terça-feira, 10 de maio de 2011

Brasil: Igreja prepara comemorações dos 50 anos do Vaticano II


“Nós temos muito ainda a descobrir dos valores do Concílio”, afirma arcebispo
9 de maio de 2011

A Igreja no Brasil já começa a se articular para as comemorações dos 50 anos do Concílio Vaticano II, que terão seu ponto alto em 2012.

“Vamos ter a oportunidade de rever os documentos conciliares que marcaram profundamente a vida da Igreja”, disse o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Antônio Fernando Saburido, na coletiva de imprensa desta segunda-feira, na 49ª assembleia geral da CNBB, que decorre em Aparecida.

Segundo o arcebispo, foi constituída uma Comissão, encabeçada pelo arcebispo emérito de Belo Horizonte, cardeal Serafim Fernandes de Araújo, e coordenada pelo arcebispo de Juiz de Fora, Dom Gil Antônio Moreira, para estar à frente das iniciativas e propostas para o evento.

Dom Fernando antecipou algumas das propostas para comemorar no Brasil a data histórica.

“Nós teremos a celebração de abertura exatamente no dia que o Concílio Vaticano II faz 50 anos: 11 de outubro de 2012 e já temos várias propostas. A primeira deverá acontecer em 2013 quando nós poderemos ter como tema central da 51ª Assembleia Geral da CNBB o Concílio Vaticano II”, disse o arcebispo.

Outra proposta, segundo ele, é “uma Campanha da Fraternidade com um tema que aborde o Concílio” e, por último, uma Campanha para a Evangelização.

Dom Fernando disse ainda que, com as comemorações do cinquentenário, o Concílio terá mais oportunidade de ser estudado. “Nós temos muito ainda a descobrir dos valores do Concílio Vaticano II apesar dos 50 anos, mas muitas riquezas poderão ser exploradas.”

“Na comemoração dos 50 anos os documentos serão mais explorados através de seminários, promovidos para podermos redescobrir e fazer uma releitura dos documentos conciliares que são de fato surpreendentes”, disse.

O bispo de Jales e presidente da Cáritas Brasileira, Dom Demétrio Valentini, o Vaticano II “foi uma grande conquista de partilha, de escuta a todos, de diálogo. Aí existe uma prática que pode avançar muito”.

Já o arcebispo emérito de São Paulo, cardeal Cláudio Hummes, abordou o tema da nova evangelização, que consiste em lançar sobre Igreja “um novo ardor missionário, novas expressões, novos métodos”.

“A evangelização dos batizados pela Igreja nos países tradicionalmente católicos e cristãos e onde há um processo de descristianização é uma preocupação central a Igreja.”

“Não conseguimos evangelizar suficientemente nossos batizados e por isso eles muitas vezes têm uma fé frágil e despreparada para enfrentar essa cultura e o ativismo de outras crenças e seitas”, afirmou.

O cardeal comentou o processo por que passa a CNBB com suas novas Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE), tema principal da assembleia deste ano.

As novas diretrizes deverão destacar a missão continental lançada pela Conferência de Aparecida e ajudar a Igreja a ser capaz de ir ao encontro do povo.

“Não queremos ir ao encontro do povo como uma forma de luta nem de conflito, nós respeitamos a crença de cada religião, mas nós temos o dever de chegar até o povo, nos aproximar das pessoas o máximo possível. Não apenas esperar que elas venham até nós, mas temos que ir até o povo e levar a pessoa de Jesus Cristo como uma boa notícia para os jovens, as famílias, a sociedade hoje”, disse.

Comunicação CNBB

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