Com este “mantra”, queremos partilhar nossa missão saletina na Amazônia.. Somos três sacerdotes aqui nesta missão em Cujubim – RO: Pe. João da Silva Holek, Pe. Raimundo Lipski e Pe. Francisco Carlos dos Santos. Tudo iniciou em 2006, quando Dom Jaime Chemello pregou o retiro para os Missionários Saletinos em Curitiba, PR. Na ocasião, em nome da CNBB, ele pediu aos Missionários Saletinos que assumissem uma missão na região amazônica. Citava o Documento da Igreja: Cristo aponta para a Amazônia”.
Também falava do compromisso da CF do ano seguinte: Fraternidade e Amazônia, Vida e Missão Neste Chão.
Esta foi a grande motivação! Em 2007, viemos para a Arquidiocese de
Porto Velho, em Rondônia. Dom Moacyr Grechi nos acolheu e nos ofereceu
uma área de missão no município de Cujubim, que era atendido pelos
Padres Palotinos de Ariquemes, distante daqui 115 kms.
Cujubim ainda não era paróquia.
Pertencia a Ariquemes. Em 2008, assumimos esta missão. No dia 13 de
abril de 2008, foi declarada paróquia São João Batista, que além da
Matriz, contava com 25 pequenas comunidades nas Linhas. Situa-se ao
norte do Estado, distante 230kms de Porto Velho. Uma terra há pouco
colonizada (menos de 30 anos) formada por um povo migrante, vindo de
vários Estados do Brasil. Cujubim (nome de um pássaro aqui da Amazônia) é
um município grande na sua extensão.
Devastação na Floresta
Tem uma população aproximada de 18.000
habitantes. Sua atividade principal é a extração da madeira, porém a
pecuária, a produção de leite e a piscicultura estão sendo
desenvolvidas. A agricultura cresce menos, devido que às terras fracas
para a lavoura.Temos vários pequenos rios, o maior deles: Rio Machadão,
afluente do Rio Madeira.
Como na maior parte da Amazônia, o
desmatamento continua acontecendo por aqui. Existem várias “reservas”
que estão sendo ocupadas por posseiros. A questão ambiental é um grande
desafio para a região. Há muitas madeireiras instaladas aqui. O comércio
ainda é fraco. Foi aqui que há quatro anos, instalamos nossa tenda!
Hoje a paróquia São João Batista conta com 30 comunidades nas Linhas,
mais o trabalho pastoral na cidade com seus desafios.
Terra de Migrantes
As Comunidades Eclesiais de Base (CEBs)
são a prioridade na Arquidiocese. Portanto, nossa paróquia é uma “Rede
de 31 CEBs”. Depois que se tornou paróquia, o trabalho pastoral se
estruturou e se fortaleceu. Temos várias pastorais e alguns ministérios:
Pastoral da Criança, Pastoral do Dízimo, Pastoral catequética, Pastoral
da Juventude, Pastoral do Batismo, Familiar, da saúde e Ministérios: da
Eucaristia, da Liturgia, dos Conselhos de Pastoral e Administrativo.
Também os Grupos de Reflexão em todas as
comunidades e nos bairros da cidade estão acontecendo, orientados por
uma cartilha própria da Arquidiocese. Temos o compromisso de construir
comunidades nos bairros, suscitando o espírito comunitário. Os desafios
também são grandes: as distâncias de algumas comunidades e das cidades,
as doenças próprias aqui da região, a questão da saúde pública, a falta
de infraestrutura do município, gente que chega e gente que sai,
lideranças que vão para outras regiões.
Temos o período da estiagem e o período
das chuvas intensas, as questões ambientais (desmatamento, o clima
quente a ano todo...). Os católicos aqui não são maioria. 52% da
população é evangélica. Portanto, a caminhada não se faz com multidões.
São pequenos grupos nas comunidades e também na cidade que se reúnem e
se comprometem com a evangelização.
Coisas Pequenas; Grandes Mudanças
Estamos aqui como Missionários da
Reconciliação. Percebemos que é urgente a reconciliação com Deus, com a
natureza e com os irmãos. A mensagem da Salette está sendo bem acolhida
pelo povo. Na nossa atividade pastoral, além das missas na matriz e nas
comunidades, temos também periodicamente encontros de formação com as
lideranças, retiros e o chamado “Encontro Das Redes de Comunidades”, com
as lideranças onde reunimos as comunidades mais próximas para um dia de
encontro, formação e celebração. Neste ano, teremos também em todas as
comunidades estudo bíblico com o povo.
Temos dois momentos fortes, onde as
comunidades também se envolvem: A NOVENA E A FESTA DO PADROEIRO SÃO JOÃO
BATISTA E DE NOSSA SENHORA DA SALETTE. Temos gente de nossas
comunidades envolvida no sindicato, na Associação das Mulheres e outras
associações, fazendo trabalho voluntário na área da saúde... É um
trabalho em prol da vida que se faz em mutirão! Em 2009, aconteceu o 12º
Intereclesial das CEBs em Porto Velho. Participamos ativamente, na
preparação desse encontro, que fortaleceu ainda mais a caminhada de
nossas comunidades!
Queremos concluir nossa partilha com um
provérbio africano que inspirou o 12º Intereclesial, citado por Dom
Moacyr na abertura desse Encontro: “GENTE SIMPLES, FAZENDO COISAS PEQUENAS, EM LUGARES NÃO IMPORTANTES, CONSEGUE MUDANÇAS EXTAORDINÁRIAS”. Este
é o espírito que anima e fortalece nossa missão aqui nesta “terra
grande da Amazônia”! Daqui do norte vai nosso abraço a todos que
acreditam que o Reino vai acontecendo na simplicidade e no testemunho de
homens e mulheres, que em lugares não importantes, fazem coisas
extraordinárias em defesa da vida!
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