Após oração e partilha da Palavra
inspiradas em At 2,42-47 (a primeira comunidade em Jerusalém), o
encontro seguiu o roteiro já testado e aprovado na Área Pastoral da
Barra do Ceará: Em um primeiro momento, todos os presentes escreveram em
tarjas de papel aquilo que nos atrapalha em nossa caminhada de CEBs, as
assim chamadas «pedras de tropeço». Aí apareceram coisas como
comodismo, falta de apoio dos padres, acanhamento dos leigos diante do
novo autoritarismo clerical, falta de obras práticas e engajamento
social, excesso de liturgismo e sacramentalismo, falta de formação
bíblico-teológica dos cristãos, etc. Estas «pedras» foram reviradas e
analisadas em mutirão. As análises eram, vez por outra, reforçadas por
músicas apropriadas que a excelente banda comunitária da Granja Lisboa
inseria jeitosamente. Às 13:00 h paramos para um belo almoço
comunitário. À tarde, iniciamos o estudo da Carta das CEBs de Fortaleza
aos Bispos reunidos na 48ª Assembleia da CNBB em Brasília (2010), que
havia sido redigida durante a 2ª Vigília das CEBs no Otávio Bonfim. Este
texto importante levanta quatro questionamentos diante da atual
conjuntura eclesial: (1) nova dicotomia entre sagrado e profano: o
engajamento em lutas socais «no mundo» é visto como algo secundário
pelos devotos; (2) como fazer valer a agenda prioritária das CEBs –
«Justiça e Profecia a serviço da vida» – diante da nova demanda
devocionalista e milagreira («Cura, Senhor, onde dói…»), incitada por
padres-cantores e -exorcistas? (3) centralismo e autoritarismo no estilo
de muitos padres novos; (4) falta de qualidade teológico-pastoral na
catequese de iniciação cristã. Na plenária, os grupos partilharam suas
reflexões, dúvidas e aprofundamentos uns com os outros.
Encaminhamentos e avisos, a Oração do Senhor e a benção do Pe.
Maurício fecharam o encontro às 16:30 h. A nossa gratidão também à
Solange (Mulungu) e ao Gomes (Ocara), por terem trabalhado bastante para
esse momento de graça se realizar! Deus seja louvado por tudo isso!
Por Carlo Tursi, membro da coordenação das CEBs da Arquidiocese de Fortaleza.
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