segunda-feira, 30 de maio de 2011

Pistoleiros voltam a aterrorizar assentamento no Pará

testemunhas

José Cláudio foi morto por ser uma das testemunhas do desmatamento no Pará

Pistoleiros voltaram a aterrorizar no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Praialta Piranheira, onde foram executados os dirigentes José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espirito Santo, no último dia 24. Os assassinos voltaram para assassinar testemunhas que os teriam visto. Dois agricultores foram atacados. Um deles foi assassinado e o segundo está desaparecido. Agentes pastorais da Comissão Pastoral da Terra (CPT) estão no local desde o final da tarde deste sábado e encontraram o corpo de Herivelto Pereira dos Santos, de 25 anos, integrante do assentamento, jogado em um matagal. O corpo estava a sete quilômetros do assentamento e a cerca de 100 metros da estrada. Herivelto era uma das testemunhas do caso do homicidio de José e Maria. Ele viu uma moto Bros vermelha sair do assentamento. A mesma moto foi flagrada por outra das testemunhas entrando no local, minutos antes do crime.

Segundo relato de jornalistas locais, dois dias após o duplo homicídio, Herivelto foi fazer compras em Porto Barroso, no lago Tucuruí. Ele seguiu na mesma direção dos suspeitos duplo crime. Desde então não foi mais localizado até a véspera. Como Herivelto era considerado desaparecido, neste sábado, 10 pessoas sairam a sua procura. Encontraram a moto da vítima na estrada, próxima ao corpo, que foi localizado, por volta das 10h, por equipe do Ibama e da Polícia Federal. Segundo a CPT, Herivelto também morreu com um tiro na cabeça e a arma seria do mesmo calibre da utilizada na execução do casal de extrativistas Zé Cláudio e Maria.

A vítima, que praticamente nasceu no assentamento Praialta-Piranheira, era casada e tinha quatro filhos. A família da vítima está assustada e teme retaliações. As polícias Federal e Rodoviária Federal já se encontram no local. Instituto Médico Legal e Polícia Civil estavam a caminho. Este foi o quarto homicídio de trabalhador rural em cinco dias, três deles aconteceram no Pará e outra no Amazonas, desta vez, sem testemunhas.



Rogério Almeida e colaboradores - de Nova Ipixuna, sul do Pará

Fonte: Correio do Brasil


Nenhum comentário: