Romeiros e romeiras, após cinco longas horas de andanças, homenagearam os mártires que defenderam a vida na terra. Em alusão a Zumbi dos Palmares, Padre Josimo, Margarida Alves, Irmã Dorothy Stang e Chico Mendes, assentados, acampados, membros da Comissão Pastoral da Terra (CPT) e Comunidades Eclesiais de Bases (CEBs), encerraram a 24ª Romaria da Terra e das Águas em Alagoas, já nas primeiras horas do dia 13 de novembro.
Este ano com o tema “Partilhar, cultivar e cuidar da vida na mãe terra”, referência ao tema da Campanha da Fraternidade 2011, “A natureza geme em dores de parto” (Rm 8, 22), os romeiras e romeiras, percorreram as ruas de Marechal Deodoro, entre Taperaguá até Massagueira, em um percurso de dez quilômetros, puxados pelo grupo Konoinyas, de Flexeiras, e animados pelo Padre Raul Moreira, da Paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Durante o percurso, os andarilhos refletiram sobre o crescente número de construções imobiliárias e a predominação do cultivo da cana de açúcar na região, fatores esses responsáveis pela degradação e destruição do meio ambiente no lugar.
Também fora dado destaque para a duplicação da AL 201, onde destruiu e dizimou o bioma na região. “Foi por está razão que fizemos uma reflexão e alusão aos mártires da terra as margens da lagoa que também é canteiros de obras desta duplicação que acabou com mangues e desmatou parte da flora que existia na rodovia”, enfatizou Carlos Lima, coordenador da CPT Alagoas, destacando que os mártires homenageados deram a vida para proteger o meio ambiente e foram mortos por defender a causa.
Segundo padre Cristóvão da Silva, pároco de Satuba, que caminhou com os romeiros, a romaria é um momento único que uni toda a comunidade cristã em um único objetivo. “Temos que arregaçar as mangas, alongar as pernas e nos colocarmos para andar com o povo de Deus, no intuito de fazermos uma abordagem das nossas atitudes em relação ao planeta sempre na esperança de que seja feita a reforma agrária e que os agricultores tenham o seu pedaço de chão para cultivar o alimento que a cidade necessita”.
Já pelas 5h da manhã, os romeiros e romeiras, após a caminhada e a reflexão sobre a vida dos mártires, as margens da lagoa Mundaú, tomaram um café oferecido pela paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Momento cultural e a Santa Missa
Por volta das 20h às ruas de Taperaguá, em Marechal Deodoro, foi tomada pelos romeiros e romeiras oriundos de vários locais, assentamentos e acampamentos do estado. Animados pela comunidade local, com cânticos ligados a luta dos assentados e a reforma agrária, os andarilhos foram recepcionados pela paróquia Nossa Senhora da Conceição.
Presidida pelo padre Raul Moreira, de Marechal Deodoro, e concelebrada pelos padres, Fauto, do Trapiche, Alex, de Japaratinga, e Cristovão, de Satuba, a celebração da Santa Missa marcou o início dos preparativos para caminhada, onde segundo a organização, como em outrora fizeram o povo de Deus em busca da libertação do Egito.
“Superamos as nossas expectativas, mesmo com um pequeno problema técnico, devido a uma falha na embreagem do mini trio elétrico, fizemos como o povo no Egito que foram em busca da terra prometida. Essa é a nossa jornada, caminhar em busca da defesa dos assentados e acampados”, concluiu Carlos Lima, destacando que a próxima edição, que será em União dos Palmares, será especial, em comemoração aos 25 anos da Romaria da Terra e das Águas. (Railton Teixeira/Assessoria)
Fonte: Ascom/Railton Teixeira
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