Dom Hélio Adelar Rubert
Arcebispo Metropolitano de Santa Maria
As eleições municipais estão chegando.
Sabedores das dificuldades, intrigas, divisões e feridas que elas causam
nas comunidades, os Bispos reunidos em Aparecida – SP, no dia 20 de
abril lançaram sua mensagem. Neste importante pronunciamento os Bispos
procuram iluminar e orientar as comunidades eclesiais e todos os
eleitores, chamados a exercerem um de seus mais expressivos deveres
através do voto livre e consciente.
Os Bispos afirmam que a Igreja não pode e
não deve ficar à margem na luta pela justiça e que “participar do
processo político-eleitoral, impulsionado pela fé, é tornar presente a
ação do Espírito, que aponta o caminho a partir dos sinais dos tempos e
inspira os que se comprometem com a construção da justiça e da paz”.
Reconhecem os Bispos que “as eleições
municipais têm um distintivo em relação às demais por colocar em disputa
os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo:
educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia,
lazer. Trata-se de um processo eleitoral com maior participação da
população porque os candidatos/as são mais visíveis no cotidiano da vida
dos eleitores”.
Por outro lado, nos municípios,
manifestam-se também as crises que o mundo atravessa. “Isso torna ainda
mais importante a missão de votar bem nas eleições municipais, ficando
claro para o eleitor que seu voto, embora seja um gesto pessoal e
intransferível, tem consequências para a vida do povo… As eleições são
um momento propício para que se invista, coletivamente, na construção da
cidadania, solidificando a cultura da participação e investindo em
valores que definem o perfil ideal dos candidatos: honestidade,
competência, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada
por seu histórico de vida”.
Em sua mensagem os Bispos lembram aos
eleitores que a eles “cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos
candidatos/as e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em
vários lugares, explicitando a necessidade da “Ficha Limpa” ser aplicada
também nos quadros do executivo para maior consolidação democrática”.
“O exercício da cidadania, no entanto,
não se esgota no voto. É dever, especialmente de quem vota, a
co-responsabilidade na gestação de uma nova civilização, fundamentada na
defesa incondicional da vida, na promoção da justiça, da fraternidade e
na sustentabilidade do planeta”.
“A educação para a cidadania é um
processo permanente e para ela contribuem as Escolas e Grupos de Fé e
Política que se multiplicam pelas dioceses do Brasil, além das variadas
publicações de conscientização política, como a Cartilha Eleições
Municipais2012”.
No final da mensagem, os Bispos afirmam
que para o cristão, participar da vida política do município e do país é
viver o mandamento da caridade como real serviço aos semelhantes,
segundo o dizer do Papa Paulo VI: “A política é uma maneira exigente de
viver o compromisso cristão ao serviço dos outros”, pois só assim,
seremos “fermento que leveda toda a massa” (Gl 5,9).
Esperamos que as eleições deste ano
sejam bem participadas e levem o povo para o progresso, à fraternidade e
à paz nos municípios.
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