Nesta segunda-feira (28), o teólogo Leonardo Boff adentrou a fé ao campo da ciência durante uma conferência realizada no Theatro Pedro II, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. O líder católico é conhecido por seu envolvimento com as causas sociais.
Entre os temas abordados na palestra, ele falou um pouco sobre desenvolvimento sustentável e sua tese de que o mundo está prestes a ver um grande distúrbio natural. “Pela primeira vez na história, podemos conhecer um grande desastre ecológico (...) Podemos (a espécie humana) desaparecer”, declarou ele.
Antes de se aprofundar na religião, ele mencionou sobre a linha tênue que separa a Terra de uma catástrofe. “Há milhões e milhões de anos, temos exatos 21% de oxigênio, se fosse menos teríamos morrido. O equilíbrio da Terra é sutil”, acrescentou.
Em seguida, transmitiu sua visão sobre como o ser humano deve cuidar do planeta diante dos olhos de Deus. “A ordem de Deus era cuidar e guardar o Jardim do Éden. Se não fizermos, vamos transformar a terra em um matadouro de seres vivos”, disse ele o ex-membro da Ordem dos Frades Menores, ou "Franciscanos".
O teólogo de 73 anos disse ainda que o que deixa mais claro este destino complicado é a desigualdade na distribuição desmedida de recursos. “Esse sistema funciona bem para 1,6 bilhão de pessoas, para a grande maioria (da população mundial) é um inferno”, afirmou.
Para Boff esta disparidade é exercida em função da exploração de bens considerados sagrados como a água e sementes. “Água não pode virar mercadoria. Colocaram preço em tudo aquilo que representa vida”, concluiu. Segundo ele, este seria “o último grande golpe do capitalismo” por conta de uma “crise de sensibilidade”.
Leonardo Boff defende e aborda pontos teológicos que cercam as áreas da ética, ecologia e da espiritualidade. Além de seus estudos, ele presta serviços à Comunidades Eclesiais de Base (CEBs) no Brasil.
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