O líder dos sacerdotes rebeldes austríacos
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. Dizemos NÃO à fusão e ao fechamento de paróquias quando não se pode nomear um pároco. Nestes casos, é a falta que manda em vez de mudar as normas nada bíblicas da Igreja para encontrar uma solução para a falta. A lei é feita para pessoas, não o contrário, especialmente a lei da Igreja que existe unicamente para servir o povo. 4. Dizemos NÃO à sobrecarga de trabalho do pároco a quem se pede que ocupe com numerosas tarefas, o que impede dispor de tempo e energia para ter uma vida espiritual, e a quem se pede que continue trabalhando muitos anos após a idade da aposentadoria. Esta demanda excessiva de trabalho repercute em uma menor eficácia de seu ministério. 5. Dizemos NÃO quando o direito canônico emite um juízo excessivamente duro e sem piedade em relação aos divorciados que ousam voltar a se casar, os casais do mesmo sexo que vivem em família, os sacerdotes que, rotos pelo celibato, iniciaram uma relação e em relação a tantas pessoas que seguem sua própria consciência antes que a uma lei feita por homens. Devido ao fato de que o silêncio costuma ser interpretado como aceitação e porque queremos ser fiéis à nossa responsabilidade como sacerdotes e pastores, tivemos que expressar estes cinco pontos de Protesto. Um ‘protesto’ (‘pro teste’, em latim) é literalmente um ‘testemunho para’ a reforma da Igreja, também para nós os pastores que queremos ser. A ausência de alegria com que se dirige hoje a Igreja não é um bom testemunho da ‘gozosa mensagem’ que nos deve motivar. Porque ‘não queremos ser ditadores, mas companheiros de trabalho para trazer-vos alegria’ (2 Cor 1, 24)”.============
Quinta, 14 de julho de 2011
Apelo à desobediência. Manifesto de párocos austríacos Publicamos aqui o Apelo à Desobediência da Iniciativa dos Párocos Austríacos. O texto foi publicado na página da iniciativa, www.pfarrer-initiative.at, 19-06-2011.
A tradução é de Moisés Sbardelotto.
Eis o texto.
A recusa de Roma a uma reforma da Igreja há muito esperada e a inatividade dos nossos bispos não só nos permitem, mas também nos obrigam a seguir a nossa consciência e a agir de forma independente.
Nós, padres, queremos estabelecer, no futuro, os seguintes sinais:
1. Rezaremos, no futuro, em todas as Missas, uma oração pela reforma da Igreja. Levaremos a sério a palavra da Bíblia: pedi e receberei. Diante de Deus, existe a liberdade de expressão.
2. Não recusaremos, em princípio, a Eucaristia aos fiéis de boa vontade. Isso é especialmente verdadeiro aos divorciados de segunda união, aos membros de outras Igrejas cristãs e, em alguns casos, também aos católicos que abandonaram a Igreja.
3. Evitaremos celebrar, se possível, nos domingos e dias de festa, mais de uma Missa ou de encarregar padres em viagem ou não residentes. É melhor uma liturgia da Palavra organizada localmente do que turnês litúrgicas.
4. No futuro, vamos considerar uma liturgia da Palavra com distribuição da comunhão como uma "Eucaristia sem padre", e assim nós a chamaremos. Dessa forma, cumpriremos a nossa obrigação dominical em tempos de escassez de padres.
5. Rejeitaremos também a proibição da pregar estabelecida para leigos competentes e qualificados e para professoras de religião. Especialmente em tempos difíceis, é necessário anunciar a Palavra de Deus.
6. Comprometer-nos-emos a que cada paróquia tenha o seu próprio superior: homem ou mulher, casado ou solteiro, de tempo integral ou parcial. Isso, no entanto, não por meio das fusões de paróquias, mas sim mediante um novo modelo de padre.
7. Por isso, vamos aproveitar todas as oportunidades para nos manifestar publicamente em favor da ordenação de mulheres e e de pessoas casadas. Vemo-los como colegas, e colegas bem-vindos, ao serviço pastoral.
Além disso, sentimo-nos solidários com aqueles colegas que, por causa do seu casamento, não podem mais exercer as suas funções, mas também com aqueles que, apesar de um relacionamento, continuam prestando seu serviço como padres.
Ambos os grupos, com sua decisão, seguem a sua consciência – como nós fazemos com o nosso protesto. Nós os vemos, assim como o papa e os bispos, como "nossos irmãos". Não sabemos o que mais deve ser um "coirmão". Um é o nosso Mestre – mas somos todos irmãos. "E irmãs" – se deveria dizer, no entanto, entre os cristãs e cristãos.
É por isso que queremos nos levantar, é isso que queremos que aconteça, é por isso que queremos rezar. Amém.
Domingo da Trindade, 19 de junho de 2011
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