terça-feira, 29 de maio de 2012

As eleições municipais de 2012

Dom Hélio Adelar Rubert
Arcebispo Metropolitano de Santa Maria
As eleições municipais estão chegando. Sabedores das dificuldades, intrigas, divisões e feridas que elas causam nas comunidades, os Bispos reunidos em Aparecida – SP, no dia 20 de abril lançaram sua mensagem. Neste importante pronunciamento os Bispos procuram iluminar e orientar as comunidades eclesiais e todos os eleitores, chamados a exercerem um de seus mais expressivos deveres através do voto livre e consciente.
Os Bispos afirmam que a Igreja não pode e não deve ficar à margem na luta pela justiça e que “participar do processo político-eleitoral, impulsionado pela fé, é tornar presente a ação do Espírito, que aponta o caminho a partir dos sinais dos tempos e inspira os que se comprometem com a construção da justiça e da paz”.
Reconhecem os Bispos que “as eleições municipais têm um distintivo em relação às demais por colocar em disputa os projetos que discutem sobre os problemas mais próximos do povo: educação, saúde, segurança, trabalho, transporte, moradia, ecologia, lazer. Trata-se de um processo eleitoral com maior participação da população porque os candidatos/as são mais visíveis no cotidiano da vida dos eleitores”.
Por outro lado, nos municípios, manifestam-se também as crises que o mundo atravessa. “Isso torna ainda mais importante a missão de votar bem nas eleições municipais, ficando claro para o eleitor que seu voto, embora seja um gesto pessoal e intransferível, tem consequências para a vida do povo… As eleições são um momento propício para que se invista, coletivamente, na construção da cidadania, solidificando a cultura da participação e investindo em valores que definem o perfil ideal dos candidatos: honestidade, competência, transparência, vontade de servir ao bem comum, comprovada por seu histórico de vida”.
Em sua mensagem os Bispos lembram aos eleitores que a eles “cabe ficarem de olhos abertos para a ficha dos candidatos/as e espera-se da sociedade a mobilização, como já ocorre em vários lugares, explicitando a necessidade da “Ficha Limpa” ser aplicada também nos quadros do executivo para maior consolidação democrática”.
“O exercício da cidadania, no entanto, não se esgota no voto. É dever, especialmente de quem vota, a co-responsabilidade na gestação de uma nova civilização, fundamentada na defesa incondicional da vida, na promoção da justiça, da fraternidade e na sustentabilidade do planeta”.
“A educação para a cidadania é um processo permanente e para ela contribuem as Escolas e Grupos de Fé e Política que se multiplicam pelas dioceses do Brasil, além das variadas publicações de conscientização política, como a Cartilha Eleições Municipais2012”.
No final da mensagem, os Bispos afirmam que para o cristão, participar da vida política do município e do país é viver o mandamento da caridade como real serviço aos semelhantes, segundo o dizer do Papa Paulo VI: “A política é uma maneira exigente de viver o compromisso cristão ao serviço dos outros”, pois só assim, seremos “fermento que leveda toda a massa” (Gl 5,9).
Esperamos que as eleições deste ano sejam bem participadas e levem o povo para o progresso, à fraternidade e à paz nos municípios.

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