terça-feira, 9 de agosto de 2011

Quem paga a conta de salvar o planeta?




Estava eu na fila do supermercado quando me deparei com este novo item que agora começa a figurar nas prateleiras da maioria dos supermercados do país: a sacola retornável. A R$ 3,99 a unidade. Ótimo que se queira dar fim a este crime ambiental perpetrado pelas sacolas plásticas, aparentemente inocentes, que demoram mais de 100 anos para se decompor e são capazes de bloquear nossos esgotos, causando enchentes nas grandes cidades, provocam a morte de inúmeros animais marinhos (incluindo grandes baleias), devido à ingestão do material, entre inúmeras outras mazelas ambientais. Mas quem paga a conta? No final, como sempre, o pobre e extorquido cidadão comum.

Em todo o mundo são produzidos 500 bilhões de sacolas plásticas a cada ano, o equivalente a 1,4 bilhão por dia. No Brasil, 1 bilhão de sacolas são distribuídas nos supermercados mensalmente - o que dá 66 sacolas por brasileiro ao mês.

No total, são 210 mil toneladas de plástico filme, a matéria-prima das sacolas, ou 10% de todo o detrito do país. Não há dúvida: é muito lixo. Apenas 1% do total de sacolas descartadas são recicladas. Em São Francisco(EUA), as sacolas de plástico foram banidas. Somente as feitas de produtos derivados do milho ou de papel reciclado podem ser usadas. Outra solução é a cobrança de uma taxa por sacola, como acontece na Irlanda desde 2002. O dinheiro é revertido para projetos ambientais.

No Brasil, a principal alternativa tem sido as sacolas de plástico oxibiodegradáveis. Elas vêm com um aditivo químico que acelera a decomposição em contato com a terra, a luz ou a água. O prazo de degradação é até 100 vezes menor - ou seja, uma sacola leva apenas três anos para desaparecer. O governo do Paraná já distribui gratuitamente essas sacolas.

Projetos de leis estaduais para substituir as sacolas de plástico pelas oxibiodegradáveis tramitam no Rio Grande do Sul, no Paraná e no Rio de Janeiro.

Estamos assistindo a propaganda política nacional dos candidatos a cargos eletivos. Ainda não ouvi de nenhum candidato proposta em relação à regulamentação desta tão importante matéria. Afinal, político brasileiro tem muita dificuldade quando não se trata de legislar em causa própria. E o empresariado, o que está fazendo a respeito? Quase nada, a não ser empurrar a conta para o consumidor? Embora as autoridades(políticas e econômicas) estejam fazendo muito pouco a respeito, nós cidadãos conscientes precisamos apressar esta mudança. E a primeira coisa, mais coerente a fazer é mudar os nossos próprios hábitos. Ainda que para isto não recebamos nenhum incentivo dos governantes. Tenho dito!

Raul Torres

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