Falar de personalidade com a dimensão de dom José Maria Pires, aos seus 92 anos de idade e 70 anos de vida sacerdotal, portador de formação consolidada no convívio com o povo do Nordeste, é tarefa que não permite desvios.
Dom José faz parte da história da Igreja no Brasil, porque suas mãos acolheram a todos, de cada recanto.
Bispo inquieto, que se manteve atento aos anseios do povo, acompanhou com atenção as mudanças da sociedade. Protagonizou momentos que enriqueceram a história da Igreja na Paraíba; idealizou uma Igreja profética.
Ele nunca deixou sem respostas as inquietações do povo, esteve sempre pronto a sacrifícios para levar conforto espiritual e satisfação de viver aos pobres e marginalizados, apontando luz quando a escuridão se prolongava depois do alvorecer.
Nos trinta anos passados na Paraíba, a tônica de sua atuação foi no sentido da consolidar a fraternidade e o respeito aos direitos humanos, mesmo que nessa trajetória não viesse a agradar a alguns.
Protagonizou um tempo diferente. Exerceu trabalho pastoral modelar. Implantou um jeito diferente de ser igreja, que muita gente ainda se lembra.
As Cartas Pastorais que publicou; os pronunciamentos que escreveu e as palestras pronunciadas no período em que esteve na Paraíba dão a dimensão da preocupação com as questões sociais.
Seus pronunciamentos sempre foram no sentido profético, seguindo as veredas abertas por dom Helder Camara à luz do Evangelho e orientado pelo Concílio Vaticano II.
Atentos aos anseios do povo e aposta numa Igreja que mantenha seu olhar para os desvalidos, coisa que fez nas sete décadas como sacerdote.
Quando chegou à Paraíba no ano de 1966 para assumir a Arquidiocese, repetiu as palavras de Jesus ao afirmar "tenho compaixão do povo”. Como pastor, foi adiante. Compadeceu-se dos trabalhadores rurais, os apoiou na luta por um punhado de terra e pelos direitos sociais. Ele ajudou as famílias a conquistar um pedaço de terra para morar e trabalhar.
Fonte: Adital
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