Terminou, na semana passada, a 49ª. Assembleia Geral da CNBB. Como de costume, durou 10 dias, de 04 a 13 de maio.
Em geral, o local onde se realiza algum evento se torna mera circunstância, pouco interferindo no significado ou na importância do acontecimento. Desta vez foi diferente. O fato de ser realizada em Aparecida, fez parte da mensagem que esta assembleia tinha a dar.
Neste sentido, os dois compromissos centrais da pauta desta assembleia – a elaboração das diretrizes e as eleições para o próximo quadriênio – tiveram uma ligação estreita com Aparecida.
Quanto às diretrizes, era intenção da CNBB integrar no seu conteúdo as orientações da Quinta Conferência Geral do Episcopado latino-americano, que se realizou em Aparecida, quatro anos atrás.. Portanto, uma referência clara à Aparecida.
E a eleição do presidente da CNBB, D. Raymundo Damasceno Assis, também teve Aparecida como referência decisiva: ficava bem, no ano em que a CNBB realizou sua assembleia em Aparecida, escolher o Arcebispo de Aparecida como seu presidente.
Assim como quatro anos atrás, o Celam escolheu também D. Damasceno como seu presidente, por ter sido o Arcebispo que tinha acolhido a Quinta Conferência, realizada em Aparecida.
Se estes dois motivos apontam para Aparecida, convém identificar os outros, já consolidados antes, para ajudar a entender por que se decidiu insistir neste significado especial de Aparecida.
Há mais tempo Aparecida vem sendo uma referência importante para a identidade da fé cristã do povo brasileiro, e para a comunhão eclesial da Igreja em nosso país.
A fé do povo que vai em peregrinação a Aparecida já tinha impressionado os bispos que vieram participar da Quinta Conferencia, anos atrás. Conhecendo a história da imagem, encontrada no rio, recomposta, pequena, negra, invocada no contexto da escravidão, os bispos ficaram mais ainda encantados, constatando como uma devoção mariana popular pode estar repleta de profundo significado evangélico, e de compromisso autêntico com a vivência coerente da fé.
Assim, Aparecida não é mera circunstância dos fatos eclesiais que lá se verificaram. Ela faz parte da mensagem. Aparecida está a serviço da autenticidade da fé cristã do povo brasileiro, e do fortalecimento de sua identidade eclesial. Por seu peso de simbolismo, Aparecida se constitui em preciosa referência para todos os que querem promover estes valores cristãos e eclesiais.
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