem demonstrado fragilidade de saúde. Ratzinger,
quando foi escolhido para papa, comandava a Doutrina da Fé.
Em recente entrevista, Müller reafirmou a admiração que tem pelo seu
amigo peruano Gustavo Gutiérrez, 83, um defensor da Teologia da
Libertação que por alguns tempos esteve na mira da Doutrina da Fé.
Müller não vê nenhuma incompatibilidade entre a Igreja e Teologia da Libertação porque, citando são Tomás de Aquino, afirmou na entrevista que “Deus é o grande liberal” (Deus est maxime liberalis). Ele explicou que, no original, liberalis é sinônimo de generoso, para que não haja confusão como “liberalismo” ou “liberalidade”.
Müller não vê nenhuma incompatibilidade entre a Igreja e Teologia da Libertação porque, citando são Tomás de Aquino, afirmou na entrevista que “Deus é o grande liberal” (Deus est maxime liberalis). Ele explicou que, no original, liberalis é sinônimo de generoso, para que não haja confusão como “liberalismo” ou “liberalidade”.
Ele disse também que a Teologia da Libertação não é “uma mistura solta
do comunismo e da fé católica”, porque “a doutrina social da Igreja
Católica tem se mostrado muito superior à análise marxista”.
Criticou a injustiça social, citando a América do Sul como exemplo de região onde ela se encontra instalada. “Diante da miséria e da indignidade que há em nosso redor e que são ignoradas por muitas pessoas, nós [Igreja] não podemos apenas levar piedosamente as sobrancelhas”, disse. “A fé e o fazer o bem caminham juntos.”
Criticou a injustiça social, citando a América do Sul como exemplo de região onde ela se encontra instalada. “Diante da miséria e da indignidade que há em nosso redor e que são ignoradas por muitas pessoas, nós [Igreja] não podemos apenas levar piedosamente as sobrancelhas”, disse. “A fé e o fazer o bem caminham juntos.”
O arcebispo chamou alguns de seus adversários conservadores de
“estúpidos”, mas ele não é tão liberal como uma parte dos católicos
gostaria que fosse. Müller defende o celibato e a não comunhão aos
divorciados, entre outros pontos da ortodoxia mantida por Bento 16.
Ainda assim Müller representa uma promessa de renovação da Igreja Católica, que está em crise e precisa mudar logo, para evitar o risco de se tornar nos próximos anos em mais uma seita.
Ainda assim Müller representa uma promessa de renovação da Igreja Católica, que está em crise e precisa mudar logo, para evitar o risco de se tornar nos próximos anos em mais uma seita.
Fonte: Blog Alfabetizados Políticos
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